14 dezembro, 2018

Sobre como (realmente) vai o Mundo, ler tudo no "LADO OCULTO" - 15


O FEDERALISMO FARDADO 

Quase em segredo, à revelia da opinião pública e dos cidadãos, os ministros da Defesa da União Europeia aprovaram há menos de um mês um enorme pacote de projectos de guerra que, se forem lidos e enquadrados nos ambientes dominantes, nos dirão que o federalismo avança não apenas clandestinamente mas também fardado. Diz-se que esses projectos, metade dos quais, aliás, ficaram nas mãos de governos fascistas e aparentados, são a antecâmara do exército europeu, significando isto que, à medida que continua a desprezar os direitos sociais e a soberania de povos e Estados, a União caminha para a autocracia do federalismo militarizado.

Do estado em que se encontra a União fala bem o processo de secessão do Reino Unido, o Brexit. Uma negociação sem respeito mútuo onde existem imposições, tentativas de desencorajar outras eventuais saídas e, também, história negras de espionagem e caça às bruxas. A União Europeia dos tecnocratas e burocratas autocratas no seu melhor.

Talvez sabendo ler estes sinais, há muito que o povo esquimó Inuíte da Gronelândia se separou da então Comunidade Económica Europeia, mesmo permanecendo sob o domínio da Dinamarca. Um controlo que tem os dias contactos porque a esmagadora maioria dos habitantes da ilha defendem a independência; uma libertação, no entanto, susceptível de trazer outros riscos: a gula pelos mares, bases militares, petróleo e outros recursos da grande ilha manifestada por enormes potências e transnacionais devoradoras.

Do estado deplorável dos assuntos europeus fala igualmente o fenómeno dos "coletes amarelos", que abordamos no Nº15 de O Lado Oculto, já online, nas suas múltiplas facetas e significados. 

Assinalamos também a morte de George H. Bush, não como o herói que tantos apregoam mas como o criminoso de guerra que foi e continua a ser, pois os rastos de morte que deixou e ensinou aos seguidores estão activos, através de contaminação radioactiva, em muitas terras do Iraque e do Koweit e dos Balcãs.

Enquanto, através do mundo, a gestão neoliberal se encaminha a passos largos para a generalização de métodos autocráticos também se reforçam os sinais de que as relações de forças mundiais estão a mudar em diferentes patamares. Nas questões tecnológicas, por exemplo, de que é exemplo a guerra lançada pelo Pentágono contra a marca chinesa Huawei; e também nas questões geoestratégicas, como demonstrou a recente cimeira entre os presidentes russo e chinês e o primeiro-ministro indiano reforçando os pilares do formato RIC - a cooperação Rússia, Índia, China.

A existência de diferentes caminhos, estes guiados pelo respeito pelos direitos humanos, é motivo para reflexão neste número de O Lado Oculto. 

Onde se prova, por outro lado, que a velha e ainda dominante mentalidade não hesita em recorrer à censura, como fez agora a tão afamada CNN e, mais uma vez, invocando o tortuoso caminho do combate "ao anti-semitismo".

2 comentários:

  1. Será esta a grande tarefa que hoje imporei aos meus (quase) imprestáveis olhos; ler atentamente o Lado Oculto.

    Recebi-o ainda ontem, nas notificações da minha caixa de correio electrónico, mas há muito que deixei de conseguir ler à noite. Umas sete ou oito horas de semi-funcionalidade são tudo o que consigo exigir ao pouco que funciona por detrás destas mal aventuradas cataratas.

    Abraço.

    ResponderEliminar