ESTADOS UNIDOS RETIRAM-SE DA SÍRIA
Vinda
de onde vem, a notícia é para ser encarada com cautela. No entanto, até
decisão em contrário, a Administração Trump mandou retirar as suas tropas que estão ilegalmente na Síria,
confrontada com uma profunda alteração da relação de forças no terreno.
O reforço do apoio defensivo russo a Damasco alterou as regras do jogo,
o número de ataques da "coligação internacional" caiu em flecha e desde
18 de Setembro que Israel não se atreve a fazer qualquer incursão sobre
território sírio.
Não é de estranhar, portanto, que as barreiras levantadas à agressividade e ao expansionismo imperiais causem mossa. Neste Nº16 de O Lado Oculto, já online, deitámos o Pentágono e a
NATO no divã. O diagnóstico não surpreende, mas explica muito sobre o estado deplorável em que o mundo se encontra: paranoia e esquizofrenia.
A Aliança Atlântica, então, esmera-se ao imaginar os cordelinhos
manipulados por Putin chegarem a todo o lado, dos separatismos catalão,
de Porto Rico, do Hawai e do Texas ao Brexit, coletes amarelos e
eleições onde quer que se façam.
Mas nem a NATO nem os seus braços
aprendem com os factos e continuam à procura de mais do mesmo. Nos
Balcãs, permitem que as suas criaturas terroristas islâmicas do
Kosovo ousem transformar-se em exército regular, ofendendo as normas
internacionais em vigor; na Ucrânia, o nazismo governante começou a
pensar em deitar mãos a armas nucleares,
confrontado como está com uma irreversível deterioração político-social e
o impasse na guerra que move contra as comunidades russófonas do
território; nas Américas, insistem na obsessão de invadir a Venezuela, o
que fez com que um dos arautos da ideia, Luís Almagro, secretário-geral
da Organização dos Estados Americanos (OEA) tenha sido expulso da coligação política que, anteriormente, o levou a chanceler do governo do Uruguai; a própria ONU parece contaminada:
inerte perante os riscos que ameaçam os Balcãs, entende também que o
combate à contínua degradação política, social e humanitária no
paupérrimo Haiti deverá assentar em mais efectivos policiais.
Ainda
nas Américas, vale a pena ler o trabalho que nos explica como Jair
Bolsonaro vai colocar à frente da sua diplomacia um homem, Ernesto
Araújo, pronto a "fazer limpeza"
na casa por onde já passaram grandes figuras humanitárias da cultura
brasileira e da língua portuguesa como Luís de Souza Dantas, João
Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto e Vinícius de Moraes. Sinal dos
tempos.
Sinal dos tempos é também a operação "Fake News",
o fenómeno em andamento que, partindo de preocupações legítimas e
inquietações justificadas, tem uma ambição censória cada vez mais
evidente no afã de asfixiar, desacreditar, silenciar, perseguir as vozes
que explicam haver mundo para além da versão oficial e global
mainstream dos acontecimentos.
Ainda sinal dos tempos, de todos os
tempos, é a incapacidade de Portugal segurar os seus cidadãos activos,
capazes e bem preparados, de modo a contribuírem para o desenvolvimento
do país. Avaliamos as causas da emigração e as conclusões
são inquietantes: começámos pela intolerância e estagnamos na falta de respeito pelo trabalho dos portugueses.
Recebi anteontem o meu exemplar, mas ainda não consegui olhos para acabar de o ler. Fá-lo-ei hoje.
ResponderEliminarApesar de tudo, Boas Festas, para ti e todos os teus.
Forte abraço.
apesar de tudo, sobretudo e por tudo
ResponderEliminarfestas felizes para si Rogério!
um abraço
Um Feliz Natal!
ResponderEliminarAbraço