11 março, 2019

Venezuela e o que (não) se diz dela! - VI

Federica Mogherini, a União Europeia arrastada na estratégia de Pompeo para a Venezuela, fechando os olhos à realidade

OBSERVADORES NA VENEZUELA ACUSAM UE DE “FALSIFICAÇÃO”

(vem tudo, no Lado Oculto
A Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros tem em seu poder, há nove meses, cartas de observadores internacionais das últimas eleições presidenciais venezuelanas invalidando toda a argumentação de Bruxelas e de governos de Estados membros sobre a suposta falta de legitimidade da consulta popular. As posições europeias contra o governo de Caracas “têm apenas motivações políticas, porque não podem ser suportadas por alegadas incorrecções eleitorais, que não existiram”, afirma-se no próprio departamento chefiado pela italiana Federica Mogherini.

Quanto a cartas, uma (de muitas) assim reza
sem qualquer resposta:


«Fomos membros de um núcleo de cem observadores das eleições venezuelanas de 20 de Maio. Avistámo-nos com altos representantes de todos os candidatos e tivemos a possibilidade de os questionar de perto. Reunimo-nos com o presidente e dois vice-presidentes do Supremo Tribunal de Justiça. Examinámos o sistema eleitoral ao pormenor e, no dia das eleições, observámos procedimentos de votação em todo o país.
“Registámos, em particular, não apenas a sofisticação do sistema de votação que, segundo a nossa opinião colectiva, é à prova de fraude, mas também verificámos que todas as etapas, do próprio voto ao apuramento de resultados, a respectiva verificação e envio electrónico, foram efectuadas na presença de representantes de todas as candidaturas. Quanto às ‘denúncias de irregularidades’, gostaríamos de conhecer exemplos, já que o sistema de denúncia é excepcionalmente rigoroso e à prova de falsificações. Duvidamos que a senhora tenha alguma prova para sustentar a alegação da União Europeia de ‘numerosas irregularidades em relatórios’.
“Fomos unânimes em concluir que as eleições foram conduzidas de forma justa, que as condições eleitorais não foram tendenciosas, que as irregularidades de facto foram excepcionalmente poucas e de reduzida importância. Não houve compra de votos, porque não há maneira de um voto PODER ser comprado. Os procedimentos em si excluem qualquer possibilidade de alguém saber como determinado eleitor votou. E é impossível – como verificámos – que um indivíduo vote mais de uma vez ou que alguém vote em nome de outra pessoa.
“Em suma, as alegações no comunicado de imprensa são falsificações de tipo vergonhoso, indignas da União Europeia, baseadas em boatos e não em provas. Estamos cientes da informação segundo a qual a União Europeia foi convidada a enviar observadores às eleições e recusou-se a fazê-lo. NENHUMA das críticas contidas no comunicado de imprensa da UE se baseia, portanto, na observação directa da UE no terreno.
“Ficaríamos muito satisfeitos em discutir mais aprofundadamente estes assuntos com a senhora e pô-la em contacto, ou aos seus colegas, com outros observadores – entre os quais políticos seniores, académicos, funcionários eleitorais, jornalistas e funcionários públicos de muitos e diferentes países, incluindo: Espanha, Reino Unido e Irlanda do Norte, Alemanha, Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Honduras, Itália, vários países das Caraíbas, África do Sul, Tunísia, China, Rússia e Estados Unidos (sic).»


Carta assinada por:
Jeremy Fox, jornalista e escritor;
Joseph Farrel, da direcção do Centro Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ);
Calvin Tucker, jornalista;
Francisco Dominguez, do Departamento de Estados Latino-Americanos da Universidade de Middlesex.

2 comentários:

  1. Há muita dificuldade no apuramento da verdade no meio de tanta informação e contra informação.

    Beijinhos, Rogério :)

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  2. A verdade nisso tudo é que independente de tudo o mias, o povo é que paga

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