31 janeiro, 2020

PRONTO, JÁ FOI INDO (mas não será fácil ir, sem dar o litro)


«Chegou o dia. É hora de consumar o Brexit, um movimento que contraria o dogma tácito totalitário instituído pelos eurocratas de que “da União Europeia não se sai”. Verifica-se agora que sair é possível, embora a duras penas, sob enxovalhos da democracia, neste caso contra os desafiadores britânicos como se deduz ainda dos tons ameaçadores usados nas últimas horas pelas instituições de Bruxelas em relação aos 11 meses do período de transição. A situação colonial da Irlanda do Norte vai ser explorada pelo federalismo europeísta no capítulo que se segue, dentro da estratégia de transformar o Brexit num processo exemplar a não seguir por qualquer outro Estado membro.»
Ler tudo, n´O LADO OCULTO

30 janeiro, 2020

Não, mais uma vez ainda não é sobre Isabel dos Santos

«Os dados do gráfico 2, são dados da Autoridade Tributária que se encontram disponíveis no seu “site”. Eles revelam que num curto período de 4 anos foram transferidos de Portugal para “offshores e territórios com tributação privilegiada”, para utilizar a designação do Ministério das Finanças, ou seja, para territórios onde os impostos são quase nulos ou mesmo nulos, 23.269 milhões €.» - Eugénio Rosa, aqui
 
«Indo aos primórdios da humanidade a economia primitiva funcionava à base de escambo que era a simples troca de mercadorias sendo que uma das de mais valor eram o boi o que para os dias de hoje é coisa impraticável de fazer circular pensando que numa sala de 100 metros quadrados como é a da suite 605 algures na ilha da Madeira é espaço muito limitado para por lá passar os bovinos amealhados pela Pepsi somados aos bois circulados pela Usal e pela Sonangol e por mais de de oitocentas empresas lá sediadas e foi porque a humanidade não conseguiu resolver isso que inventaram os paraísos fiscais os bancos as empresas com sede na Holanda e os secretários de estado das finanças.» -
Rogerito, aqui

«Teixeira dos Santos, (...)garantiu que as operações de transferência de fundos de uma conta do banco para uma empresa no Dubai, (...) foram legais.» - notícia da Lusa, hoje

29 janeiro, 2020

As notas e as palavras


Não me digo fã, pois em boa verdade não me apego a nada incondicionalmente, mas sigo o programa com agrado. Podia ficar por aqui e dizer que gosto porque sim. Mas tenho razões. Primeiro, porque valorizo o trabalho. Segundo, porque há sempre a expectativa de ver explicita a ligação entre o talento mostrado e a actividade associativa que o possibilita e, por fim, sou coleccionador de "interregnos para coisas belas". 

E porque escolhi o Franky? Pela recomendação final igualmente válida para quem é exímio no uso das palavras, usá-las em excesso pode matar o que poderia ser um bom texto.  

28 janeiro, 2020

Redacções do Rogérito - 49 "O Orçamento Geral do Estado"

Tema da redacção: O OGE

A stora anda baralhada com o orçamento e com o que se anda a dizer por aí e vai dai pediu-me a mim que escrevesse alguma coisa que lhe desfizesse a confusão e eu percebo que ande confusa pois também assim anda a minha vizinha do quarto andar e a dona Esmeralda que se vê de aflitos para explicar pois ela própria não entende nada.
Ora eu de orçamentos só sei do meu e dos orçamentos das minhas vizinhas percebo que o que lhes entra em casa não dá para a despesa e se uma se queixa a outra não se dá calada ora é a electricidade que está cara ora é a água que não está barata ora é a alimentação onde o que poupa no passe social não dá para para melhorar a refeição e tem de comprar frango até mais não.
Mas onde elas andam à nora é com a chamada carga fiscal e do alarido que por aí anda uns dizendo que está a aumentar e outros que não aumenta nada e eu tento explicar que a carga fiscal é como as cargas das esferográficas quantas mais são empregadas mais carga total teremos para podermos escrever até fartar e que quem anda a reclamar que a carga fiscal está a aumentar é gente chique que nunca usou uma bic e só usa caneta de tinta permanente.
As vizinhas não perceberam patavina mas acordaram comigo que se derem dignidade à pensão e ao salário a carga fiscal é caso arrumado.

27 janeiro, 2020

75 anos – Libertação de Auschwitz pelo Exército Soviético



"Comemoram-se hoje 75 anos da libertação, pelo Exército Soviético, do campo de concentração nazi de Auschwitz, onde foram sistematicamente assassinados – nas câmaras de gás, pela fome e a doença, nos fuzilamentos e sob a tortura – mais de um milhão e cem mil seres humanos.

Nos campos de concentração nazis foram exterminados milhões de seres humanos, na sua maioria prisioneiros de guerra e civis soviéticos, judeus, eslavos, entre outros. Mas os campos de concentração nazis foram também campos de trabalho escravo ao serviço dos grandes monopólios alemães que desempenharam um papel decisivo na ascensão de Hitler e do nazismo ao poder. Campos onde a exploração do trabalho humano era levada ao extremo – até à morte – e onde os considerados inaptos para o trabalho eram cruelmente eliminados.

Num tempo em que a Humanidade enfrenta de novo a ameaça do fascismo e da guerra, o PCP, levantando a bandeira da paz e da verdade, do combate contra a mentira e a falsificação histórica, contra o fascismo e a guerra, apela à consciência e mobilização dos democratas e anti-fascistas para que nunca mais se repitam Auschwitz, os horrores do nazi-fascismo e da guerra."

26 janeiro, 2020

Não, ainda não é sobre Isabel dos Santos

Ainda pensei em valer a pena trazer o tema para este espaço, mas não o faço. Talvez venha a fazê-lo, mas por agora falarei sobre o sistema que permite que o tema exista. Não há ocorrência sem contexto, nem um quem sem a sua circunstância. O que vai por aí, bem justifica uma redacção  há muito escrita, e foi escrito por um puto conhecido, sobre "A livre circulação do dinheiro". E reza assim:

«Depois da lição de matemática podia ter vindo a lição de ciência mas a stôra quis que falássemos do dinheiro e da sua livre circulação pedindo para nós dizermos o que víamos de bom e de mau nisso dentro do nosso juízo e considerando a evolução do homem e da economia somando à nossa noção de livre circulação coisas morais de elogio ou de censura e eu por este inusitado tema suspeito que a stôra o deu porque ela própria anda baralhada com o que se anda a dizer por aí da massa que circulou para os ofechoras e de outras trapalhadas feitas pelo senhor Núncio que foi secretário e que não é o das touradas.
Indo aos primórdios da humanidade a economia primitiva funcionava à base de escambo que era a simples troca de mercadorias sendo que uma das de mais valor eram o boi o que para os dias de hoje é coisa impraticável de fazer circular pensando que numa sala de 100 metros quadrados como é a da suite 605 algures na ilha da Madeira é espaço muito limitado para por lá passar os bovinos amealhados pela Pepsi somados aos bois circulados pela Usal e pela Sonangol e por mais de de oitocentas empresas lá sediadas e foi porque a humanidade não conseguiu resolver isso que inventaram os paraísos fiscais os bancos as empresas com sede na Holanda e os secretários de estado das finanças.
Parecida com a Madeira porque funciona da mesma maneira há muitos outros locais e um deles de que gostamos mais fica num sítio chamado Panamá que eu ainda não sei onde fica pois só para a semana é que vai ser dada a lição de geografia e é para lá que vai saindo o guito sem que o Governo dê por isso pois a livre circulação tem esse requisito de os Governos não darem por isso.
O que eu gostava mesmo é que se voltasse à economia de troca pois seria impossível ao Estado ver passar uma manada de 10 mil milhões sem dar por nada.
A livre circulação do dinheiro é uma coisa muito boa eu é que não vejo um boi!»

Me assino
Rogérito
(com os impostos em dia)


25 janeiro, 2020

Um artigo reaccionário...

... a favor de uma proposta 
que não é reaccionária do PCP
(Pacheco Pereira, in Público, 25/01/2020)

«1. Este é um artigo reaccionário, simplista, mas que do ponto de vista do autor é verdadeiro, ou seja, o que se descreve existe como realidade e como problema, senão não o escrevia. Simplista, porque seria preciso muito mais texto do que permite o jornal para passar da impressão à crítica, mas se o faço mesmo assim é porque penso que pode ser útil.

2. Por várias razões, os adolescentes, os jovens, estão na moda, e as crianças e os adultos, já para não falar nos velhos, não estão. A primeira coisa que convém lembrar para se perceber o “estão na moda” é que nem sempre foi assim. No passado, esse “país estrangeiro”, a importância simbólica das diferentes idades e das experiências a elas associadas, assim como o seu valor social percebido, foi muitas vezes bastante distinto. É por isso que digo, sem dúvida simplificando, que a moda traduz a forma como no espelho da sociedade se mede a importância de cada idade, e por razões culturais, económicas e sociais esta importância muda com os tempos. E hoje é grande.

3. Uma das razões por que os jovens estão na moda tem que ver com a valorização simbólica da força, da beleza, da vida com todo o tempo à frente, e os efeitos dessa moda são particularmente visíveis na comunicação, nas indústrias da moda, do sexo e do entretenimento, no desporto e nos jogos, e em todos os casos há muito dinheiro em cima, como se vê na publicidade e no mercado. Daqui seguem-se uma série de estereótipos que, se forem analisados, não dão os resultados que todos pensam dar e se revelam ideias feitas. Por exemplo, todos os hackers nos filmes são nerds, jovens disfuncionais socialmente a “trabalhar” numa cave escondida algures, e nenhum alfarrabista nos filmes é jovem, mas um velho de barbas brancas metido no meio de estantes de livros antigos que acumula os livros com as artes da espionagem. Do mesmo modo, a caterva de personagens angustiadas nas séries televisivas são todas de meia-idade. Estes estereótipos são repetidos por páginas culturais e jornais de referência sempre a descobrir jovens talentos que não duram um ano, escritos por jornalistas de meia-idade que pensam que têm 18 anos.

4. Há várias coisas que os jovens não fazem, a não ser as excepções, e uma é ler livros e por isso o estereótipo da “geração mais bem preparada” é um daqueles mitos que gostamos de alimentar, mas que soçobra ao mais pequeno concurso televisivo de perguntas “culturais”, ou inquérito de rua sobre se conhecem Cesário Verde, ou sobre o que estão a ler. Vão-me dizer que não precisam de saber essas coisas, mas que têm outras “competências”. Uma treta que não passa de saber usar um telemóvel, ou colocar posts e imagens no Facebook (uma actividade onde “habitam” muitos adultos) e no Instagram, e manejar meia dúzia de devices pouco elaborados que só espantam os mais velhos, porque eles não o sabem fazer. O Fortnite, onde passam as noites, isso sabem. Já sei que também me vão dizer que milhares de jovens pelo país fora participam em grupos de teatro, são “artistas” plásticos, são músicos de talento, e há toda uma indústria subsidiada pelo Estado e pelas autarquias, que sem gente “nova” não existiria. Sim, é parcialmente verdade, mas experimentem usar um qualquer critério de qualidade (mesmo neste período de intangibilidade da cultura, eles existem…) para lhes medir o mérito. Como não se trata de terapias ocupacionais, mas de actividades que se reivindicam de criativas, é preciso medir o valor e os resultados.

5. Por isso, muitas das iniciativas educacionais e culturais e os recursos que mobilizam são muito mais eficazes se dirigidos às crianças e aos adultos, tratando-se o “meio” de outra forma, sob pena de se fazerem enormes esforços sem qualquer resultado útil, ou, dito de outra forma mais crua, vale mais investir e muito nas crianças e nos adultos, e aí concentrar os recursos escassos, para obter resultados sociais que depois atingirão os “meios”. Se, por exemplo, se trata de aumentar a escolaridade obrigatória, como dizia Marçal Grilo, mais vale fazê-lo para trás do que para a frente. E aqui é que entra a proposta do PCP para o Orçamento deste ano, de garantir “a gratuitidade de frequência de creche a todas as crianças cujo agregado familiar pertença ao primeiro escalão de rendimentos da comparticipação familiar até à entrada no ensino pré-escolar”.

6. Esta é uma proposta que vai no sentido certo em conjunção com um muito maior esforço no pré-escolar, porque ataca numa idade muito favorável a divisão entre pobres e ricos, nos seus efeitos perversos que se reproduzem em toda a vida escolar, favorece uma socialização equilibrada das crianças, permite que desde cedo muitas competências e “vontades” possam ser moldadas para a leitura, para as línguas, para a nossa muito maltratada língua, para chegar ao saber pela curiosidade. Não é milagrosa, mas muda muito. Quando as crianças de hoje forem os novos jovens daqui a uns anos, serão diferentes.»


24 janeiro, 2020

DAVOS, OU A FARSA DO GLOBALISMO “AMBIENTALISTA”


Mais uma edição – a 50ª – do Fórum Económico em Davos, Suíça. O capitalismo neoliberal globalista congregou as suas estrelas mais rutilantes, a par de membros de realezas, presidentes e chefes de governo – toda “uma elite ambientalmente consciente” - para debater, por exemplo, as maneiras como negócios, políticas, manipulação genética, geoengenharia e guerras se harmonizam com o combate às mudanças climáticas, que prejudicam “a ecologia e a economia”. Para isso os trabalhos foram abrilhantados, entre outros, por Donald Trump, a imprescindível Greta Thunberg e o inigualável usurpador Juan Guaidó.
Peter Koenig*, Global Research/Adaptação de O Lado Oculto

23 janeiro, 2020

Uffa! Outro dia de grande lufa-lufa!

Amanhã a Maria João já terá acesso à internet...

Não hoje não foi a correr de um lado para o outro a tirar fotos ou a recolher imagens. Hoje foi outra a correria. Cedo, foi a atender inscrições para a iniciativa. Depois de tirar o som ao telemóvel, foi a reunião a fazer balanço da reunião havida no Centro Qualifica, sobre a receptividade das professoras, sobre a volta a dar ao documento do projecto, foi a discussão sobre a melhor forma de orientar as questões a colocar no "Inquérito à Literacia Democrática" a lançar em cada escola do secundário. Seguiu-se o quem faz o quê, sem esquecer a organização em Março do Dia Mundial da Poesia e de como foi recebida a ideia  de centrar o evento na obra do Chico Buarque (Prémio Camões 2019) e da sugestão de os alunos encenarem "A Construção", ficando em aberto a hipótese da "Morte e Vida Severina". Finda a reunião entre as chamadas recebidas estava uma da Maria João, mas não liguei. Depois de almoço, foi o reformular da carta dirigida à Federação Portuguesa da Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto para a adequar ao conteúdo preciso a dirigir ao Maestro daquela outra Banda que aceitara participar. Enviado o e-mail, corri a confirmar as inscrições nas sessões de Pilates e articular com a Olivia e com a monitora quem compraria o quê, para a actividade se iniciar na data programada. Entretanto dei conta de novo telefonema da Maria João que não tinha atendido. Nessa altura liguei-lhe e a situação dela, não sendo grave, era complicada: perdera o acesso à internet. 
Corri a uma loja NOS e adquiri, em promoção, uma solução internet-móvel. Cheguei a casa a tempo de ajudar a fazer o jantar. Estava a meio quando recebi a mensagem da NOS:
"O seu Kanguru_15GB já está activo e já o pode usar"
Amanhã a Maria João já terá acesso à internet e poderemos aceder a um seu soneto no seu belo espaço.

22 janeiro, 2020

Falemos então da região...


Ontem falei no sorriso de quem, depois de um encontro tido com o Presidente do Estado de Israel, afirmou ter havido “uma aproximação” de posições entre os dois sobre a situação regional. Porque não foi tornado público o que terá aproximado os dois presidentes sobre a situação da região, falemos então da região.

Desde logo, falemos da imagem acima que se refere aos Montes Golã. Os Montes Golã sírios foram ocupados na quase totalidade por Israel na sequência da Guerra dos Seis Dias, em 1967, e passaram a ser administrados pela entidade sionista em 1981 – o que significou a anexação territorial de facto. No entanto, essa anexação não foi reconhecida pela grande maioria dos países. Para quem quiser aprofundar consulte um texto, hoje mesmo dado a público.

Falemos depois da Cisjordânia e de um rol de notícias onde a ONU News não explica nada mas dá uma ideia pálida do que se lá passa. 

21 janeiro, 2020

O sorriso de Marcelo


Marcelo tem um sorriso pouco explicito. Decididamente não ri de gozo, nem tem o pensamento em Gaza.
O sorriso talvez seja apenas diplomático, pois só (uma certa)  diplomacia impõe que assim sorria.
A notícia diz que «Em declarações aos jornalistas, num hotel de Jerusalém, depois de ter sido recebido por Reuven Rivlin na residência oficial do Presidente do Estado de Israel, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que este encontro “correu muito bem” e que se verificou “uma aproximação” de posições entre os dois sobre a situação regional.»
Nada me espanta, depois do que no outro dia aconteceu...
E quanto a sorrisos, recordo uma canção e perdi o meu!

20 janeiro, 2020

A Fátima seria cómica caso não fosse trágica


A Fátima seria cómica caso não fosse trágica. É sabido que a comicidade nem sempre é risível, temos exemplos de cómicos que passaram a vida de actores a apelar-nos "ao sério" e ao mais profundo juízo. Também a tragédia pode ser um apelo ao pensamento. Pode, mas nem sempre o é, e hoje, decididamente, não foi. Julgo que o mais certo seria apelidar este "Prós-e-contras" como uma farsa cómico-trágica em que o actor principal foi Carlos Moedas, não só pelo seu passado mas pelo futuro (credível) que lhe está assegurado. A parte cómica, foi desempenhada por jovens. A parte trágica foi desempenhada pelo mais hábil manejador das redes sociais, que chega ao cúmulo da inovação usando-as para decretar. Este foi sempre um não-ausente. 

19 janeiro, 2020

Sermão dominical, palavra da Rita - 10 (Conversas de sacristia)

Quando em Novembro do ano passado iniciei os Sermões, devia ter começado por aqui, à conversa no camarim. Não o fiz por mera distracção pois como é sabido nutro particular simpatia por todo o tipo de metamorfoses...  e qual é o tema? É interessante, e bem podia ser "Assim nasce uma estrela" ou então "Não é uma decisão divina. É sim uma contingência de espermatozóide que determina se é menino ou menina".   

18 janeiro, 2020

Sábado, um dia de intenso trabalho


É verdade, foi intenso este sábado. A manhã cinzenta, molhada e fria não adivinhava o sol. Pelas nove e coisa apareci pois a concentração estava marcada para as 9h30. A essa hora estávamos todos e até o sol. O programa era ambicioso: levar eleitos municipais e das freguesias a passar por todos os locais em todas as dez freguesias onde votámos contra os projectos da câmara e também, onde tendo votado contra, voltámos à carga questionando...
Começámos por Algés e fomos por aí fora.

Não é objectivo de, neste espaço, aqui e agora, entrar em detalhes. Só lhes digo que o trabalho foi intenso. Abro uma excepção. O Daniel por mais que indicasse, não conseguíamos perceber por onde passaria o viaduto. Obra com tanto de gigantesca como de agressiva e cara. Valeu a varanda que localizava a passagem por onde se prevê que passe.

17 janeiro, 2020

Geração sentada, conversando na esplanada - 93 ("Precisamos... sobretudo, de ideias")

«Marx ganhou uma nova vida, renascido das cinzas para onde foi (precipitadamente) remetido com a implosão do regime soviético. A sua dimensão emancipatória e utópica continua poderosa.»
in "O “espectro” de Marx", por Elísio Estanque

Não querendo arriscar o acontecido da última vez que lá tinha ido, fiz questão de chegar cedo. Fui buscar a "bica" e sentei-me na mesa onde era costume sentar-me. Àquela hora a esplanada estava como eu esperava, vazia. 
O melro, pareceu-me o mesmo, aproximou-se depenicando aqui e ali, até que surgiu o pombo a disputar-lhe a migalha. Testei-lhes o arrojo e esbracejei. Voaram ambos, para de seguida regressarem.
Estava eu nisto quando me apareceu o primeiro sorriso, depois o segundo e de seguida o terceiro. Com pouco intervalo, chegou o engenheiro e o seu cão rafeiro. Foi uma festa pegada saudando o meu regresso à esplanada. Foram manifestações efusivas mas de pouca dura. Minutos depois as professoras mergulhavam na tertúlia costumada e eu e o meu parceiro iniciávamos uma conversa como há muito não tínhamos. O cão rafeiro pousara o seu focinho no meu joelho e com o seu olhar seguia ora um ora outro com uma concentração quase humana. 
A páginas tantas, e depois de termos saltado de assunto para assunto, surgiu a pergunta que o engenheiro trazia engatilhada:
"Acha que o Jerónimo vai mesmo sair no próximo Congresso?"
Ia a responder, quando a Gaby veio interromper:
"Acabámos de ir ao seu Conversa e deparámos na sua frase Não precisamos apenas de palavras dirigidas à alma, que nos arrepiem a pele, nos emocionem... Precisamos de palavras-adubo, palavras-semente e, sobretudo, de ideias. Tem tanto de belo como de profundo.
De pronto respondi precisarmos mais de tudo isso do que saber se Jerónimo continuará a ser Secretário Geral. Gaby não entendeu, mas o engenheiro percebeu o sentido da minha resposta. 
E a conversa continuou trocando impressões sobre aquele oportuno artigo publicado no Público...
Esquecidos do tempo, por ali ficámos como há tanto já não estávamos.

16 janeiro, 2020

Ele tem a alma chapada na cara...


Disse a Cristina, assim:
«Nós nunca nos tínhamos cruzado assim. Acho que se percebeu, pela sua serenidade, pelo seu povo, porque é que gostam tanto de si. Há pessoas que são uma instituição e acho que tem de ter essa noção. Dentro do percurso político do nosso país, tem de ter essa noção, que é uma instituição».
Ver aqui ou então a versão integral

15 janeiro, 2020

Hoje, andei por lá...


Foi assim como se vê aqui. E foi também assim por mais 11 capitais de distrito. Do lado de cá do pano, os dirigentes associativos iam expondo e incentivando à luta . Do lado de lá, ia-se comentando."É pá, eu passarei a receber pouco mais de dois euros por mês!" 
Eu, por ali, ouvia e recordava Ricardo Salgado quando este triplicou a sua pensão, só superada pela choruda reforma de Jardim Gonçalves...
No fim foi lida uma proposta de resolução que todos aplaudiram.

14 janeiro, 2020

Brincando

BRINCANDO

Pusilânime, o velcro do sapato
Abre-se e mostra a meia e expõe o pé
Que disso não dá conta, que não vê,
Nem sente quanto agora vos relato.

Quem nisso reparou, foi o meu gato
Que mal assim o viu, que mal deu fé
Do velcro a ir e vir como maré,
Julgou ter visto a cauda de algum rato.

Fundem-se, gato e pé, numa só massa
Que gato que se preze, um rato caça,
Ainda que de velcro e cabedal

Ninguém tirou proveito da caçada;
Escapei, mas fiquei toda esgatanhada
E dei um raspanete ao animal.

Maria João Brito de Sousa
– 13.01.2020 – 11.48h
_____________________
Quem vai acompanhando a obra da Maria João
Sabe que raramente brinca
Mas quando brinca, é assim que fica

12 janeiro, 2020

Cinquenta e três...


O Diogo e a Maria brincam. A Andreia os chama. É chegada a hora de irem para dentro. E lá, os espera o que se espera que guardem na lembrança. Que guardem na lembrança o que é uma família. A deles. O Diogo dará os parabéns à tia. O mesmo fará Maria, à João, sua mãe. 
E todos nós o fizemos, também. Elas "pintaram o diabo" enquanto eles ficaram calados. E foi assim...

11 janeiro, 2020

10 janeiro, 2020

Só para que saibam um pouco mais de mim...


Nessa foto aí fiquei bem. 
Na audição do PS estava mais sério. 
Na do PSD esbocei um sorriso. 
Nas do PAN e do CDS não fui, 
por não ser preciso. 
E com o PCP não fiquei mal de todo. 
Fotogenia à parte, não sei fazer o balanço. 
Quanto ao Orçamento o resultado é fraco... 
Passou? Podia ser pior...

09 janeiro, 2020

DUAS SEMANAS QUE ARREPIARAM O MUNDO



Antes que a enxurrada de desinformação produzida pela comunicação social corporativa mistifique a história oficial destes dias de guerra, caos e ilegalidade na cena internacional é altura de descodificar a cadeia de acontecimentos para que seja possível distribuir responsabilidades e invalidar mentiras. Se os Estados Unidos da América, como é habitual e natural, sobressaem como os artífices de uma trama que ameaça o planeta, é importante notar que o “nosso mundo civilizado”, com a NATO e a União Europeia à cabeça, não fazem figura de inocentes. Aliás, nem o governo da República Portuguesa se salva.

Já poucos terão presente que esta escalada de guerra dos Estados Unidos contra o Iraque e o Irão – ao que parece agora militarmente amainada – se iniciou em 27 de Dezembro com um suposto ataque da organização paramilitar iraquiana xiita Kataeb Hezbollah contra uma base ocupada por tropas norte-americanas no Iraque, provocando a morte de um contratado civil e ferimentos em quatro militares.

E aqui começa a história a ser mal contada.

08 janeiro, 2020

Rés-vés Campo de Ourique...


A expressão "resvés (ou rés-vés) Campo de Ourique" remonta a 1755 quando o terremoto assolou Lisboa tendo destruído a cidade até à zona de Campo de Ourique, que ficou intacta. Passeando pelo bairro não me dou conta que um outro tsunami silencioso o ameaça. Poderá dizer-se que o que está a acontecer na baixa e nos bairros históricos de Lisboa não é a sua destruição mas também se poderá dizer que é. O edificado mantém-se lá, mas as suas populações são obrigadas a sair.  Na baixa de Lisboa, Bairro Alto, Alfama, Anjos, as ruas, praças, jardins e avenidas estão pejadas de gentes de todas as partes e os andares e lojas também. Não me apercebo que o mesmo esteja a acontecer a Campo de Ourique pois ao percorrer as ruas cruzo-me com muita gente e não me parece o que na realidade já acontece, ou vai acontecendo. Há quem assegure a zona está a mudar, mas a transformação não é sentida da mesma forma por todos. Há lojas a nascerem, mas também muitas a fechar logo após abrirem portas. Diz-se que "Na freguesia com um dos valores por metro quadrado mais caros da cidade, jovens casais de classe média viram-se obrigados a sair das casas onde começaram a constituir família. No bairro eleito por estrangeiros para comprar casa, sente-se um aumento dos franceses, italianos e alguns nórdicos"
Sento-me num banco do Jardim da Parada e por lá fiquei vendo passar gente, de um lado para o outro e tento adivinhar naquele rosto e noutro um estrangeiro. Aguço o ouvido e tento descobrir um linguarejar diferente. Olho em frente e dou-me conta de uma cabine telefónica cuja porta se abre para dar entrada a uma jovem com uma braçada de livros. Estranhando, fui dali a lá e perguntei com a curiosidade espantada.
"Está a pôr livros nesta cabina? Isto é..."
Nem terminei a pergunta pois resposta apareceu pronta
"Isto é a biblioteca cá do Bairro. Já teve altos e baixos. Havia moradores a doar e eram de seguida roubados. A persistência tem até agora vencido. Acredite que tem movimento! Até gente nova cá vem, leva e depois trás!"
Insisto com outra pergunta,
"E quem promoveu a iniciativa?"
Apontando a placa, a resposta da jovem foi lacónica "A Junta!"
Despedimo-nos com desejos de bom ano novo um ao outro e eu saí dali pensando que se Campo de Ourique ainda se mantém com gente assim talvez se salve o tsunami que anda por aí.
_______________
Fui aprofundar o projecto e quem detinha o pelouro da cultura na junta. Acho que a ideia é boa. Contudo não chega para salvar Lisboa

07 janeiro, 2020

Hoje tive notícias do Chico



Sempre, ao longo da vida, fui tendo notícias do Chico. Recentemente, como é do conhecimento público, Chico Buarque foi anunciado vencedor do Prémio Camões 2019 no passado dia 21 de maio de 2019, lá, no Rio. Depois de ter sabido que Chico mandou ao Diabo o Bolsonaro, foi igualmente tornado público que, por decisão do nosso Ministro da Cultura, o Prémio Camões será entregue ao Chico no dia 25 de Abril deste ano. 
Soube agora, há poucochinho, onde vai ser isso. 
Quando  tiver mais notícias do Chico, eu digo.


06 janeiro, 2020

Redacções do Rogerito (48) - [Reis, Camelos e Dromedários]

Tema da redacção: Dia de Reis

Escrevi eu um dia que a senhora Sophia dizia que devemos assinalar que em tempos havia o Gaspar o Melchior e o Baltasar e eram todos reis por ela muito considerados e por isso os devemos celebrar e ela os celebrou com os contos que ela tão bem contou.
Escreveu a senhora Sophia que aqueles senhores reis um era indiano outro persa e o terceiro era árabe pelo que não consta que nenhum fosse Luso nem tal podia acontecer pois por cá não consta que houvessem camelos nem dromedários razão também porque lá não apareceu nenhum rei europeu e se o menino  jesus nascesse o ano passado apareceriam reis de todo o lado pois agora o que não falta por aí são camelos mesmo que muitos não reconheçam sê-lo mas as normas comunitárias a isso obrigam.

05 janeiro, 2020

Sermão dominical, palavra da Rita - 9 (Como se instala e se alimenta o medo)

Em certo sentido, o medo é preciso. 
Com o medo, de certo modo, nos defendemos. 
Os mentores do medo sabem disso e, assim,  o instalam, o desenvolvem e o alimentam. 
Rita hoje fala-nos de tudo isso e no final fala-nos da barbárie. 
E a ameaça  está aí  numa dimensão inusitada, aproveitando-se do medo instalado.

04 janeiro, 2020

A infâmia e o perigo que o Mundo corre...


O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, deslocou-se a Lisboa a 5 de dezembro, no final de um périplo diplomático que incluiu o Reino Unido e Marrocos, visando "reafirmar a robusta relação EUA-Portugal e discutir a cooperação EUA-Portugal numa vasta área de interesses".
Na véspera, dia 4, ocorreu a reunião conspirativa dos dois sociopatas mundiais, Pompeo e Netanyahu. Como escreve José Goulão, AbrilAbril, «O facto de o primeiro-ministro, António Costa, receber ambos os fora-de-lei transforma o caso numa situação trágica, porque expõe directamente o país às consequências do previsível agravamento da instabilidade global decorrente destes encontros. Afinal o espírito belicista da Cimeira das Lajes – que afundou o Médio Oriente na crise de guerras sucessivas em que se encontra – continua bem vivo nos governantes portugueses. Depois de Barroso, cabe aos socialistas interpretar a segunda temporada.
Nem os britânicos, chefiados por uma aberração chamada Boris Johnson, permitiram que o encontro entre Netanyahu e Pompeo decorresse nas suas ilhas, simplesmente por não estarem disponíveis para acolher o chefe do governo israelita.» 
José Goulão, dá de seguida conta dos objectivos da Missão Lisboa

E o que se veio a passar menos de um mês depois é notícia que só é surpresa por acontecer já. «O acto de guerra cometido em 3 de Janeiro pelos Estados Unidos contra o Iraque, o Irão e o Líbano ao atacarem o aeroporto internacional de Bagdad e assassinarem altos dirigentes iraquianos, iranianos e libaneses aumenta dramaticamente o nível de instabilidade em todo o Médio Oriente e multiplicará o número de incidentes militares através da região. Os assassínios encomendados pessoalmente pelo presidente Trump, na sequência da reunião de Lisboa entre Michael Pompeo e Benjamin Netanyahu, têm ainda uma relevante particularidade: representam uma espécie de ajuste de contas com operacionais e organizações que foram fulcrais no combate a organizações terroristas como o Isis ou Estado Islâmico e a al-Qaida.»
Continua a escalada e haverá noticias a todo o momento. 
Acompanhe tudo, n´O LADO OCULTO

03 janeiro, 2020

Greta Thumberg, Prémio Nobel 2059

Se o que vão ler é ficção?
Pode ser ou não
(só em 2059 se saberá)

Greta, em Março de 2022, momentos antes da sua histórica viagem

A vencedora do Prémio Nobel da Paz de 2059 é Greta Thunberg.
Greta foi conhecida no inicio dos anos 20 como ambientalista. A noticia foi dada nesta sexta-feira em Oslo pelas Academias sueca e norueguesa.

Greta Thumberg, depois de liderar amplas e muito participadas manifestações denunciando práticas e políticas que agravavam, na época, as alterações climáticas passou a deixar de figurar nas primeiras páginas dos jornais e na abertura dos telejornais quando em Março de 2022, depois de vencer muitas pressões, decide visitar Cuba.;

A decisão levou tempo a ser concretizada e terá sido tomada ainda em finais de 2019, quando Greta teve conhecimento que aquele pequeno país tinha sido considerado o melhor país do mundo em desenvolvimento sustentável superando os países capitalistas avançados, incluindo a Grã-Bretanha e os Estados Unidos. Lembre-se que o Índice de Desenvolvimento Sustentável (SDI), foi criado para actualizar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) por este ignorar a degradação ambiental causada pelo crescimento económico.
A visita a Cuba fez Greta inverter radicalmente o discurso passando, da denuncia, à proposta concreta. Assim, em finais de 2022, com apenas 19 anos, coordena uma equipa de cientistas num projecto que visava replicar em Cabo Verde, o modelo "O Poder da Comunidade" baseado na experiência cubana. 
Cerca de 20 anos depois de iniciado o projecto, em 2041, Cabo Verde passou a ter um SDI igual ao de Cuba, passou a ter total autonomia alimentar (e não apenas agrícola) e passou a estender estabelecimentos universitários e unidades de saúde a todas as ilhas do arquipélago. 
Este sucesso, fez com que Greta Thunberg tivesse sido convidada a participar, em Outubro de 2050, numa cimeira dos BRICS, tendo, no final, os cinco países (Rússia, Brasil, Índia, China e África do Sul) assumido o compromisso de tomarem o modelo "O Poder da Comunidade" como projecto comum nos seus países, já não apenas como forma de combater as alterações climáticas mas tendo como objectivo a implementação de uma alternativa ao capitalismo.

Entrevistada Greta Thrunberg, hoje com 56 anos e a leccionar na Universidade da Cidade da Praia onde fixou residência, mostrou-se surpreendida com o galardão e não deixaria de referir, num português perfeito:
"De personalidades se faz a História,
mas o verdadeiro protagonismo pertence ao povo"

01 janeiro, 2020

ONU, ONU, para que nos serves tu? - IV

Ao longo do tempo tenho me interrogado, embora pressinta que a resposta seja que a ONU apenas serve para quem dela se serve. 
Se a ONU servisse para alguma coisa a NATO não serviria para nada. 
Se a ONU servisse para alguma coisa, o Guterres não deixaria de falar da CARTA UNIVERSAL DOS DEVERES DAS PESSOAS que há tempos divulguei, na qualidade de Desenhador de Sonhos e da qual me lembro de ter citado este bocado:
«A proliferação dos direitos atribuídos deu origem a uma interpretação errónea por parte dos cidadãos. Muitas pessoas entenderam que, no usufruto desses direitos, não estão implícitos obrigações e deveres. É como se se acreditasse que os indivíduos adquirem o direito a crescer e a desenvolver-se sem assumir responsabilidade alguma para consigo próprios, para com o seu semelhante, para com o meio ambiente que os rodeia ou para com o Estado. É absolutamente essencial pensar-se o mundo dos direitos em sintonia com o mundo dos deveres e em mútua correspondência.»
Talvez eu esteja enganado e nessa incerteza vou lutando para mudar o Mundo e, entre outras coisas, vou sendo contribuinte da UNICEF e esta até me agradece. 

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