Este título, um tanto esdrúxulo, tem a ver com a discussão do Orçamento de Estado. De um lado há a matéria em discussão, e do outro as propostas de alteração. Se há propostas e se insiste nelas quem as propõe, podíamos chamar persistência, mas chamemos teimosia. Do outro lado, temos o Governo que teima em não ceder. Se a negociação falha, no essencial, o Orçamento não passa.
É aqui que vem à baila falar-se em responsabilidade e é aqui que passo a transcrever de um artigo que acabo de ler:
O ministro de Estado e da Economia, num canal do PS para as plataformas digitais, procurou, esta quarta-feira, atribuir aos partidos à esquerda a responsabilidade de, caso o Orçamento vir a ser chumbado, tal possa significar uma possível «entrega» do poder à direita, incluindo partidos reaccionários como Chega.
Mas, senhor ministro, onde ficam, neste quadro, as responsabilidades do PS? Num período difícil para os trabalhadores e as populações, em que o desemprego aumentou, em que se regista uma escalada no atropelo aos direitos dos trabalhadores, em que o Serviço Nacional de Saúde se debate e estica para responder a todas as solicitações em plena pandemia, as opções orçamentais do Governo serão decididas e fortes para fazer face à situação que gera desespero e descontentamento?
Estas afirmações de Siza Vieira vêm na sequência de outras que têm sido proferidas por membros do Governo e dirigentes do PS que, ao invés de procurarem trazer ao debate público as opções fundamentais que possam robustecer o país a nível económico e social para enfrentar a crise, procuram sacudir a pressão que sentem por não se desamarrarem de constrangimentos nas contas públicas, em particular vindos da União Europeia.
Para não «entregar» o futuro do País à direita, talvez o ministro de Estado e da Economia devesse pensar em como encontrar mais receitas, junto do grande capital, para dar respostas às funções sociais do Estado que gritam por mais meios técnicos e humanos; ou, entre outras, quais as medidas necessárias para defender os trabalhadores ou os reformados.
Editorial|do AbrilAbril
Não estou bem. Desta vez, até os neurónios me ficaram empenados, mas é para mim muito, muito óbvio que o grande capital (o GRANDE mesmo, o tal que cada vez mais se concentra em menos bolsos) deve pagar de forma proporcional aos seus obscenos ganhos. Que é difícil? É! Que é impossível? Não sei; só se pode "diagnosticar" o impossível depois de se ter tentado e falhado sistematicamente...
ResponderEliminarComeço a achar graça ao facto de ser sempre a única a comentar as tuas publicações de teor marcadamente político.
Abraço, Rogério!
Não comento as publicações de teor marcadamente político, porque não partilho das vossas ideologias, embora leia TUDO aquilo que o Rogério aqui publica.
ResponderEliminarCasa onde não há pão... todos discutem sem razão.
ResponderEliminar.
Feliz fim de semana
Cumprimentos