imgem retirada daqui
IO corpo
dengoso ia desenvolvendo
um andar, um caminhar, lento,
voluptuoso,
ao encontro do que parecia ser seu destino
Tirou os olhos do chão
sem os colocar no ar
Virou para dentro de si
esse seu olhar
Parecia não ter visto outra coisa,
enquanto a densa teia a envolvia,
do que a asa que lhe nascia,
e também a outra, em síncrono movimento
Feliz, nesse encantamento,
falava com outras, suas iguais...
Falava da cor das asas,
da beleza dos locais
para onde iria voar
e das flores todas em que iria pousar,
do céu para onde nunca olhara antes...
Dissertava sobre seus amantes,
com a alma em cio
ouvindo das demais
conversas tão parecidas, quase iguais
em palavras gargalhadas
pois só estas, e não as graves,
passavam as paredes aveludadas
do casulo, sem entraves
IIChegado o momento,
a parede se rompeu e saiu
Exercitou o bater de asas,
segura como nunca se viu
Voou na direcção do éden
sem lá chegar, mergulhando antes
em nunca experimentada escuridão.
IIIAbri o livro disposto a ler
uma página qualquer
Entre a página aberta e a outra,
ali estava ela
a mais bela borboleta
parecendo ainda sorrir
num sorriso pueril
Rogério Pereira
Apesar de cativa a alma continua a sorrir pois tem o universo para voar.
ResponderEliminarUm grande bj querido amigo
Olá
ResponderEliminarNossa junta vc é Gisa, que mais posso dizer a não ser lindoooooooooo
Beijos e uma ótima semana
Carinho no seu coração.
E existe algo melhor que a liberdade das interpretações? rsrsr
ResponderEliminarMuitos bjs querido poeta.
Talvez seja a borboleta uma mulher deixando de ser criança, meu caro Rogério?
ResponderEliminarAs imagens se fundem e formam uma linda metáfora.
O corpo se modifica, também a cabeça... mas o sorriso se mantém.
Beijos, poeta
Carla
Amigo Rogério nunca me deixa de surpreender.
ResponderEliminarUm poema tocante, uma excelente homenagem à mulher/borboleta e à poesia.
Parabéns!
Bjos
Que lindas imagens as suas palavras criam!!! Convidam ao sonho!!! Romper cazulos, voar ao Edem, ser uma borboleta entre uma pagina e outra da vida!!!
ResponderEliminarNada paga o prazer de ler uma poesia e de viver nela um sonho!!!
Obrigada!!!
E a primavera chega de mansinho em seu país. Eu de cá começo a sentir uma ligeira brisa de outono. Mande para um pouco dessas cores. Também eu quero ser borboleta.
ResponderEliminarum abraço,
PS - aguardo seu comentário sobre meu último tema.
Olá amigo
ResponderEliminarLindo poema, me lembrou um balé, dada a suavidade,
Grande abraço
Rogério, desta vez superou-se!
ResponderEliminarEstou boquiaberta com tanta beleza.
Que visão etérea e pueril...
Voar na direcção do Éden...
Beijo para si.
Janita
Confesso
ResponderEliminaro meu insucesso
como poeta
comunicador...
Então um ser
que não olha o céu,
que não tem assunto
que não liga ao mundo
que virada a cada
momento
só para dentro
que viveu suspirando a sua própria
beleza
e a natureza
que não chega a cumprir
sua missão
e acaba espalmada
a fim de ser só olhada
é coisa de tanta admiração?
Ah, mulheres
temos que um dia falar
olhos nos olhos...
Meu caro, não gosto de seres pueris!
ResponderEliminarAcho que empregou mal o seu talento , rrss
Um beijo
Rogerio ,
ResponderEliminarSim , me parece que sua borboleta
voou até Guimarães ...
:)
E que lindo foi esse juntar.
Adorei seus versos esvoaçantes
plenos de primavera.
Bjo Grande !
Pela primeira vez na minha vida quis ser, apenas, simpática e não lhe desagradar e...dei-me mal.
ResponderEliminarNunca mais...
Quando disse " Voar na direcção do Éden.." quis acrescentar "...Pena não ter chegado lá e ter caído na escuridão..." .Porém, vi-o tão embalado que não o quis acordar.
Eu não digo que é fingidor??
Janita
Claro que sou fingidor...
ResponderEliminar"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente".
Já lá dizia uma (também) boa Pessoa