Este circulo vicioso já existe há 20 anos, agora só mudou de intensidade
31 maio, 2010
Entendimento sobre intensidades de um circulo vicioso
Este circulo vicioso já existe há 20 anos, agora só mudou de intensidade
Na minha sondagem 51% assinalaram a resposta “Aquilo é um espelho” e, assim, entendem que FN é um vaidoso, um perigoso narcisista disposto a tudo
30 maio, 2010
PS apoia Manuel Alegre (mensagens subliminares)
Enfim o apoio há tanto aguardado. Não reúne o pleno mas tem Sócrates plenamente ao seu lado, o que não significa, necessariamente, um ponto forte...
Contudo, não é essa a questão central deste texto, nem isso está dentro da minha missão ou mesmo até enquadrado pela minha declaração de princípios. Vou salientar, isso sim, a mensagem subliminar passada no DN de hoje. Como pode ver-se em cima, insinua-se na imagem que Manuel Alegre vai perder no confronto com Cavaco Silva. Se não, como explicar então uma área de papel significativamente inferior que lhe está atribuída?
Será que o voltar de costas de Manuel Alegre ao apoio do PCP está a criar no subconsciente das redacções a impressão de que, nestas eleições, não haverá quem engula sapos?
Eu Yoda, na plenitude dos meus poderes, vícios e prazeres (portanto, de boa saúde)
Comunico que regressei ao pleno dos meus poderes e habilidades em conformidade com os atributos que me são reconhecidos (ver aqui).
Regressei aos meus vícios (para tristeza da “Minha Filha Mais Nova”). Regressei também aos meus prazeres, dos quais destaco o meu gosto por dançar (excepção feita ao tango, por motivos demais conhecidos). O vídeo documenta o meu elevado vigor físico:
29 maio, 2010
Helena André, uma complexa contradição ou a dialéctica da (sua) natureza
Os marxistas, que fundamentam as suas bases no materialismo dialéctico, com a "Dialéctica da Natureza" afirmam que "tudo" resulta de um processo em que uma dada tese é confrontada com a antítese, resultando numa síntese. Segundo esta ortodoxa visão do universo, a Ministra Helena André seria o resultado (síntese) de uma alma feminina intrinsecamente generosa, solidária e justa (a tese) que em meio adequado (UGT e 18 anos de Bruxelas) teria assimilado um André (a antítese) frio, calculista, amigo do sistemas injustos liderados pelos poderosos e ricos. Estaríamos, assim, perante um exemplo próximo da ameba, tal como consta dos manuais dos filósofos marxistas. Estaríamos e estamos. Fui ver e confirmei. A prova está na imagem da ameba, onde é possível ver dois rostos pertencentes a essa duas almas que habitam o corpo da ministra...
Mourinho quando me acordou, na madrugada de terça feira passada depois de ver o Prós e Contras, dizia-me entusiasmado - A Ministra Helena André, também parece disposta a fazer qualquer coisa, pelo menos a ter uma atitude séria. Afirmou publicamente que próxima reunião da Concertação Social irá iniciar a reunião com os parceiros discutindo o diagnóstico da situação e só depois discutir o pacto para o emprego, na procura de compromissos…. Hoje, qual não é o meu espanto, vejo-a a almoçar no Pabe, com o Expresso a entrevista-la e a pagar-lhe a conta. Pasmo, pelo que diz: “Temos que reduzir custos directos e indirectos do trabalho”. Nem uma palavra sobre o "Pacto para o Desemprego". Ma qué isto? Minha nossa… Reflecti uns segundos (sou de raciocínio lento) e concluí: Quem esteve no Prós e Contras foi a Helena, ex-sindicalista, quem veio ao Pabe foi o André. Ai ameba, ameba, estás lixada comigo. Para começar, salto daqui e vou à manifestação…
E fui...
Este post está efectivamente associado à entrevista efectivamente dada por Helena André ao Expresso que efectivamente omite na versão on-line
28 maio, 2010
Plataforma petrolifera - As várias dimensões do desastre
A fuga de petróleo continua, que consequências para além dos impactos ecológicos?
Jeff Rubin, economista e autor do livro Porque É Que o Seu Mundo Vai Ficar Muito Mais Pequeno. Já lhe chamaram maluco, quando em 2000 previu que cinco anos depois o petróleo chegaria ao preço de 50 dólares por barril. Em 2005, calculou que três anos depois o barril iria ser vendido a três dígitos. A sua 'profecia' estava certa e por isso há quem já o considere um visionário. Acredita que em breve vamos dar um passo atrás na nossa economia.
Porque é que decidiu escrever este livro?
Escrevi-o porque quando a maioria das pessoas fala do pico do petróleo fala como se fosse o fim da civilização. Eu não acho que tenha de ser por aí. É o fim da economia global. E quero dar a conhecer esse meu ponto de vista.
Estamos a ficar sem reservas?
Não estamos a ficar sem petróleo, mas antes sem petróleo que temos capacidade de queimar. Todos os anos o mundo perde cerca de 4 milhões de barris por dia e consome 85 milhões. O que isso quer dizer é que temos de arranjar 20 milhões de barris por dia nos próximos cinco anos para que daqui a outros cinco possamos consumir a mesma quantidade que em 2010. Estamos a substituir petróleo low cost por high cost, além dos elevados custos ambientais das novas reservas.
O que aconteceu em 2008 vai voltar a repetir-se?
Antes da crise da Grécia, o barril estava a ser comprado a 85 dólares. E repare que a maioria das economias consumidoras de petróleo não está nas mesmas condições que estava antes de começar a recessão. O petróleo até pode voltar aos 40 dólares, isto se continuarmos em recessão, não digo que não. O que digo é que não podemos sobreviver como economia global se o preço do petróleo voltar aos três dígitos. E, quando isso acontece, a distância custa dinheiro. O modelo de economia global deixa de fazer sentido.
Quando é que isso vai acontecer?
Está a acontecer enquanto falamos. O petróleo esteve agora a custar 85 dólares por barril. Há três anos, esse preço seria um recorde inacreditável e agora é o que se paga quando metade do mundo está em recessão. Vamos chegar aos 150 dólares por barril. E não me parece que a economia esteja mais apta para lidar com esses preços do que estava em 2008. É por isso que acho que temos de mudar. Não faz sentido irmos buscar tudo à Índia ou à China porque os salários são mais baixos. O custo de importação vai ser mais caro. Aquilo que poupamos em custos de pessoal gastamos para trazer os produtos.
Vamos ter de nos habituar a outra forma de vida?
Sim, em tudo. No que comemos, onde trabalhamos, onde vivemos, como gerimos o nosso negócio, que tipo de trabalhos temos. Essas serão as mudanças que nos permitirão adaptar a preços de três dígitos. Mas não vamos deixar de comer. O problema é que nos Estados Unidos, Canadá ou Europa Ocidental metade dos terrenos agrícolas são hoje sítios pavimentados. As mesmas forças económicas que acabaram com as fábricas e as levaram para a China vão ter de reverter isso. Rendibilizar novamente os locais não porque o governo diz mas porque os preços do petróleo o dizem.
E acha que as pessoas estão preparadas para esta reviravolta?
A única vez em que concordei com George W. Bush foi quando ele disse "estamos viciados no petróleo". E estava 100% certo. Mas ninguém está mais viciado do que os norte-americanos. Contudo, é uma mensagem que as pessoas não querem ouvir. Preferimos fingir que conseguimos encontrar novas fontes de energia porque não queremos cortar no nosso consumo. Mas a chave não é encontrar uma forma de arranjar gasolina mais barata, a chave aqui é sair da estrada. Nisso acho que os europeus estão mais habituados. Pelo menos têm sistemas de transporte muito mais desenvolvidos.
Este é um problema comum a todo o mundo?
Sim. As pessoas têm de perceber que, num mundo onde as reservas de petróleo já não estão a crescer há cinco anos, conduzir, por exemplo, torna-se uma atitude de elevados gastos. Se vai haver 40 milhões de novos condutores na China e Índia nos próximos 10 anos, porque são estas as previsões, outros 40 milhões vão ter de sair da estrada. Isso vai acontecer nos EUA, Japão, Canadá, Europa Ocidental.
Que vantagens vamos tirar daí?
Vamos redescobrir muitos trabalhos que julgávamos terem acabado para sempre, principalmente de manufactura. As zonas verdes estão a voltar e, quer queiramos quer não, a nova economia vai ser muito mais verde do que a antiga. Preços de três dígitos vão fazer mais para diminuir a pegada carbónica do que mil acordos de Quioto. Vamos deixar de escolher.
27 maio, 2010
Jornalistas entre o cacete (dramatizadores) e o Massagim (desdramatizadores)
Relembrando o grupo frequentador daquela nossa universidade questiono-me como seria o nosso diálogo hoje, sobre a primeira página do DN. Que pensam o Penim, o Osvaldo, os Vitores (o de Direito e o Vítor Ópera), o Cesário, o Fernando, o Jorge, o Brás, o Carlos "Texas" e outros cujo nome se esfumou... O que eu penso, encaixa na perfeição nos próprios objectivos deste blogue. Sobre alguma imprensa dita de referência, já escrevi aqui, que a considero uma droga e que alguns jornalistas deveriam ser incriminados por passadores, devendo ser fortemente penalizados pelo tráfico de produto que, diga-se, ainda por cima é produto marado. Eis que Deus me ouviu (Ele é infinitamente bom, pena é ser lento)...
“…certo tipo de jornalismo, que vive à custa das tensões, dos exageros e do alarme social. Os dramatizadores e os desdramatizadores têm no plano social os mesmos papéis que, nos interrogatórios das polícias, o agente bom e o agente mau, com a alternância entre a tranquilização e o susto.
Não digo que, aristotelicamente, a virtude esteja no meio. Talvez a virtude seja um traço coleante que vai de extremo a extremo, numa espessura muito complexa, e que precisa de ser avaliada todos os dias, com o olhar com que observamos os barómetros.”Mário de Carvalho, in Jornal de Letras (21de Abril/4 de Maio)
Diagnóstico sobre o Estado da Nação (bases para um Pacto Para o Emprego)
DIAGNÓSTICO
A imagem poderia fazer pensar que como ponto destacado eu iria considerar o funcionamento da justiça. É mais do que isso. Sem acesso à justiça, de facto, não há Pacto que funcione. Mas no primeiro plano coloco a justiça social das medidas a tomar e justiça na distribuição do crédito salvaguardando o seu acesso por parte de quem mais emprega: As PMEs, cuja importância económica pode ser apreciada assim (dados INE 2003):
- 3/4 do emprego criado.
- 58% Do volume de negócios em Portugal.
Neste texto, não posso deixar de inserir um esclarecido artigo de opinião do jornalista Baptista Bastos, publicado no DN de ontem, 26 de Maio. Diz ele:EDP, PT E GALP DISTRIBUÍRAM AOS ACCIONISTAS 8.243 MILHÕES € DE LUCROS QUE DEVIAM PAGAR UM IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO E DEPOIS OBTIVERAM 25.589 MILHÕES € DE CREDITO, MAIS QUE O CONCEDIDO À AGRICULTURA, À PESCA E À INDÚSTRIA. DESTA FORMA, A BANCA TEM FRACAS DISPONIBILIDADES PARA CONCEDER CRÉDITO ÀS PMEs
O dr. Cavaco encheu o País de betão inútil. Recebeu oceanos de dinheiro para resolver dificuldades essenciais (repito: essenciais) e deu um tratamento uniforme aos problemas relativos ao desenvolvimento. Confundiu tudo. É um dos maiores embustes políticos de que há memória. O eng.º Guterres fez o percurso de interpretação clássica: o mal está na educação. Era a sua paixão ardorosa e a apoquentação da sua alma repleta de piedosas referências. O Cavaleiro de Oliveira escreveu que vivíamos numa "fermosa estrivaria." Guterres, num "pântano". Fugiu e escancarou as portas à direita mais abstrusa.
Se o nosso presente está ameaçado pela própria contingência da realidade que o envolve, deve-se a estes senhores, e a muitos mais outros, a perda da unidade de sentido que faz funcionar um país, uma nação. Tudo o que foi ministro da Economia e das Finanças tem passado pelas televisões apresentando respostas para a crise que não previram, ou que anteviram e não avisaram, ou que fomentaram por negligência e inépcia. Agora, são todos sábios e enunciam algo de semelhante ao fim da pátria tal como a conhecemos, e ao ocaso da democracia por ausência de cidadania. Enfim, dizem, a nossa tendência é a da servidão.
Fomos os "alunos exemplares" de Bruxelas: aceitámos a destruição do nosso tecido produtivo com a submissão de quem não foi habituado a expor questões e a enumerar perguntas. Pescas, agricultura, tecelagem, metalurgia, pequenas e médias empresas desapareceram na voragem, em nome da "incorporação" europeia. A lista de cúmplices desta barbaridade é enorme. Andam todos por aí. Guterres trata dos famintos do Terceiro Mundo; Barroso, dos "egocratas" de barriga cheia; os economistas que nos afundaram tratam da vidinha, com desenvolta disposição. Nenhum é responsável do crime; e passam ao lado da insatisfação e da decepção permanentes, como cães por vinha vindimada.Impuseram-nos modos de viver, crenças (a mais sinistra das quais: a da magnitude do "mercado"), um outro estilo de existência, e o conceito da irredutibilidade do "sistema." Tratam-nos como dados estatísticos, porque o carácter relacional do poder estabelece-se entre quem domina e quem é dominado - ou quem não se importa de o ser.
Eu limito-me a sublinhar as partes que subscrevo. Quem quiser procure os números, estão na PORDATA. As partes não sublinhadas, até posso concordar, mas não serão essenciais para serem discutidas no âmbito do Pacto para o Emprego.
Nota: Este post não tem mesmo piada nenhuma e custa a ler como o caraças
26 maio, 2010
Os Homens não choram? (uns sim, outros não)
Cresci e a dor física nunca me fez verter uma lágrima. Hoje dou por mim a engolir em seco, a ficar com a garganta embargada e lagrimazita no olho, por duas razões: por tudo e por nada. Comecei por detestar um boneco. Um dos bonecos mais jóia que a banda desenhada produziu. Depois comecei a compreender os calimeros…
Calimeros à parte, reconheço admirar os homem que choram (até para me poder auto-justificar).
Tenho registo de um outro homem que admirei, o Duarte Mangas. Cena marcante, quando este soluçante se abraçou a mim, a bordo do Santa Maria e no último dia da viagem de regresso da nossa comissão na guerra colonial em Angola. Dizia-me ele, lavado em lágrimas: “Não vou esquecer-te nunca. Foi bom conhecer-te. Sem ti eu nunca conheceria o José Gomes Ferreira, nem “A Memória das palavras ou o Gosto de Falar de Mim”. É esse abraço reconhecido que o vídeo abaixo documenta:
Aviso prévio: Porque este post está a ser escrito com os olhos rasos de água, não garanto que as imagens sejam exactamente as que eu queria escolher…
Outro aviso: até agora não recebi qualquer elemento do Mourinho relativo ao prometido diagnóstico sobre o estado da Nação. Temo que tenha de o fazer com a prata dacasa e alguns recursos imprevistos. É a vida, não vale a pena "calimerar" este inconveniente...
25 maio, 2010
A minha conversa com Mourinho...
Mourinho - Que ideia foi essa da carta? Podias ter-me prevenido... Agora em Madrid a imprensa vai fazer-me a vida negra...Eu, Mouro - Vai bugiar com outro. Tu das-lhe a volta com uma pinta do caraças e eu tenho que aumentar as minhas audiências. Preciso de fazer passar as minhas mensagens...Mourinho - À minha custa? Isso não é golpismo? Não te chega o material que diariamente tens disponível? Por exemplo acabo de ver o Prós e Contras, dar-te-á pano para mangas...Eu, Mouro - Tu viste? Tu o maior, interessas-te pelo que cá se passa fora do mundo futebolístico? Nem acredito...Mouirinho (com voz mais macia) - Não só acompanho, como sofro. Faço um esforço enorme para me conter... Mas ontem fiquei satisfeito... Vai ser dificil criar compromisso entre o Governo, os Patrões e os Sindicatos. Contudo será mais fácil chegarem a conclusões de consenso do que a Selecção Nacional passar a fase de grupos!Eu, Mouro - O que é que destacarias do programa de ontem? Queres dizer?Mourinho - Primeiro o reconhecimento de que os sindicatos devem ter uma palavra a dizer no rumo a dar à Economia. Não se pode discutir o Pacto para o Desemprego, sem criar compromisso com as políticas de desenvolvimento. Isso foi dito pelo gajo da UGT, repetido pelo Carvalho da Silva, valorizado pelo... como se chama o gajo da Concertação Económica e Social?Eu, Mouro - Silva Peneda... Tenho destacado alguns dos desabafos dele...Mourinho - A Ministra Helena André, também parece disposta a fazer qualquer coisa, pelo menos a ter uma atitude séria. Afirmou publicamente que na reunião de 4ª feira irá iniciar a reunião com os parceiros discutindo o diagnóstico da situação e só depois discutir o pacto para o emprego (aqui o Mourinho faz uma pausa prolongada, e retoma com a pergunta?) Rogério, conheces algum daqueles gajos?Eu, Mouro - Conhecer, conhecer não conheço. Mas posso chegar à fala com um deles. Porquê?Mourinho - Bom, sendo assim, vou-te mandar uns dados que ajudam ao diagnóstico. Sabendo que são da minha lavra, será mais fácil eles entenderem-se. Agora desculpa lá, mas são 3 da matina e estou com um sono do caraças...Eu, Mouro - Só uma pergunta: Porquê o sorriso gozão quando te coloquei aquela merda ao pescoço?Mourinho - O "Compre o que é nosso"? Deu-me vontade de rir... Como fazer campanha à compra de produtos nossos se a produção praticamente não existe e, por outro lado, não vai haver consumo interno que se veja. Xau, passa bem...Eu, Mouro - Xau! Posso divulgar esta conversa?Mourinho já não terá ouvido a pergunta. Corro o risco. Mais, amanhã vou publicar o diagnóstico com os dados que ele me prometeu enviar. Boa?PS: Esta conversa só foi publicada, pela forte impressão de termos sido escutados
24 maio, 2010
Carta Aberta a José Mourinho
Caro José Mourinho,
Escrevo esta carta com emoções desencontradas, desejos divididos e expectativas contraditórias.
Emoções desencontradas. Reconhecendo-te genialidade, quero partilhar a euforia, ovacionar-te, gritar o teu sucesso como se ele fosse nosso. Mas tal é contrariado pela lástima de ver o teu sucesso a reforçar a toxicodependência do nosso povo que, graças também a ti, acumula ópios de fé e vai esquecendo vidas e destinos…
Desejos divididos. Gostaria de te ver ganhar sempre, sempre e sempre. Mas tal desejo é contrariado pelo receio de que tais vitórias se traduzam em respostas extremas de "scolarização" das janelas, das portas, dos nossos corações, embandeirando em arco valores que não dão pão nem ao corpo nem à alma…
Expectativas contraditórias. Anseios de te ver liderar os “galácticos”, resolver Aldanos e balneários, meter a imprensa espanhola em sentido e ganhar tudo outra vez. Mas tal desejo tropeça na expectativa de te ver assumir outros desafios, longe de ópios do povo e vitórias futebolísticas, ao leme de Portugal, não como marca, não como treinador de futebol, mas sim como líder de uma rota ganhadora contra adversários que tu sabes tão bem estudar…
Todos te reconhecemos competências únicas, gestos de mágico, olhares convincentes, vozes adequadas, arrogâncias e provocações bem norteadas. Sabes lidar com a imprensa golpista como ninguém. Todos os jornais falam de ti. As nossas universidades estudam-te. És tema de teses de mestrado. As editoras publicam-te . Na blogosfera aparece de tudo. Desde discordâncias pejadas de tolerãncia, branco no branco, até às visões à luz da nossa candeia, alumiando humildades desconhecidas ou encobertas…
Precisamos de ti Mourinho: Que descubras as fraquezas dos nossos adversários especulativos e definas a táctica vencedora. Que ponhas um airbus à frente da baliza do nosso desenvolvimento e reduzas a zero os ataques das agências de rating. Treina a nossa equipa dirigente. Oferecemos-te o que quiseres.
Se exigires escolher um governo de salvação nacional, é só dizeres. O povo to dará. Terás milhões a aplaudir o teu trabalho nessa equipa governativa, onde todos saberão estar no seu lugar. Nada de demasiado povoamento ao centro. Lembre-se que tem boas alas. Atacando com a esquerda e com a direita. Todos a defender numa estratégia global. Ataques sem desequilíbrios tácticos…
Aceita Mourinho. Aceita. Precisamos de liderança e de uma estratégia nacional. Cada um anda a fazer o seu jogo. Já não há Concertação Económica e Social que nos valha.
Deste que respeitosamente se subscreve,
Um Mouro Admirador
23 maio, 2010
Brincando com coisas sérias
Coisas meio a sério, meio a brincar - Num post publicado em 28 Abril, 2010 questionava-me "Porque é que eu, gajo urbaníssimo, sonhava com a Reforma Agrária?". Aí tive a oportunidade de vos contar porque me apaixonei pelos valores do trabalho agrícola e sobre a justiça da posse da terra. Hoje, com a minha persistente inocência, dei por mim a acreditar nesta iniciativa: "Proporcionar à população do Porto (Largo Duque da Ribeira) a participação colectiva num projecto de utilidade comum, promover a responsabilidade partilhada nos espaços públicos, renovar a paisagem urbana, tornando-a mais aprazível e saudável, e formar crianças e jovens para começarem desde cedo a valorizar o meio ambiente" são os objectivos deste "Farmville" real".
Antes que a coisa degenere - As hostes mais conservadoras segundo o meu amigo Carlos gostam de jogos e em particular do "Monopólio" (conforme ele escreveu há dias, lá nas suas Crónicas do Rochedo). Quanto ao FarmVille, só de ouvirem falar em reforma agrária ficam arrepiadas, não olham com simpatia iniciativas daquele tipo. São perigosas. Mesmo em meio urbano podem fazer criar ideias. Vai daí, O PiG (Partido da Informação Golpista) produziu este panfleto com o objectivo de remeter o FarmVille para a pureza do melhor uso que lhe é devido...
Será este post um documento histórico?
- 6 milhões (?), vitoriando o campeão SLB;
- 1 milhão saudando o Papa
- Depois de um mar de 90 mil no primeiro dia, esperam-se 400 mil no Rock in Rio
- 3 milhões seguem a nova novela da TVI, estreada em Março
22 maio, 2010
21 maio, 2010
Moções de censura de ontem, igualmente não aprovadas
Silva Peneda considera assim que, nesta altura, o problema de crescimento económico obrigará a um "grande esforço de concertação social".
Não é um problema que possa resolver pela acção de um só agente "por mais poderoso que seja", mas sim pela iniciativa conjugada pelo governo, dos sindicatos e das empresas, disse.
"Se o sistema for os parceiros pronunciarem-se apenas sobre as propostas do Governo, penso que então ela não preenche os requisitos. A concertação não serve apenas para ouvir, para isso cria-se um conselho consultivo. Com a actual composição política, há espaço para uma maior intervenção da concertação social. Estão longe de se terem esgotado as virtualidades da concertação".
O PCP já fez as contas a todas as medidas de austeridade anunciadas pelo Governo e não tem dúvidas de que para o ano "muitas famílias" vão ter menos um mês de salário. É contra o impacto das medidas anticrise que o PCP sai hoje à rua para contactar com a população, na véspera da moção de censura no Parlamento.
Lições do Brasil
O ministro da Fazenda, Guido Mantega comentou que o modelo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se baseia “na redução da pobreza e ascensão da classe média” e criou um “mercado de massas” advindo de um “círculo virtuoso” do mercado interno, que permitiu manter o consumo elevado e resistir à crise global.
20 maio, 2010
Lula da Silva (off the record)
Sócrates – Esses gajos…
Lula – Vê como falas, eu era o patrão da Inter lá do sítio
Sócrates – Sim, mas…
Lula – Eu li o documento do Eugénio Rosa. Tá lá tudo. Vocês aqui não têm Concertação Económica e Social? Porque não discutem essas coisas? Eles apresentam contributos para uma política alternativa: de como aumentar as receitas fiscais; quais as despesas do Estado que podem ser imediatamente reduzidas; o que eles entendem por bom investimento público tão necessário.
Lula – Então não te admires do quem vem a seguir.
Este Governo podia perceber que há alternativas, devia perceber o que é o "Circulo Virtuoso" que faz o Brasil crescer 5% ao ano e passar ao lado da crise financeira... Poder, podia. Mas não quer (ou não o deixam?)
19 maio, 2010
18 maio, 2010
A adesão das massas ao fenómeno religioso, deixa-os descansados
- Aumento do IRS este ano sobre trabalhadores e pensionistas: €586 milhões
- Aumento de IRC este ano para as grandes empresas: apenas €193 milhões
- Aumento do IVA em 1 ponto percentual, a aplicar também a medicamentos e produtos essenciais (pão, leite, batatas, arroz, etc) o que dá um aumento de imposto de €600 milhões/ano
17 maio, 2010
Tudo voltou à normalidade, ainda em tons de azul...
16 maio, 2010
15 maio, 2010
Serviço público ou privado?
14 maio, 2010
Palavra do jardineiro (dando conta do estado do rei)
Come bem,
Dorme bem,
Passa vida regalada,
Tão serena e descuidada,
Como, no mundo, ninguém!Fala do jardineiro, tal como eu recordo do conto infantil "A Moura Torta"
O rei sente-se assim (o que deixa a filha mais nova bem contrariada e triste...)
10 maio, 2010
08 maio, 2010
O poder quando se sente ameaçado, até pela igreja, não perdoa…
O Expresso dedica à visita do Papa espaço nobre, nomeadamente na sua revista. Assumindo-se como anfitrião, omite tudo o que em torno da Igreja pode considerar-se inoportuno.
Eu não!
Admitindo esta teoria da conspiração, quais os interesses em causa?
Bem! Ao certo, ao certo, não sei! Espero que me ajudem. Quem terá ficado de braços cruzados quando ouviu o Papa:
- Dizer “O colapso financeiro em todo mundo demonstrou, como sabemos, a fragilidade do sistema económico actual e das instituições relacionadas com ele”;
- Afirmar estar preparando uma nova encíclica que terá um capítulo especial intitulado "Fraude e Fisco", o qual estabelecerá condenação moral aos fraudadores e aos paraísos fiscais que se abrem à ocultação de patrimónios ilícitos.
Se eu fico muito abalado com isso? Sinceramente não. Há muito que não vejo na igreja outra coisa que não seja as suas próprias contradições…
07 maio, 2010
Solução? Seguir as "boas práticas" de Charlie Chaplin
- apenas 7,3% do crédito foi concedido à agricultura, pesca e indústria
- 78,1% foi para a construção, habitação, imobiliário e consumo
Como as politicas não mudam, a solução é a prestação de serviços e o empreendedorismo seguindo as "boas práticas" de Charlie Chaplin
06 maio, 2010
TGV sim, talvez!... Aeroporto? Nunca na vida...
Sobre as vantagens do TGV, o anterior ministro das Obras Públicas, garantia que a opção de alta velocidade "vai utilizar energia eléctrica e substituir o transporte rodoviário que usa combustíveis fósseis", um dos principais fardos da nossa balança de pagamentos."Temos parcelas maiores no endividamento que o TGV e uma delas é a energia" adiantou Mário Lino, referindo a factura energética como uma das principais causas do endividamento do país.
As minhas convicções
Estou de acordo com o Mário Lino. Ele utiliza argumentos incontestáveis. Só que, pelos mesmos argumentos não posso concordar com o investimento no novo aeroporto. É hora de dar atenção ao problema da escassez do petróleo
As convicções do Departamento da Energia dos Estados Unidos
Olhem para este gráfico e tremam. Não foi feito pelo Earth First (1) Não foi feito pelo Serra Club (2) . Não foi desenhado por socialistas nem por nazis nem por Osama Bin Laden nem por ninguém da Goldman- Sachs (3). Se você for simpatizante dos ' tea-partier " (4) fique descansado que ele não foi feito por nenhum Democrata progressista. E vice-versa. Foi desenhado pelo Departamento da Energia dos Estados Unidos, e os militares do Joint Forces Command dos Estados Unidos contribuíram para a sua feitura.
O mundo foi completamente transformado pelo petróleo durante o século XX, mas o gráfico tem razão, dentro de 20 anos, o petróleo praticamente desaparece mas a nossa dependência dele não. Em vez disso, temos:
- Tempo zero para resolver como substituir os automóveis na nossa vida
- Tempo zero para planear como fabricar e instalar milhões de fornalhas para calefacção a fim de substituir as existentes a petróleo, e zero tempo para produzir as infra-estruturas necessárias para realizar essa tarefa
- Tempo zero para reformular os bairros suburbanos para que possam funcionar sem gasolina
- Tempo zero para planear a substituição das maiores instituições militares da história, quase totalmente dependentes do petróleo
- Tempo zero para planear alimentar nove mil milhões de pessoas sem a "revolução verde", uma criação da era do petróleo
- Tempo zero para planear a substituição do petróleo enquanto combustível essencial na produção da electricidade
- Tempo zero para planear a preservação de milhões de quilómetros de estradas sem asfalto
Tempo zero para planear a substituição do petróleo no seu papel essencial em TODAS as indústrias - Tempo zero para planear a substituição do petróleo no seu papel único de transporte de pessoas, produtos agrícolas, bens manufacturados. Num mundo sem petróleo que parece estar apenas a vinte anos de distância, não haverá navios alimentados a petróleo que transportem cereais dos Estados Unidos para outros países, não haverá aviões alimentados a petróleo que liguem as principais cidades do mundo, não haverá barcos alimentados a petróleo que transportem mercadorias chinesas para os milhares de milhões que hoje delas dependem
- Tempo zero para planear a sobrevivência dos milhares de milhões de pessoas que se esperam até 2050 depois do "pico de todas as coisas"
- Capital zero, por causa da incapacidade dos bancos e da dívida pública e privada, em resolver estes problemas
Porquê tempo zero? Leiam o artigo, leiam...
[1] Earth First! É: grupo radical de defesa do ambiente que surgiu nos EUA em 1979. [2] Sierra Club: a mais antiga organização ambiental nos EUA, fundada em 1892. [3] Goldman Sachs Group, Inc.: banco de investimento global que trata de investimentos, garantias, gestão e outros serviços financeiros. [4] Tea Party: movimento político de direita nos EUA iniciado em 2009, constituído sobretudo por sectores da pequena e média burguesia afectados pela crise. A suas manifestações incidem sobretudo em questões fiscais.
Este post foi publicado ao abrigo do ponto 4) da minha declaração de princípios que diz:Trarei para o meu blog todos os temas que julgo serem omitidos por razões que a razão desconhece ou me parecerem arredados da agenda das redacções da imprensa semanal;
05 maio, 2010
Eu pago a minha parte da dívida... se o TGV for assim (2)
A Alstom Transport (A fabricante de material ferroviário pretende criar uma rede de fornecedores nacionais para o sector ferroviário, numa aproximação da indústria nacional ao mundo da Alta Velocidade, área onde a multinacional francesa é uma das líderes mundiais de mercado. Segundo Ângelo Ramalho, presidente da Alstom Portugal, «o país tem competências e é possível integrá-las no sector ferroviário e nos produtos e projectos que a Alstom desenvolve». A empresa organizou um workshop dedicado ao tema “Interiorismo e Subsistemas – Indústria Nacional”, tendo dinamizado para o efeito cerca de 50 empresas e instituições, onde se destacam a EMEF, Efacec, Amorim Cork Composits, Simoldes, Inapal Plásticos, Polipoli, Metricube, Vidropol, Sunviauto, Couro Azul, Alma Desing, Strong, TNG Fabrics, Montemeão e Caetano Components. O workshop foi realizado em parceria coma FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto – Design Studio e contou com o apoio da AICEP. Apesar da iniciativa ter um âmbito local, a Alstom pretende que os seus resultados venham a ter um cariz internacional, de modo a que as soluções apresentadas pelas empresas portuguesas possam um dia vir a integrar os produtos e soluções ferroviárias da Alstom. «Esta é uma forma de dinamizarmos a indústria nacional», revelou Ângelo Ramalho, adiantando que «a integração de parceiros nacionais nas nossas ofertas» é uma componente bastante importante nas políticas empresariais da Alstom. Este novo projecto, surge na sequência da criação do “Knowledge Cluster pela Alstom, em Julho passado, que tem como objectivo desenvolver projectos vanguardistas no sector ferroviário e em áreas como as estruturas, materiais compósitos, interiorismo, manutenção e eco-design. O projecto agrega 20 instituições, das quais se destacam as participações da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), Instituto Superior Técnico (IST), Universidade do Minho, Universidade de Coimbra, ESADE, Universidade de Aveiro, IADE, Faculdade de Arquitectura de Lisboa e Universidade Lusíada e Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ).
Este post foi publicado ao abrigo do ponto 4) da minha declaração de princípios que diz:Trarei para o meu blog todos os temas que julgo serem omitidos por razões que a razão desconhece ou me parecerem arredados da agenda das redacções da imprensa semanal;
04 maio, 2010
Eu pago a minha parte da dívida... se o TGV for assim
03 maio, 2010
Pessoa (actual e fora da página de qualquer jornal)
NEVOEIRONem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo - fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer,
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a hora!
Nota: Este poema de Fernando Pessoa (Mensagem) tem uma epígrafe final “Valete, Frates” (Adeus, Irmãos) considerada como símbolo de fraternidade em organizações esotéricas; ao usá-la, Pessoa remete-nos para o carácter esotérico/ místico da obra. Omiti-a. Acho que a hora é a de chegar e agir, não a de partir…
Este post foi publicado ao abrigo do ponto 6) da minha declaração de princípios que diz: "Em datas festivas, ou sempre que me dê na real gana, publicarei poemas, vídeos e outras e outras cenas, desde que se integrem no espírito da minha declaração de princípios"
Terminado o período entre datas memoráveis...
2.Trarei para a minha agenda discursos ou posições partidárias sempre que a imprensa semanal deles faça omissão ou distorção;
3.Denunciarei todas as notícias ou opiniões que, em meu juízo, colocam em causa a reputação e o bom nome das pessoas sem a devida prova e fundamentação do interesse público.
4.Trarei para o meu blog todos os temas que julgo serem omitidos por razões que a razão desconhece ou me parecerem arredados da agenda das redacções da imprensa semanal;
5.Tentarei suprir a ausência da actividade da ERC (Entidade Reguladora da Comunicação Social) na análise a estes jornais;
A obra «Fontes sofisticadas de Informação – Análise do produto jornalístico político da imprensa nacional diária de 1990 a 2005», sob a chancela da editora Media XXI, cuja capa destaco, é um apanhado da investigação que deu origem à tese de mestrado do assessor e que avança sobre uma análise detalhada da influência das fontes na política, na imprensa diária. Aproveito para relembrar o que disse o seu autor na sessão de lançamento do livro:
“Há o ‘praga de gafanhoto’, que é insistente e liga várias vezes só para saber se recebemos um e-mail; o ‘falinhas mansas’, que tenta convencer o jornalista com tácticas manobreiras, mas subtis; o ‘ditador’ que ameaça não dar a próxima notícia, caso não se publique a última anunciada e o ‘spin doctor’, que usa técnicas selectivas para promover a agenda que representa”.