Sou um homem de duas culturas e frequentemente as cruzo. Por exemplo, é frequente misturar coisas das almas com as leis da natureza e comportamentos com as leis da electricidade. Mais propriamente da electrodinâmica. Sou uma espécie de António Gedeão, mais bronco e com muito menos inspiração. Mas faço profundas reflexões em torno das atracções entre almas. Nos meus laboratórios das almas e da física tenho pesquisado e encontrado o mesmo tipo de resultado: Almas de sinal diferente é que se atraem. Um, sem muito procurar, encontra no outro coisas de espantar. A surpresa e o pequeno segredo revelado são de mútuo agrado. O que uma alma não faz, faz a outra e vice-versa. Completam-se. A atracção é permanente e a relação duradoira, pela vida fora. Discutem, discutem, discutem. Quase sempre não há acordo mas aceitam-se um ao outro (caso se respeitem, sendo o respeito uma regra básica e exterior à própria física das almas)
Pensemos agora nas almas iguaizinhas a começar até na procura da alma gémea para a relação eterna. Puro engano, mas frequente. Sobretudo em gente sem grande disponibilidade mental para aturar outro que não seja seu igual. As mesmas cores, os mesmos odores e sabores, as mesmas árias e cantores e até o tacto se procura parecido. Os mesmos clubes e partido. O mesmo sonho. Enfim, um enjoo. Tais almas-espelho em períodos de menos auto-estima multiplica por dois esse clima. Quando se desgosta de um, desgosta-se dos dois. Raramente se admite um nosso defeito no outro. Essa é a explicação para tanta separação, quando a habituação . O corpo, que não a alma, pode se sentir ainda atraído. Ah, a traição dos corpos, esses marotos, tão vulneráveis ao tempo, às banhas e pés-de-galinha, à verruga, à celulite e sua irmã artrite ...
Faltou rigor cientifico? Talvez não. O que acontece é que no sentimento nem tudo é electricidade, pois também existem os estados de alma. Quem não sabe que alguém fervendo em grande paixão a vê entrar em ebulição, vaporizando-se num ar que sabia a mar? Ou parecia amor...
NOTA: Se achou o texto confuso, saberá muito do amor, mas pouco das leis da física
:) Pois até terá muito de científico esta sua análise sobre a atracção e a repulsa entre estados de alma semelhantes... mas o que é bom nos estados de alma, tal como os corpos com o tempo, é que eles também se alteram... e percebem que afinal o que mais repudiavam passa a mais atrair e vice-versa :)
ResponderEliminarNão achei o texto confuso, achei-o sim, muito interessante.
ResponderEliminarSaudação do polo negativo!!!
"Os opostos se distraem, e os dispostos se atraem"
ResponderEliminarMas, e quando apenas um está disposto?
O disposto vira oposto do outro.
Opostos em alguns aspectos, dispostos em outros.
Opostos para não perderem sua individualidade,
Dispostos a compartilhar experiências particulares.
Opostos dispostos, seguindo juntos,
Descobrindo cada um um canto do mundo,
Transformando-o em dois.
Opostos dispostos, ligando dois pequenos mundos em um.
O que era grande não é tanto assim.
(Fernando Anitelli)
Nota: se achou o comentário confuso, do amor nada saberás...rsrs
Brincadeiras a parte, belíssimo texto, Rogério!
Eva
ResponderEliminaracho que a Sam a complementou, como o comentário que aqui deixou
Ematejoca,
saudações do polo positivo
Sam,
Que ajustado e verdadeiro. Mas olhe que eu falei em estados de alma e não nos "processos da razão". Esses, como a "disposição" situam-se numa outra dimensão: a da vontade e do querer (as almas limitam-se a ser e a obedecer)
Tive muito prazer em conhecer Fernando Anitelli. Obrigado por mo ter apresentado.
Olá amigo
ResponderEliminarConcordo com você. Os contrários se atraem, e têm todas as possibilidades de ficarem juntos para sempre, apesar das constantes brigas.
Grande abraço
Também concordo. Nada mais diferente que eu e o meu marido: e já vamos quase em quarenta anos de casamento. Cada um tem o seu "mundo" e o seu "espaço". A intersecção é reduzida...
ResponderEliminarUm aparte: não gosto de física e menos ainda de química. Mas gosto de filosofia. E o seu texto de hoje obedece-lhe bastante.
Gostei.
Só quem aceita as "diferenças" pode ser igual.
ResponderEliminarComo disse Fernando e bem Sam lembrou "Os apostos se distraem e os dispostos se atraem"
ResponderEliminarEu de certa maneira acho que nas relações de opostos tem mais chance de dar certo, apesar das brigas, porque o outro tipo de relação deve ser bem morna neh, e relações assim devem ser um saco.
Será que vc entendeu o que eu falei rss.
Rogério querido, tem carinho lá em casa pra vc.
Beijinhos se cuida.
Cheguei " à procura de mim" e encontro um texto belíssimo.
ResponderEliminarMas fiquei a pensar que, nas equações matemáticas, menos por menos dá mais e que mais por menos dá menos... Ora, adaptando-se a regra às almas isso daria qualquer coisa de diferente...
Beijinho
Eu também não achei o texto nada confuso, aliás tenho a mesma opinião apesar de nunca a ter confirmado em laboratório ;)
ResponderEliminarMas também não convém abusar da diferença, se não lá se vai a experiência :D
Beijinhos
quem sabe, sabe...
ResponderEliminarpela diferença vamos!
abraços
"Futilidades com suporte científico" ?!...
ResponderEliminarBem! Esperarei pelo que se segue que este, algo me diz, que está incompleto.
Um beijo
Rogério de amor sei um pouquinho, já de física... "O que acontece é que no sentimento nem tudo é electricidade, pois também existem os estados de alma."
ResponderEliminareu fico com os estados de alma
bjs
Jussara
Sou mau a física, mas creio ter percebido o post. Os opostos são como os apóstolos. Nem todos tinham os mesmos gostos, apenas um denominador comum.
ResponderEliminarAqui não posso dar palpites... não acertei uma, nem duas, nem três... já desisti de perceber ou se calhar até percebi demais... ;)
ResponderEliminarBjos
Vejam bem, não há só gaivotas em terra, quando um homem se põe a pensar...
ResponderEliminarAbraço
Um bom texto Rogério! Sempre surpreendendo e atraindo.
ResponderEliminarBeijinho
Gostei do texto, que me fez sorrir.
ResponderEliminarBeijinhos.