17 abril, 2011

Homilias dominicais (citando Saramago) - 36

Descobre-se Saramago, respeitosamente, perante a Maior Flor do Mundo...

No conto assim acontece. Descobriu-se o escritor, não sei se à flor se ao gesto esforçado do menino. Admitindo que a flor seja a Democracia Avançada, tiro eu, também, o meu chapéu a quem correspondeu ao apelo que fiz. 20 sugestões pedi. 20 sugestões (ou mais) apareceram. Se houvesse que dar destaque eu não hesito, por isto assim dito: "Guardadas que estão as sementes/ da nossa flor/ viva/ um dia serão de novo caminhos de sonho/nas mãos de outras crianças".

Assim, acabam os meus amigos de cometer um gesto que espero que se converta em acto politico:

HOMILIA DE HOJE

"Quando dizemos que é um resultado importante o viver em democracia, dizemos também que é um resultado mínimo, porque a partir daí começa a crescer o que verdadeiramente falta, que é a capacidade de intervenção do cidadão em todas as circunstâncias da vida pública. Ou seja, fazer de cada cidadão um político. A liberdade de imprensa, a liberdade de organização política é o mínimo que podemos ter, porque a partir daí começa a riqueza espiritual e cívica do cidadão autêntico."


José Saramago. Una mirada triste y lúcida, Algaba Ediciones, Madrid, 2007In José Saramago nas Suas Palavras

AVISO: Pela riqueza de alguns dos comentários (que pode ver aqui), farei na próxima semana posts alusivos

9 comentários:

  1. Que pensaria Saramago do arrependimento de Otelo e da indefinição de Nobre?

    Uma boa Semana Santa.

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  2. Concordo inteiramente com a "homilia" de hoje... A conquista da liberdade e da democracia é apenas o começo... uma oportunidade para esse crescimento cívico que pode perfeitamente definhar se não "regada" e acarinhada... Abraço e boa semana!

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  3. Pois eu já escrevi aqui Link o que me parece ser muito necessário à Democracia, uma participação cada vez maior e mais directa das populações para que possam controlar melhor os seus destinos e assim, retirar parte do poder que se encontra, quase todo, nas mãos dos políticos que, por exemplo, podem optar por investir no alcatrão em vez da saúde e aí como em muitas outras coisas deveria ser o povo a escolher e democraticamente votar, o rumo que quer tomar. Curiosamente, o Rogério não comentou ;)
    Também escrevi um post para outro Blogue em 28/05/2010 LinK em que também falo de uma verdadeira união, esquecendo os direitos de grupo e pensar mais numa democracia directa.
    (Só espero que os links estejam correctos, às vezes meto água ;))

    Bjos

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  4. Pois é Isa
    Os links não funcionam...
    (se não comentei, não li. Comento sempre que leio)

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  5. Parece que meti água nos links
    2ª tentativa: ;)

    Link

    Link

    Vamos ver se é desta :)

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  6. Caro Rogério
    José Mario Branco cantou uma cantiga que começava assim "eu vi este povo a lutar para a exploração acabar".
    Eu tambem vi. Comissões de moradores, comissões de trabalhadores, comissões sindicais e intersindicais e muitas outras formas de participação popular. Acho que passou por aqui uma "anestesia geral". Pode ser que o efeito passe. Sim sonho que "um dia vamos dar a volta a isto".
    Abraço

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  7. O acto político é fundamental, ainda que o resultado seja, quase sempre, um reflexo da manipulação a que o povo tem sido sujeito ao longo de décadas por parte dos mass-média associado a um desinteresse na participação cívica o que, em muitos casos, está relacionada com uma descrença absoluta na classe política que nos tem (des)governado.
    (Pelo que me toca nunca neguei a minha gotinha de água à Flor.)

    L.B.

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  8. oportunas sempre as tuas homilias - a Democracia está cada vez mais esreita!

    abraços

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