16 janeiro, 2012
Eus de mim, no meio de nós
Em tons escuros
me descubro me revelo
Novelo de mim
Eu
de tantos eus
Um eu de ser e de estar
Um eu de amar
Um eu de ouvir
Um eu de não calar
Um eu de cantar
hinos de ir
e canções de embalar
Um eu que pensa
Um eu que voa que tem proa
tem ré bombordo e esse outro lado
e o por cima da quilha
guiada por um leme
Eu assim barco
Eu forte por vezes fraco
Um eu que treme
Outro que se agita e que reclama e que grita
Um eu que luta outro que ironiza
Um eu que pensa julga ajuíza
Um eu que me ampara
e recolhe a lágrima de esse outro eu
que sou eu
humano
como tu no meio de nós
--------------------------------------------Rogério Pereira
Tela de minha colecção - autoria de Guma Kimbanda
"...não são partes de um todo, mas um todo que repartes." me disse Guma, num comentário...
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Caro Rogério
ResponderEliminarGostei do seu "eu" já tinha dado para ver, tal como a sua alma e o seu contrário.
Nunca tinha tido ainda oportunidade de ler a sua arte poética e fiquei super agradado. É muito bonito o seu poema.
ResponderEliminarReúno todos em meu regaço.
ResponderEliminarAos poucos vou-lhes encaixando ,
Um a um,
Tramando o novelo então desfeito.
Novamente recomposto, passo a tecer.
Dias e noites são necessários.
Acalantos, carinhos, risos e choros.
Conversas doces e avinagradas não faltam
Até que o resultado final se faça.
Em certo anoitecer , dou por encerrado o trabalho.
Olho o resultado e sou olhada por ele.
Sorrimos um ao outro.
Sabemos das trilhas distantes, que devem continuar exploradas.
Temos ciência de serem esses caminhos singulares.
Afastamo-nos a passos firmes.
Deixamos, no entanto, inertes,
Escondidas no escuro, nossas sombras.
Essas não necessitam prosseguir no reto caminho.
Ninguém daria falta delas.
Essas vão aguardar o amanhecer para seguirem unidas sob os raios do sol.
Um dia, quem sabe, possamos retornar para buscá-las...
Um bj querido amigo
Nunca te arrependas
ResponderEliminarmesmo ao espelho
Um só corpo para tanta alma!...
ResponderEliminarBeijo
L.B.
Bravo! que poema maravilhoso gosto quando você posta poemas!!!
ResponderEliminarRogério
ResponderEliminarUm poema dos mais belos que tenho lido!
Perfeito na transparência de fragilidade e da fortaleza do Eu.
Perfeita a sua escolha do quadro do Guma. Um dos que sempre me encantaram.
Fico feliz por o saber consigo. Nele, o Rogério ver-se-á como se se visse ao espelho.
Beijo
lindissimo
ResponderEliminara pintura e o texto
Bjinhos
paula
Um Eu desdobrado em mil outros, em tantos quantos se esconde e se revela...
ResponderEliminarunos, uns abraçados aos outros, vivem enlaçados pela alma que os enleva.
Assim é, Caro Rogério.
Assim somos... tanto, num corpo só.
A tela, magnífico trabalho de Guma, a ilustrar bem a poesia de Si.
Um abraço
Obrigada Rogério!
ResponderEliminarPor seres todos esses "eus" assim lindo, solidário, humano, e outros tantos de que se gostam tanto.
Conheço a tela maravilhosa do Guma, esta entre muitas, todas belas, todas uma história de vida.
Beijo
Ná
bonitas palavras as tuas e com cunho pessoal ainda vale mais
ResponderEliminarkis .=)
Amigo Rogério:
ResponderEliminarQuando um eu como o seu está no meio de nós, o nosso eu fica grandioso.
A tela perfeita para a sua alma e o seu poema.
beijinhos comovidos
Volto para te dar mais um beijo, desta vez bem mais doce.Posso???
ResponderEliminarObrigada Rogério, és um amigão e um SER especial.
BEIJOOOOOOOO
Ná
Naveguei por estes "eus" e perdi-me.
ResponderEliminarPerdi-me no encontro.
Rogério gosto tanto, mas tanto dos teus poemas, que o que gostava mesmo era de ver aqui muitos mais e um livro deles.
ResponderEliminarPorque não planear para um tempo depois desta última prosa que editaste, um livro de poesia?
Estou a gostar muito dos relatos da vida de um "Furrié dotor" e os seus doentes "dus sanzara", :), mas este poema como outros que já te li são uma alma inteira, desdobrada por múltiplas e inquietantes situações e só não se inquieta quem não vive.
A tela não podia ser mais adequada ao texto. Muito expressiva sob o ponto de vista psicológico!
Beijos e parabéns.
Branca
verdadeiro caleidoscópio. de cores vivas... e frageis.
ResponderEliminarabraço
Que bonito, amigo Rogerito! Parece-me que ria gostar de todos esses seus eus - se o conhecesse. Que sorte tem a Teresa!
ResponderEliminarBeijinhos (para ambos)
...não são partes de um todo, mas um todo que repartes.
ResponderEliminarPartes, que partem para chegar
e no que tocam têm a magia
de distâncias encurtar.
Foi como ouvir-te, saído lá bem de dentro e não como declamado. As tuas palavras têm voz e nelas me identifico.
Forte kandando... Inté!
Amigo Rogério.
ResponderEliminarSem qualquer desprimor para com o seu talento poético, que bem conheço, diria que todos esses EUS que o habitam e neste poema se soltaram grandiosos e belos...foram enfeitiçados pelos EUS desta criação magnífica do Guma Kimbanda.
Parabéns e um beijo.
Preciso ler mais poemas teus.
ResponderEliminar«Eu forte por vezes fraco
Um eu que treme»
Aí me reconheço.
Beijo
Caro Rogério, esse poema é uma mistura de Sá-de-Carneiro com Pessoa. Muito bom! Parabéns! Abraço do Gonçalves.
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