12 fevereiro, 2013

O Papa, a renúncia, o eucalipto e a sua cúria


João Paulo II, o santo Papa que, tal como o eucalipto, à sua volta secou tudo...
 
Em Março de 2010, vai fazer três anos, fiquei com a impressão que iria acontecer coisa próxima disto agora acontecido, e a que se chama "renúncia". O título do post era significativo: "O poder quando se sente ameaçado, até pela igreja, não perdoa…" O meu (talvez único) erro foi confundir Ratzinger com a igreja. Quem ameaçava poderes obscuros era o Papa. Ratzinger ameaçava os próprios poderes da Igreja que o elegera. A Igreja que João Paulo II secou de santidade, ao absorver, como um gigantesco eucalipto, toda a santidade para si.
"Ratzinger é um pastor derrotado e coerente que, farto de lutar, retira-se para a clausura antes de ser devorado pelos abutres [da  cúria de João Paulo II,] ávidos de riqueza, poder e imunidade." - Miguel Mora, in El País

"As vestes e o rosto tão sujos da tua Igreja Igreja assustam-nos, mas somos nós mesmos que as sujamos" - Ratzinger, em 2005, antes de ser eleito
NOTA: As citações acima foram transcritas do Público de hoje, de um comentário de Jorge Almeida Fernandes, não disponível on-line

15 comentários:

  1. Como já deves ter reparado eu não sou Católica. Nunca prestei, por isso, muita atenção às questões da Igreja...seus jogos de Poder, e afins. mas acredito que existam.Que a Riqueza de que se faz rodear o Santo Pontífice é um exagero e não combina com a simplicidade dos apóstolos e de Jesus Cristo, isso não.Isso sempre me fez comichão! Depois...acredito que haja sim, jogos "políticos" dntro da Igreja que poco têm a ver com a Santidade e a Pureza! Isso é que é triste!

    Um beijo e um abraço. BS

    ResponderEliminar
  2. A incomensurável diferença nessa metáfora, que compara o Papa João Paulo II a um eucalipto, que absorve toda a água ao seu redor para poder sobreviver, é que o Santo Papa emanava e não absorvia santidade!
    Absorvê-la de quem, dentro do Vaticano, não me dirá?
    Quanto às citações, valem o que valem.
    A primeira, uma mera opinião e a outra, sem dúvida, uma constatação.

    Sabe que Ratzinger, ao resignar, subiu no meu conceito?
    Eu, que até não gostava dele, passei a gostar!

    Um beijo.

    PS: Apropriadíssima a Etiqueta.

    ResponderEliminar

  3. O poder dos 'poderes' em conflito com o poder dos poderosos eucaliptos.

    Ratzinger conseguiu fazer com que o visse com outros olhos.

    Beijo

    Laura

    ResponderEliminar
  4. Achei que o papa teve uma atitude corajosa e também subiu na minha consideração.
    Vamos ver quem vão escolher.

    beijinho

    ResponderEliminar
  5. O processo eleitoral

    já é motivo de apostas a dinheiro

    Oremos

    ResponderEliminar
  6. Muda-se uma peça de um tabuleiro onde tudo se estuda ao pormenor e nada surge de imprevisto...
    Estive no Vaticano no início dos anos oitenta, tinha morrido João Paulo I. Estive no Vaticano há três anos. É um mundo estranho e poderoso.

    bj

    ResponderEliminar
  7. O comentário do Puma fez-me rir.
    O poder do Vaticano conheço-o como toda a gente pela opulência que emana, conheci-o mais particularmente pela boca de um ou outro missionário que na passagem por algumas formações em Itália, vindos da Angola que conheceste e que atravessou ainda tantos anos de guerra civil, passavam por lá ao largo revoltados com o contraste das imagens que traziam no olhar e as dos cardeais que gravitavam por aquele mundo. O Papa é apenas uma peça, muitas vezes manietada por muitos outros que não querem perder o poder, como em qualquer corte que se preze, plena de intigas e jogos de interesses, uma corte tão ultrapassada no tempo, de tal maneira que se não se actualiza corre o risco de se extinguir.
    Nunca percebi porque João Paulo II foi beatificado.

    Beijos
    Branca

    ResponderEliminar
  8. Ainda estou impactado pela notícia da renúncia do Papa, porque fiquei sabendo agora à pouco quando voltava de viagem que fiz a uma fazenda com comunicação precária.
    Cadinho RoCo

    ResponderEliminar
  9. O poder está nos cardeais. São eles que poêm e dispoêm....

    O resto, penso que a Igreja Católica precisa de uma grande lufada de ar fresco. E de uma reviravolta muito grande. Há muito pó a limpar....

    Abraço

    ResponderEliminar
  10. a minha relação com a Igreja não é má, porque é péssima, mas reconheço que Ratzinger foi digno ao renunciar ao cargo.
    Haverá gato escondido com o rabo de fora e terão sido razões que não descortino que o terão levado a renunciar? Admito que sim. No entanto, isso não invalida que enalteça a sua decisão.

    ResponderEliminar
  11. Bento XVI passará a "faixa"?
    Bjs. Já podes levanttar, cá estou!

    ResponderEliminar
  12. Amigo Rogério,

    Tudo isto não passa de manobras de bastidores entre a maçonaria e o a opus dei.

    Como ateu, estas histórias não me dizem nada, a não ser lamentar as crenças humanas.

    A "igreja" católica padece dos mesmos podres que a sociedade em geral: ganância do poder e avidez de poder.

    Não espero nada de novo vindo de uma religião construída sobre a ignorância do povo que estimula essa ignorância com "história" de dormir de pé.

    Um abraço

    ResponderEliminar
  13. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  14. Não vejo na renúncia do Papa Bento XVI mais que uma atitude humana, mais que uma atitude de humildade perante Deus e os católicos: não me sinto com forças para Vos e vos servir com dignidade, por isso renuncio.
    Jogos de poder no Vaticano?, manifestações de incapacidade para lidar com poderes instalados? Talvez tenham ajudado. Fundamentalmente, esta renúncia é a confissão de impotência física de alguém que se sente em paz consigo mesmo e com o mundo, decisão que devemos respeitar enquanto expressão máxima da liberdade humana.

    ResponderEliminar