15 dezembro, 2013

Geração sentada, conversando na esplanada - 44 (Meu deus, quanta indulgência...)

(ler conversa anterior) 
"Desemprego é vergonha colectiva" 
Gonçalo M. Tavares, numa cavaqueira à maneira
imagem retirada da net
Contive-me. Minha Alma e Meu Contrário decidiram num momento e Eu desisti de ir. Fiquei a pouca distância, e todos eles lá estavam como costumavam. Ao meio, o meu lugar vazio. De que falariam hoje? As professoras certamente dos tais exames... ou do jantar de Natal marcado para os humilhados, ofendidos e sem-abrigo... ou de Mandela... ou de tudo isso. O senhor engenheiro falaria sobre coisas que os humanos partilham nas conversas com rafeiros e daria, por certo, ao seu dócil cão metade do bolo do costume... Olhei-os de longe sem a preocupação de me ocultar. Na verdade até, no meu intimo, desejava que me vissem e que se interrogassem sobre o meu afastamento.
Minha Alma reviu a posição inicial e segredou-me ao ouvido- "vai lá!" - Meu Contrário deu-me idêntico empurrão e Eu não disse que não, fui. Fiz longo o curto caminho dando tempo para burilar as palavras que iria usar em torno da indulgência por parte de quem tem o poder de mudar o mundo e se enreda em palavras frouxas, passivas e, por isso, coniventes...

(Falei disso, mas fiquei sem saber se me deram grande atenção.)

10 comentários:

  1. Desemprego é uma vergonha, mas dizem por aí, não sei se nalguma esplanada, que está a descer a olhos vistos e que somos o país com melhores índices de empregabilidade atual...indulgências a quem, aqui?

    Abraço

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  2. Este "governo" foi o pior que nos aconteceu desde o tempo da "santa" Inquisição! Pior que os Estado Novo, dadas as circunstâncias e o tempo histórico em que nos movemos. Uma vergonha! Um desconsolo! Um sufoco! Dá vontade de pôr uma granada em S. Bento em dia de conselho de "ministros"!

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  3. Tempos houve em que a Igreja ocupava o lugar central das cidades. Hoje esse lugar é ocupado por um banco. Espero que um dia seja ocupado por uma universidade....
    Cumprimentos

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  4. É preciso acabar com a vergonha de ter vergonha é preciso reagir.

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  5. Estive há dias numa outra esplanada com esse senhor. Devo confessar que me parece pessoa genuína, embora concorde com a conivência.

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  6. Mas o desemprego serve tão estes propósitos da competitividade, do ser "contra o outro" e não "com o outro"!

    Beijinhos Marianos! :)

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  7. Há um desânimo que alastra perigosamente.
    Saber que seis em cada dez portugueses, para pagar as despesas com a habitação, fica sem meios para se alimentar, já não é só um problema para a Cáritas ou outra qualquer instituição de caridade resolver. Não sei quem o disse, mas disse bem:"isto é uma guerra". Onde estão os soldados da Justiça e da Paz?

    Bj

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  8. ...e o desânimo cresce perigosamente. Quando quiserem parar será certamente tarde demais...

    Como diz a Graça só mesmo um bomba naquele sítio na hora certa....

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  9. a pobreza, nalguns casos,não é material é de espírito. Mal comum na direita portuguesa

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