Menino voltou a tocar à campainha, mas a porta não se abria. Depois, bateu, bateu, mas ninguém atendeu. "Foram às compras de Natal, não devem tardar", pensou e sentou-se no degrau de entrada disposto a pacientemente esperar. De quando em quando ia olhando o seu avião de papel que alguém, de quem o nome nem sabia dizer, lhe dera. Na espera, ia relembrando a viagem quer a ida quer a volta. Sem perceber tudo o que vira nem o que o velho triste lhe dissera, de repente tomou consciência que tinha viajado ao futuro.
Estava ele nessa, quando ouviu grande alarido, ao fim da rua, vinha um grupo correndo de braços abertos e mais atrás outro grupo mais numeroso. No primeiro grupo vinham a avó, o pai, a mãe, a vizinha do lado, a da frente e a empregada da pastelaria, gritando meu filho, meu filho. O grupo mais atrasado avançava calado.
Matias correu ao seu encontro e foi indescritível a cena de eufórica alegria do reencontro. "Onde andaste?, durante toda a tarde ninguém te viu!..." perguntou o pai sem qualquer censura na voz, e continuou, "Fomos mesmo agora à polícia, julgávamos que te tinham levado!"
Matias, então, contou tudo tim-tim-por-tim-tim, com palavras simples e explicitas. À volta, câmaras de televisão, dezenas de jornalistas iam anotando. No fim, era visível a cara de espanto desenhada em todos os rostos. Não paravam as exclamações "Incrível!", "Que coisa inacreditável", "Meu Deus!"
Matias, percebendo que muitos não acreditavam no que estava contando, lembrou-se de tirar do bolso a mensagem que entregou à avó que de pronto a leu, sendo transmitida em directo, por dezenas de rádios e televisões de todo o mundo.
E era assim a mensagem escrita, com letra bem desenhada, sobre o papel rasgado da cauda do avião, que, qual testemunha, jazia no chão exibindo o rasgão...
Dedico este conto à Lídia Borges (da Seara de Versos) e aqui lhe peço para dar um beijinho meu ao seu neto, a quem mais dia menos dia lhe contará esta história, à sua maneira...
As três palavras são: "AMOR - DINHEIRO - e GUERRA?"
ResponderEliminarEstarei a perceber mal o conto, Rogério?
O apego ao dinheiro, fomenta a guerra e acaba com o Amor e com a Terra?
E como se explica isso a um menino pequeno?
Help me, please!!
Um abraço, Rogério.
Nem o Matias, do meu conto, o terá percebido (prova a mensagem escrita, dirigida a adultos)
EliminarMas fica a minha impressão, será tanto mais difícil explicar a um pequeno se o grande que se queira mobilizar para tal tarefa, ele próprio, não entenda!
O Noah precisa da sua imaginação!
Um abraço, Janita
Amanhã vou ler calmamente o conto do início ao fim.
ResponderEliminarDinheiro … Guerra … Amor
A falta de dinheiro é a origem da guerra e da falta de amor.
Lembra-me a „Clarabóia“
A minha realidade é outra
VACINAÇÃO … GUERRA entre vacinados e não vacinados … TOLERÂNCIA
Amanhã dou a minha opinião sobre as aventuras do Matias … agora vou dormir 😴
Teresa, tens visão estreita
EliminarDinheiro está sempre ligado à guerra e esta ao poder, e este está sempre ligado à desigualdade. Para haver poder é preciso dinheiro e a UE tem vindo a investir.
Lê uma notícia fresca! Esta:
"Em Público (Espanha):
El gasto militar en la UE
alcanza un máximo histórico en 2020
con 198.000 millones de euros
El 83% de la inversión se ha destinado a la adquisición de equipos y el 17% –unos 8.000 millones– a investigación y desarrollo, la misma división porcentual que en 2019.
BRUSELAS
06/12/2021 20:46 ACTUALIZADO: 06/12/2021 21:02"
Deixo a visão larga para ti, Rogério 🎅
EliminarEste gesto, este dizer, este fazer, esta intenção são o traçado da hipótese de um mundo melhor. Obrigada.
ResponderEliminarFalar às crianças, implica ser-se um pouco criança, também. Implica esquecer o que a vida nos ensinou? Não. Apenas encontrar meios de chamar, de encantar até que a própria criança queira saber mais.
Retribuo os votos de um FELIZ NATAL, junto dos seus, com a sensação de que fico muito aquém, neste modo primário de formular votos, quando comparado com o seu, feito daí, da Casa da Imaginação.
Um beijo,
Lídia Borges
A minha Imaginação foi desafiada pelo rosto do seu Matias e apesar desse seu elogio sinto não ter usado as palavras certas... é que é mesmo necessário que os nossos netos compreendam as ameaças que pairam sobre o mundo... e cada vez é mais distante o nosso discurso da sensibilidade que se está incutindo à vivência das crianças e dos jovens (e não me refiro apenas à tecnologia).
EliminarLonge de se esgotar o tema, voltarei a ele e, sei lá, talvez lançar-lhe um desafio!
Obrigado pelas suas palavras.
Beijo
Gostei muito do teu conto, Rogério. Guardo para mim e para uma posterior conversa que possamos vir a ter, aquilo que creio que o Matias decifrará na mensagem quando crescer.
ResponderEliminarPor enquanto, um forte abraço e um Feliz Natal!
Olá, querida amiga e camarada. Escrevi este conto para que gostasses dele.
EliminarE quanto ao teu confessado propósito aguardo a melhor oportunidade.
Sobre o saber como estás, vou ligar-te.
Abraço e até já!
E gostei MUITO!!! :)
EliminarGostei muito do conto. mandei os links à minha Mariana para ela ler
ResponderEliminarAbraço e saúde
Beijinhos a tua Mariana (lindo nome)
EliminarAbraço
Eu até gostei do conto, mas, não esperava este final.
ResponderEliminarDinheiro, guerra e Amor!
Um dia talvez o Matias o entenda melhor.
Continuaçao de dia bom cheiod e saúde e paz.
Beijinhos
:)
Esperemos que o mundo
Eliminarnão tenha o final
tal
como o viu o miúdo
Acabei de ler o conto da tua autoria. Bem imaginado com uma mensagem bem actual, devia ser distribuído nas escolas, aos miúdos, aos professores e aos pais dos miúdos. Gostei.
ResponderEliminarUm abraço.
É uma ideia
Eliminarque não me sai da cabeça
Abraço
Caro Rogério
ResponderEliminarGostei muito do seu conto! É um belo alerta para o futuro que a humanidade espera... se continuar a pôr o dinheiro e a guerra à frente do amor!
Ou não (?)
Espero que tenha um bom ano, com muita saúde e muitas alegrias!
Obrigado, querida amiga
EliminarBom Ano
e
força nas suas causas
que são também minhas