Hoje volto a sentir-me Palma, por razões que só a razão (e a canção) explica sem deixar cair os dias em que me senti Galeano e depois Francisco:
Ai, Portugal, Portugal!
Tiveste gente de muita coragem
E acreditaste na tua mensagem
Foste ganhando terreno
E foste perdendo a memória
Já tinhas meio mundo na mão
Quiseste impor a tua religião
E acabaste por perder a liberdade
A caminho da glória
Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar
Tiveste muita carta para bater
Quem joga deve aprender a perder
Que a sorte nunca vem só
Quando bate à nossa porta
Esbanjaste muita vida nas apostas
E agora trazes o desgosto às costas
Não se pode estar direito
Quando se tem a espinha torta
Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar
Fizeste cegos de quem olhos tinha
Quiseste pôr toda a gente na linha
Trocaste a alma e o coração
Pela ponta das tuas lanças
Difamaste quem verdades dizia
Confundiste amor com pornografia
E depois perdeste o gosto
De brincar com as tuas crianças
Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar
Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar
Ai, Portuga, Portugal, eu hoje sinto-me Vasco Santana, António Silva, Laura Alves...
ResponderEliminarTantos nomes do Teatro e do Cinema português. Representaram com amor e empenho em tempos difíceis. Não conheceram a alegria de gritar "Somos Livres de Falar e de Voar", no entanto, tanto nos deram...
Abraço, Rogério!
Lembras gente que poucas vezes tropeçou no lápis da censura... embora o teatro de revista conseguisse fintá-lo bem... quanto a tempos difíceis, estamos a passar por eles... impera uma nova censura, diria que mais cirúrgica mas igualmente eficiente e manipula e omite os mesmos de sempre... o humor caustico é remetido para a nobreza de um horário em que quem trabalha está com a cabeça na almofada...
EliminarEssa alegria de que falas, anda pela rua da amargura...
Abraço, com saudades do futuro!
O poema do Palma é longo e diz muito, não precisa de comentários mas sim de reflexão.
ResponderEliminarEditei-o com essa intenção!
EliminarAh Portugal!
ResponderEliminarMuito lindo esse poema _ Jorge Palma_ ele é maravilhoso!
Gosto muito! e esse poema emociona. Todas as letras dele são ótimas.
Tambem me sinto Rogério hoje rs com essa ato e cidadania
e com todas as razões que me faz ter vontade de chorar.
fica o abraço
Quando te sentires Rogério
Eliminarescolhe sempre Minha Alma
pois Meu Contrário
frequentemente
é um chato!
Obrigado
pelo teu abraço
Um Portugal sentado...espera e espera.
ResponderEliminarUm abraço meu amigo.
Beijo
Poema muito completo. Não conhecia. Gostei. Obrigada. Tudo de melhor, hoje e sempre
ResponderEliminarEu gosto muito das canções do Jorge Palma. Por um lado, elas têm sempre algo a dizer que merece uma reflexão da nossa parte e, por outro, têm um requebro, um swing, que raramente se encontra na música portuguesa. Esta canção é um excelente exemplo do que acabo de escrever. Muito obrigado por nos fazer recordá-la.
ResponderEliminarJá agora, lembrei-me de um outro poema, desta feita de Alexandre O'Neill, que também tem muito que se lhe diga: https://www.citador.pt/poemas/portugal-alexandre-oneill.