Ele comprara o jornal e sentou-se na esplanada no lugar em que sempre se sentara. Sem se afundar na leitura, ia percorrendo as páginas até que encontrou um título de merecido interesse. No preciso momento em que ia começar a lê-lo, teve a impressão de que estava sendo vigiado. E estava. À sua frente um menino olhava-o. Ele respondeu-lhe ao olhar e durante um longo minuto, ali ficaram, olhando-se um ao outro. Até que ele perguntou ao menino, depois de o saudar:
- "Olá!, de onde vens tu e como te chamas?"
- "Olá!, venho de Fredrikstad e meu nome é Matias!" e sem esperar mais palavras acrescentou "Como posso ir àquela casinha no cimo da montanha muito alta. Onde vive um velho, já muito velho, com barbas longas e brancas, que a vó-vó conta lá estar naquele conto de inverno, que é de encantar"
- "Sabes contar-me o conto?" e, Matias, abanando afirmativamente a cabeça, contou o conto todo. Enquanto Matias o ia narrando, ele dobrara uma folha do jornal, depois voltou-o a dobrar, fez outra dobra, e outra e outra. Conto contado e ele acabara o trabalho, mostrando-o ao garoto que mostrou um sorriso largo no rosto.
- "Que é isso, tão bonito?"
- "É um avião. Um avião de papel, mas é um avião especial. Podes lançá-lo e ir com ele. Nem precisas pilotá-lo pois ele sabe levar-te à casinha da montanha muito alta. Podes ir conhecer aquele velho, personagem do conto "O Inverno", e ele que te conte de viva voz, como é o inverno do seu encanto, porque é que a neve é da cor da sua barba, porque vive só e porque o céu é tão azul, e outras coisas que só os velhos muito velhos sabem explicar!"
- "E como posso aqui voltar?"
- "Da mesma forma como partes. Quando quiseres regressar, lança o avião e agarra-o bem firme na tua mão!"
Matias, primeiro experimentou lançando e largando. E o avião de papel voou longo, planou e lentamente pousou. Matias ganhou confiança, voltou a lançá-lo sem o largar. E aí, voou, voou, voou, até se perder de vista, penetrando no céu azul.
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Uma história que teve o seu início
ResponderEliminarno sudeste norueguês,
de um menino chamado Mattias
que voou, voou, voou
agarrado a um avião de papel,
até pousar na história
de um fazedor de Sonhos
chamado Rogério e é português?
Muito interessante.
Vou esperar até amanhã para saber se o menino pousa na Ponte,
no Cristo Rei, ou no parapeito da janela com vista para o Tejo.
*
Sim Janita, o Matias não é Mattias e obrigado por me identificar como um fazedor de sonhos...
EliminarQuanto ao destino final do avião, onde e quem o vai em festa receber o menino... fica em segredo, que por ora não desvendo!
Pois!...Mas enganei-me, Rogério.
EliminarNão era "fazedor", e sim «Desenhador de Sonhos» que eu quis dizer.
Por vezes, estamos a pensar numa coisa e escrevemos outra.
Também não era 'amanhã' e sim "depois de amanhã", ou seja, segunda feira.
EliminarAcho que sou capaz de descobrir um final feliz para este conto que tanto me diz.
ResponderEliminarMuito obrigada!
Um beijo,
Lídia
Sim será um final feliz. O Matias merece...
EliminarBeijinho
Tentarei voltar amanhã para saber exactamente onde aterra este avião de papel, no seu regresso.
ResponderEliminarNão estou melhor, nem conseguirei fazer o meu percurso habitual através dos blogs, mas consegui forças para tentar o que a visão e o cansaço me permitirem.
Forte abraço!
Tomando a liberdade e deixando meu abraço Maria João.
EliminarSentindo sua falta e desejando melhoras rápidas. Assim será!
Obrigada Rogério pelo espaço emprestado rs
beijinhos aos dois.
Contem-te Maria João, nada de abusos ou faço queixinhas ao teu numeroso corpo clínico..
EliminarQuanto ao destino do avião... nem sonhas!...
Abraço cauteloso
Estou agarradinha bem firme na tua mão , nesse seu voo Rogério
ResponderEliminarVamos ver onde pousa .
Muito belo !
boa semana com abraços
Para além dos pousos (são mais que um) o conto tem ingredientes que deixará Matias feliz. Ele, e muito mais gente, conforme se verá.
EliminarAbraço amigo
Não vou perder a continuação.
ResponderEliminarAbraço, saúde e boa semana
Não percas, cara Elvira
EliminarAbraço, amiga!
Hoje, NÃO QUERO EXAGERAR, e digo simplesmente que gostei.
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