10 janeiro, 2010

O meu primeiro manguito

Ontem prometi este primeiro manguito ao “The Economist”. Perdão, à parceria que o Expresso firmou com aquela revista. À questão que ontem me preocupava (e hoje continua a preocupar) de o Expresso estar a libertar trabalho da sua equipa de redacção sem a certeza de essa carga vir a ser direccionada para trabalho de investigação, junta-se agora outra. Esta tem a ver já com algumas percepções que me assaltaram com a leitura do artigo “Conseguimos!”. É que parece avizinharem-se mistificações sobre a nossa realidade, de uma forma sub-reptícia mas com o carimbo da qualidade daquela revista. Trata este artigo da mudança operada nas desigualdades de género e, junto ao referido título, destaca-se “As mulheres conquistaram o mercado de trabalho e impuseram profundas alterações sociais em diversos países”. Obviamente que o texto é interessante e bem documentado mas, por alguma razão que eu não entendo, não fala de Portugal. Ou melhor, eu percebo só não entendo é porque foi o Expresso buscar este artigo sem sequer, no mínimo, acrescentar caixa (ou outro artigo, complementar) situando a situação em Portugal.

Assim, cara leitora do meu blog não embarque em triunfalismos! Os 50-50 não vão acontecer por cá tão cedo. Documente-se:
• O Expresso não deu uma linha sobre a campanha da OIT “A Igualdade de Género no Coração do Trabalho Digno”, mas você pode informar-se aqui;
• Faça algum trabalho de pesquisa: vá ao Google e coloque “UGT igualdade de género” e, em passo seguinte faça o mesmo com “CGTP igualdade de género”. Não fique espantada com o volume de informação que os jornalistas desperdiçam, leia. Leia mesmo alguma coisa;
• Pode também aceder aos estudos do Eugénio Rosa, designadamente a este: “A CONTRIBUIÇÃO DAS MULHERES PARA A CRIAÇÃO DA RIQUEZA EM PORTUGAL É CADA VEZ MAIOR MAS AS DESIGUALDADES DE GÉNERO NÃO DIMINUEM”.;
• Assuma um acto de cidadania. Intervenha. Assine a petição “No Modern European Democracy without Gender Equality!

Eu, por mim vou tratar do jantar. Isto cá em casa ainda não é 50/50, mas já anda pelos padrões do “The Economist”.

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