28 janeiro, 2010

Belmiro e o serviço cívico

A entrevista de Belmiro de Azevedo, hoje na "Visão", foi objecto de inúmeras citações e análises. Foi notícia nas TVs sublinhada por passagens de vídeo. Fez percurso intenso na blogosfera, a ponto de me quase impor o afastamento dos meus objectivos. Estes são, como é sabido, a denúncia da informação golpista na imprensa semanal de referência. Contudo, não posso deixar de destacar esta passagem onde Belmiro até parece que se terá colocado na minha posição denunciante:
Jornalista – O Governo controla a comunicação social?
Belmiro – Você é que deve saber (risos)
Jornalista – Estamos mais moles?
Belmiro – Podiam ser mais agressivo. Fale-me de dez questões importantes que tenha visto nos jornais, no último mês. Que vão influenciar a sua vida. Consegue? Eu não, são tantas notícias! Tudo aquilo é fogo-fátuo. Dura um dia. É informação a mais e repetida, não é estruturante da opinião pública. A informação tem de obrigar à reflexão. Os jornais não estão a melhorar.
Jornalista - Na guerra entre Cavaco e Sócrates, o pano de fundo foi o seu jornal. O então director do Público tinha uma agenda escondida?
Belmiro (silêncio) – Não sei… Para nós, ter um jornal é serviço cívico. Não para influenciar, que fique claro. (…) E há jornalistas que abusam. Deveria haver directores mais fortes para que, de facto, se passasse uma imagem de independência.
Se eu soubesse o que é "informação estruturante da opinião pública" e tivesse a certeza de que haveria preocupações de independência, para além da imagem, teria arrolado Belmiro de Azevedo para testemunhar a existência do PiG.

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