José António Saraiva tem hoje, no SOL, um artigo na sua página Politica a Sério sob o título "A hora de Aguiar-Branco". Trancrevo e comento, avinagradamente, algumas passagens:
Escreve ele: "Há dois meses, quando o PSD e muitos comentadores gritavam pela necessidade de o Partido Social Democrata eleger urgentemente um novo líder, escrevi que não havia pressa nenhuma."
Comento eu: Agora sim. Chegou a hora. JAS é quem comanda todas as agendas…
Escreve ele: "Daqueles quatro nomes, Marcelo Rebelo de Sousa seria, ainda assim, o mais viável. Só que, para lá da sua condição de ex-líder, tem outra limitação: é alguém que o país vê como um comentador, como uma pessoa que faz análises, que escalpeliza os comportamentos dos outros – e, de um dia para o outro, ver essa pessoa no lugar daqueles que antes analisava, sendo vítima das críticas que antes era ele a fazer, não é nada fácil."
Comento eu: Agora que saiu da RTP1 teria uma oportunidade. O pior é que o Expresso, que em matéria de agendas dá cartas, já chumbou Marcelo há… dois meses. O jornalista Deusdado fez a pergunta a 12 magnificos: "Gostaria que Marcelo fosse o novo líder do PSD?". Apuradas as respostas, escreve ele que um painel como o do Concelho dos Doze seria, em teoria, um território de apoio natural ao avanço de Marcelo à liderança do PSD. Não foi. Quem é que disse que os painéis não servem para nada?
Escreve ele à cerca de Aguiar-Branco:"... é um homem do Norte. É um homem com pronúncia do Norte. Um advogado do Porto. E isso poderá levar o PSD a um reencontro com as suas raízes. Não é bem o ressuscitar do mito Sá Carneiro – é qualquer coisa anterior a isso, de que o próprio Sá Carneiro já era expressão. É um certo espírito liberal, identificado com a livre iniciativa, com o empreendedorismo, com a não dependência do Estado – que o Porto mal ou bem corporiza. Enquanto os políticos de Lisboa são associados aos corredores do poder, às politiquices, às refeições à mesa do Orçamento, ao peso opressivo do Terreiro do Paço, os políticos do Norte não carregam consigo esse rótulo, estão mais identificados com o país não político, com a população activa e o empresariado que aceita o risco."
Comento eu: E porque não um homem do Alentejo? Advogado ou outra coisa qualquer. Com excepção do actual ministro da Agricultura, não são conhecidos muitos políticos alentejanos. Estes teriam a enorme vantagem, no que respeita a espírito liberal, de rirem das anedotas que lhes são dirigidas…
Finaliza ele: "Por tudo isto, admito que Aguiar-Branco pode ser o líder de que o PSD precisa. E sendo este palpite naturalmente falível – até porque só o conheço da televisão – o passado diz-me que, de uma forma geral, a intuição não me engana."
Meu comentário final: Tenho que perguntar ao Vasco Ribeiro se a intuição do António José Saraiva não será alguma das “Fontes Sofisticadas de Informação” que por aí andam.
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