11 junho, 2011

Ontem, como há 40 anos, a maquilhagem tranquilizadora das imagens omitidas, de outros estares e de outras vidas...

"Neste dia especial para Portugal e portugueses deixo vos este video do Turismo de Portugal que mostra imagens fantásticas daquilo que é o nosso país, e do quanto temos para oferecer e desfrutar do nosso pequeno território. Hoje esqueçam se da crise e desfrutem de Portugal." Este texto antecipava um video belo (se quiserem podem vê-lo aqui).Pasmei. Como pode uma realidade omissa apaixonar um jovem universitário? Mas ingénuo sou eu em ter-me pasmado, pois cada um é livre de se satisfazer com a aquilo que quer ver... A questão não é nova. Luanda era assim mostrada nos finais dos anos sessenta:


Foi preciso esperar mais uns anitos para a cosmética se desfazer. Hoje, quanto tempo esperaremos para entender que a beleza de um país não chega para adormecer um povo e manter uma realidade insustentável?

13 comentários:

  1. Independentemente da mensagem que acompanha o video, visioná-lo põs-me a chorar.

    Por hoje já tenho a minha conta de lágrimas. Isto foi mesmo vinagre.

    Beijo, ainda choroso

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  2. Querido Amigo..
    Estou sem poder digitar muito
    mais venho desejar um feliz Domingo
    e deixar beijos gelados daqui do Brasil e trazer beijos mais quentinhos de Portugal.
    afff que frio amigo!!!
    beijos meus Evanir..

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  3. Que cáustico, menino Rogerito! Mas que verdadeiro!

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  4. É bem verdade, de que vale a beleza se por detrás esta tanto sofrimento, tanta tristeza.
    Acho que não vamos esperar muito tempo, a maquilhagem já se está a desfazer.

    Beijinhos

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  5. Deixei-me embalar pelas imagens e pela linda melodia...

    Não quero pensar em mais nada.

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  6. "Bonitas" as imagens. Apenas demasiado "brancas"...

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  7. Fê-Blue-Bird tem razão... está mesmo a desfazer-se a maquilhagem...pelo menos para muitos, que já sentem a pobreza na pele e no estômago... Preferia que fôssemos pobres e honrados como os islandeses, do que pobres e alienados, ou seja, escravos... seremos pobres e sem a coisa mais importante para um País... a sua Soberania.
    Essa montra que nos mostra... muito triste e ainda é só o início.

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  8. Tudo muito belo

    e significativo

    Abraço

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  9. Existem sempre coisas boas e más em todo o lado, nada é perfeito, não vivemos no paraíso nem nunca lá viveremos, porque ele não existe.
    O facto de publicar o video do Turismo de Portugal no dia de Portugal foi com o objectivo de os portugueses e não portugueses que visitam o meu blog verem o que nosso país tem para oferecer.
    Basta de falar em crise, é preciso saber sair dela, e a beleza do nosso país pode ser mais rentabilizada, temos muito para oferecer aos turistas, era isso que queria mostrar naquele dia.

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  10. O que aqui me traz não é o vídeo sobre Portugal, mas o sobre Luanda.
    Luanda é a cidade da minha vida, foi nela que me deixaram para nascer.
    Conhecia a que o vídeo retrata, uma antes dessa, e outra depois.
    A de que o vídeo "fala" não era toda assim, havia outra...Enfim...!
    Na Luanda,antes da do vídeo, ainda as ruas não estavam cobertas de alcatrão e os carros da "tifa" andavam por todo o lado a fumegar num combate às tripanossomíases (combatendo-as com êxito). O paludismo foi erradicado, mas o colonialismo e a segregação não! E eu andava, descalço, correndo pelos charcos que a chuva deixava, brincando com outros meninos de cor da pele diferente da minha. Como eu gostava!
    Depois deixei-a e, muitos anos depois, a ela voltei. Um dia, dando por ela uma volta de jipe, vi-a de esgotos a céu aberto, desventrada e, até, o que me pareceu mal tratada. Apesar disso, disse para a minha mulher, que me acompanhava: Gosto mais de Luanda, agora. Já não me sinto um intruso usurpador.
    Um abraço, Rogério.

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  11. Não chega para adormecer um país?
    Mas a maioria até já está, não só a dormir, como a ressonar ;)

    Bjos

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  12. Haverá sempre um ponto de encontro entre a [nossa]terra e a beleza. E não é só de paisagismo que falo mas da paisagem humana que por suas mãos, e só por suas mãos, poderá (re)construir-se, definir-se na raiz, na sua essência de gente e terra que se vai adiando por vontade própria ou, simplesmente, por falta dela...

    L.B.

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