22 novembro, 2013

Poesia (uma por dia) - 54

(de Rogério Ribeiro in "Até amanhã, camaradas")
A UMA BICICLETA DESENHADA NA CELA

Nesta parede que me veste
da cabeça aos pés, inteira,
bem hajas, companheira,
as viagens que me deste.

Aqui,
onde o dia é mal nascido,
jamais me cansou
o rumo que deixou
o lápis proibido...

Bem haja a mão que te criou!

Olhos montados no teu selim
pedalei, atravessei
e viajei
para além de mim.



8 comentários:

  1. Bem haja, Rogério!
    O que eu tenho procurado esta bicicleta que encontrei há muitos anos, por acaso, e que até analisei com os alunos.
    Mas perdi-lhe o norte e sempre que fotografo uma bicicleta lembro-me do poema...

    Abraço

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  2. Não conhecia, mas vou guardar para poder revelar a quem tem de saber que não poderão haver, nunca mais, bicicletas desenhadas nas celas.

    Beijinho

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  3. Quem "pedala" assim nunca perde o equilíbrio.

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  4. Pedalar, pedalar...
    Atravessar paredes...voar!



    Beijo

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  5. A liberdade de pensar, voar e pedalar e viajra, não tem barreiras nem celas que a prendam.

    Comovente!

    beijinho

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  6. Já não recordava este poema. Urgência de pedalar...

    Grata.

    Beijinho

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  7. Que belo poema! De uma forças e de uma coragem desmedidas! A imagem é espetacular!

    Bom fim de semana

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