Há outra pandemia, sabia?
...A PANDEMIA DE DESPESAS MILITARES
A pandemia de COVID-19 continua mas as despesas
militares aumentam em todo o mundo, comandadas pelos Estados Unidos e a
NATO, apesar de em 2019 já terem sido as mais elevadas em mais de duas
décadas. O secretário de Estado norte-americano pediu aos aliados mais
400 mil milhões de dólares para gastos de guerra numa altura em que são
necessários enormes recursos para a saúde dos cidadãos e em que o
desemprego ataca como um flagelo.
Mas não nos preocupemos com isso
porque alguém está a publicar anúncios de emprego: a NATO.
Manlio Dinucci, Il Manifesto/O Lado Oculto
Em
cada minuto gastam-se quatro milhões de dólares no mundo para fins
militares. É o que revelam os estudos mais recentes divulgados pelo
SIPRI (Instituto Internacional de Estocolmo de Estudos da Paz): em 2019
as despesas militares mundiais quase atingiram os dois biliões de
dólares (dois milhões de milhões), o nível mais elevado desde 1988 tendo
em conta a inflação. Isto significa que que actualmente se gasta mais
em armas, exércitos e guerras do que se gastava na última fase do
confronto entre os Estados Unidos e a União Soviética e respectivas
alianças.
As despesas militares mundiais estão em vias de registar
nova aceleração: num ano aumentaram 3,6% em termos reais. São
comandadas pelos gastos militares norte-americanos que, com um aumento
de 5,3% num ano, cresceram 732 mil milhões de dólares em 2019. Este
valor representa o orçamento do Pentágono, incluindo operações de
guerra.
A estes números somam-se outras rubricas de cariz militar.
O Departamento de Antigos Combatentes, que se ocupa dos militares na
reserva, tem um orçamento anual de 217 mil milhões de dólares, em
crescimento contínuo. A Comunidade de Inteligência, constituída por 17
agências, declara mais de 80 mil milhões de dólares anuais, que mais não
são do que a ponta do iceberg da despesa real para operações secretas.
O
Departamento de Segurança da Pátria tem uma despesa anual de mais de 70
mil milhões. O Departamento de Energia tem despesas anuais de 24 mil
milhões para manter e modernizar o arsenal nuclear.
Tendo em conta
estas rubricas, e ainda outras, as despesas militares reais dos Estados
Unidos ultrapassam o milhão de milhões de dólares anuais. Por isso, as
despesas da NATO, calculadas pelo SIPRI em 1,035 milhão de milhões em
2019, são portanto bastante mais elevadas.
As despesas militares
da Rússia, 65 mil milhões em 2019, foram 11 vezes inferiores às dos
Estados Unidos e 16 vezes mais baixas que as da NATO. O SIPRI calculou
as despesas da China em 261 mil milhões de dólares, cerca de um terço
das norte-americanas, apesar de o número oficial fornecido por Pequim
ser da ordem dos 180 mil milhões.
Entre os países europeus da
NATO, a França, a Alemanha e o Reino Unido tiveram despesas militares de
50 mil milhões de dólares cada.
Ainda mais gastos em plena pandemia
As
despesas militares italianas, em 12º lugar na escala mundial, foram
calculadas pelo SIPRI em 26 800 milhões de dólares em 2019. O que
confirma substancialmente que os gastos italianos – aumentados mais de
6% no primeiro trimestre de 2020 em relação a igual período do ano
anterior – ultrapassam os 26 mil milhões numa base anual - 72 milhões de
euros por dia. Com base nos compromissos estabelecidos no quadro da
NATO, essas despesas com a guerra irão continuar a crescer até uma média
de 100 milhões de euros por dia.
Os Estados Unidos, segundo
anunciou o secretário de Estado Michael Pompeo, pediram aos aliados para
alocarem mais 400 mil milhões de dólares de modo a reforçar as despesas
militares da NATO. No interior da aliança comandada pelos Estados
Unidos, a Itália está agregada aos mecanismos automáticos de despesa.
Por exemplo, faz parte da “Land Battle Decisive Munitions Iniciative”
para aquisição de munições cada vez mais sofisticadas e caras (mísseis,
rockets, projécteis de artilharia) destinadas às forças terrestres. E
faz parte com os Estados Unidos, França e Reino Unido do grupo que, com
base num acordo concluído em Fevereiro, fornecerá “capacidades
espaciais” à NATO numa gasta gama de actividades através dos seus
próprios satélites militares. A Itália entra assim completamente no novo
programa militar espacial da NATO preparado pelo Pentágono e pelos
muito restritos encontros militares europeus com as mais poderosas
indústrias aeroespaciais. Tudo isto surge na esteira do novo Comando
Espacial criado pelos Estados Unidos para “defender interesses vitais
norte-americanos no espaço, o próximo campo de batalha da guerra”.
Toda
esta situação implica mais despesas militares com dinheiros públicos
numa altura em que são necessários enormes recursos para enfrentar as
consequências socio-económicas da crise do coronavírus, designadamente o
aumento do desemprego.
No entanto, há uma empresa que está a recrutar: a
NATO, que em 29 de Abril lançou “um programa inovador para contratar
jovens profissionais” aos quais promete “um salário competitivo” e
possibilidades de carreira enquanto “futuros dirigentes e
influenciadores”.
Bom dia:- O gosto e a ambição pelo PODER, a sobrepor-se ao sentido ( sentimento ) do humanismo e solidariedade. .
ResponderEliminar.
Uma terça-feira muito feliz
Cuide-se
Feito! Rogério, acabas de perturbar a minha digestão, duma massada de peixe, com tantos números...
ResponderEliminarEstá tudo louco, meu amigo.
Beijo, boa semana.
Olá Rogério!
ResponderEliminarAnda meio mundo a enganar meio mundo.
Tanta falta de humanismo e amor ao próximo.
Um abraço de esperança.
Megy Maia🌈