18 maio, 2022

"O PÃO NOSSO DE CADA DIA, NOS DAI HOJE"

A imagem é de ontem. Dá conta do que já era grave, se ter agravado. Faz exactamente agora dois anos que a denúncia era aqui feita em tom de alerta. Do então escrito, trago este extracto:

«Um documento (importante) do Ministério da Agricultura fez o balanço das disponibilidades e possíveis problemas com o abastecimento alimentar do país. Pode ler-se na página 18: «Segundo o INE (…) nos cereais de outono/inverno, e pelo sétimo ano consecutivo, a superfície instalada diminuiu, passando para os 106 mil hectares (a menor dos últimos cem anos), com reduções generalizadas: trigo duro (-15%), triticale1 e cevada (-10%) e trigo mole e aveia (-5%) (...)». Do centeio, do praganoso das serranias já nem falam! Cito e sublinho «Grau de Autoaprovisionamento: 4% em 2017/18». Mesmo no milho, onde a situação é melhor, estamos com um grau de autoaprovisionamento de 24,2%.

Dito isto, quem será capaz de dizer que as políticas agrícolas de sucessivos governos PS, PSD e CDS, a Política Agrícola Comum (PAC) e as sucessivas reformas da PAC, guiadas pelos interesses agrícolas da França, Alemanha, Holanda e outros, foram acertadas, adequadas ao país? E outra conclusão se impõe: apesar de todos os avisos, 2008 e 2012, o país não emendou a mão.»

10 comentários:

  1. Eu nunca te diria que as sucessivas reformas da PAC foram/são acertadas. Ainda consigo enxergar o óbvio.
    Óbvio é, também, que muitos de nós irão ter de continuar a apertar o cinto, enquanto houver furos e couro...

    Abraço, Rogério

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  2. Face à minha impossibilidade de comentar os blogs que diariamente costumo visitar, deixo aqui o meu pedido de desculpas: o blogger ensandeceu de vez e o Conversa Avinagrada foi o único Blog que hoje consegui comentar.

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    1. Já notara a sua falta.

      Agora há muitos comentários que encontro no spam.

      Beijinho, Maria João, tudo de bom !

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    2. Obrigada, São :)

      Desta vez o blogger nem sequer me permite começar a escrever...

      Beijinho e tudo de bom para si também!

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    3. Espero e desejo que tudo isso se ultrapasse...

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  3. Tenho familiares com moagens e estão preocupadíssimos com a escalada dos preços .
    E o Alentejo que era o nosso celeiro agora tem tudo menos cereais.

    Abraço

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    1. Escreve-se no texto "pelo sétimo ano consecutivo, a superfície instalada diminuiu, passando para os 106 mil hectares (a menor dos últimos cem anos), com reduções generalizadas" entretanto cresce o regadio intensivo, depauperando terra fértil...

      E o problema não se limita à panificação... as rações para o gado atinge valores incomensuráveis... a carne não só vai ficar caríssima como irá mesmo faltar...

      Haja Deus

      Abraço

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  4. Ainda podemos emendar a mão, para além da febre do azeite ainda temos terra suficiente para os cereais, assim os governos o queiram e o povo faça as escolhas certas.
    Abraço

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    1. O que é de assinalar é que esta situação se vem instalando na mesma proporção em que ocorrem as escolhas erradas...
      Abraço

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