30 maio, 2022

QUEM TEM DE IR PARA OUTRAS TERRAS? - II

No anterior post falava de sectores que, estando em queda, colocava gente de elevada qualificação a procurar na emigração a via da sua realização profissional e, por vezes mesmo, a sua sobrevivência. Veio, no decurso de troca de ideias no facebook, a talhe de foice, referir que por cada oficial da marinha licenciado pela Escola Náutica, o Estado investir 25 mil euros. Licenciados que na sua grande maioria, após estágio, ingressam de imediato na tripulação de armadores estrangeiros que, na qualificação requerida, não despendem um cêntimo... 

Situação semelhante se passa, no SNS, com os enfermeiros. Segundo dados divulgados pela Ordem dos Enfermeiros, mais de dois mil enfermeiros pediram para sair de Portugal desde o início da pandemia, em março de 2020, especialmente no segundo semestre do ano passado. "Só em 2021, o número total de enfermeiros que manifestaram intenção de emigrar corresponde a cerca de um terço dos novos enfermeiros formados anualmente pelas escolas portuguesas", refere a OE em comunicado.

E quanto custa ao Estado formar um enfermeiro? Veja o vídeo e espante-se com isso! 




 

6 comentários:

  1. Parece que Portugal continua a promover a imigração, facilitando a integração dos imigrantes: obtenção rápida do cartão da segurança social, aulas de Português e outros programas de apoio. Entretanto, investem na formação de profissionais de saúde (p.ex.) e não usufruem os benefícios desse investimento. Portugal talvez não possa competir com os países que oferecem melhores salários e melhores regalias, mas seria boa ideia se aumentassem os vencimentos e as condições de trabalho para aliciar os recém-formados, que preferirão estar próximos das famílias, gozar o sol e as praias portuguesas que são sempre um aliciante. : )
    Vinte mil euros é muito dinheiro!!

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    1. Sim, seria boa ideia se aumentassem os vencimentos e as condições de trabalho para aliciar os recém-formados, que preferirão estar próximos das famílias, na sua terra e entre a sua gente... e não apenas fixar os recém-formados... há profissionais experientes que emigram não só por ganharem pouco mas também por não terem progressão na carreira...

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  2. Não me espantei: já tinha uma ideia muito aproximada do custo da formação de um técnico de enfermagem.

    Triste é que um país que tanto investe na formação destes técnicos não consiga, depois, oferecer-lhes dignas condições de trabalho.

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  3. Há muitos anos os engenheiros militares eram obrigados a ficar 5 anos no exército.
    Se todos abandonassem o país por estarem mal pagos, Portugal era um deserto.
    Só meia dúzia de privilegiados estão bem pagos.

    Abraço

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    1. Fazia todo o sentido fazer indemnizar o Estado se os recém-licenciados resolvessem sair logo após a licenciatura. 5 anos seria um bom prazo... mas isso não resolveria a questão de fundo que é a falta de dignificação das carreiras e o desinvestimento nos hospitais públicos...

      Abraço

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