O senhor da imagem, dirigente da Associação dos Ucranianos em Portugal, pergunta "Como é que Portugal continua a ter o PCP?".
A resposta à pergunta do senhor é simples: porque somos uma democracia com direitos de liberdade política constitucionalmente consagrados. O PCP existe porque centenas de milhares de portugueses militam nesse partido e outras centenas de milhares votam nele. Ao contrário do que sucedia na "democracia" ucraniana, em Portugal não há partidos políticos proibidos. Muito menos aquele que deu um contributo fundamental para a existência de democracia em Portugal.
Se fossemos uma democracia que se dá ao respeito, afirmações como a deste senhor e semelhantes, como a da embaixadora ucraniana, deveriam merecer repúdio público dos órgãos democráticos nacionais, nomeadamente do Primeiro-Ministro e do Presidente da República. Os titulares desses órgãos deveriam declarar em público ser inaceitável que associações de cidadãos estrangeiros ou representes diplomáticos procurem limitar as liberdades democráticas portuguesas. Como não o fazem, deixam claro que Portugal é uma democracia que se dá pouco ao respeito.
Este é o milésimo alerta que a existência de uma atitude condenável de uma das partes não transforma a outra numa representante virtuosa de bons valores. Sobre a Ucrânia, basta-nos condenar a invasão russa (tal como fizemos com o Iraque) sem no entanto criar heróis que não o devem ser. Isto é, podemos ser solidários com o povo ucraniano contra a invasão sem nos colocarmos ao lado das autoridades ucranianas e dos seus representantes. Tal como foi possível colocarmo-nos ao lado do povo iraquiano invadido sem estar ao lado de Saddam. O amarelo e o azul não são símbolos de liberdade, assim como a bandeira do Iraque não o era.
Os tempos são perigosos. E é neles que se definem os verdadeiros democratas. De um lado, estão os que consideram intolerável a campanha que está a ser movida contra um partido central da democracia portuguesa e se colocam ao seu lado, mesmo que nele não militem ou não sejam seus votantes. Do outro, os que participam ativamente dessa campanha ou se refugiam num silêncio conivente com o objetivo de colher ganhos políticos. Os últimos não respeitam o património democrático que lhes foi legado.
O lugar do senhor da imagem é na Ucrânia em vez de dizer baboseiras num país estrangeiro.
ResponderEliminarQuase sempre não comento comentários de anónimos. Infrinjo a regra. Percebo. É hora de aceitar a clandestinidade!
EliminarNão sou anónima, continuo sim, com problemas com os comentários.
EliminarJá supunha, querida clandestina
EliminarEste homem a quem a RTP1 deu a palavra deve desconhecer que no país de onde ele veio o Partido Comunista opera na clandestinidade e há membros da Juventude Comunista que estão presos, além dos vários partidos ilegalizados recentemente. Como é possível ouvir-se dizer que a Ucrânia (o seu governo) está a lutar pela democracia na Europa? E ouvimos isto em comentadores portugueses.
ResponderEliminarHoje, falando com alguém que já fora do Partido e que por várias razões se afastou, disse-me ela (como quem pergunta): "Tens aí uma ficha?"
EliminarHá sempre muitas desinformações em tempos obscuros como os que vivemos. Todos querem opinar , seja entendido ou não.
ResponderEliminarSigo confiando em ti, Rogério .
e deixo abraços
A par da desinformação vem que tem a fala longe do juízo...
EliminarObrigado pela confiança.
Abraços
Outra das coisas que este entrevistado ignora é que, doa a quem doer, sem o Partido Comunista Português muito provavelmente nunca a democracia se teria conseguido enraizar em Portugal.
ResponderEliminarAbraço!
Bem lembrado... e receio que, por este andar, voltarei ao signo de clandestino...
EliminarAbraço
E se ele se calasse?
ResponderEliminarAbraço
E se os portugueses deixassem de apoiar esta gentalha?!
EliminarAplaudo, ambas!
EliminarAbraço, as duas!
PERANTE A VERDADE E PERTINÊNCIA DESTE TEXTO, NÃO GOSTO DE ME METER EM POLÍTICAS, MAS DE RESPEITÁ-LAS. PENSO QUE DEVO DAR MAIS IMPORTÂNCIA. OBRIGADA PELAS MARAVILHOSAS PARTILHAS
ResponderEliminarNem lhe pediria mais... o que mais respeito é ser respeitado.
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