27 fevereiro, 2014

A mudança


A letargia ajuda. Ajuda à percepção, errada, de que nada muda. A dor que se sente já a sentiu muita gente, julga-se e, sendo assim, não há nada a fazer. A letargia ajuda a não querer mudar e a pensar que haverá boas razões para não mudar. Estar quieto é garantia de não tropeçar - mesmo que se desenhe à sua frente o cenário de queda eminente. Quanto a não mudar de ideias, é fácil. Há três boas razões: a primeira, é não ter ideia nenhuma; a segunda, é ter a sensação de já ter tido alguma e desejar que a memória não a traga de volta; a terceira, a mais vulgar, é mesmo não querer mudar. Mudar é socialmente mal aceite e pouco gratificante.

Agora a sério: entre as ideias fixas e as que se defendem por coerência, há (na aparência) uma pequeníssima diferença, que só a ética explica.

6 comentários:

  1. É mais fácil dizer que se pensa assim porque sim do que argumentar!

    Beijinhos Marianos, Rogério! :)

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  2. E, mesmo que nada mude,aparentemente,muda muito.
    Em que sentido muda?

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  3. Concordo... mas diferença entre a ideia fixa e a que se defende por coerência, só à primeira vista é pequenina...


    Abraço!

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  4. Estás enganado meu caro

    a diferença
    não é aparência
    é de facto

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  5. boas questões. e razões as tuas...

    o "mundo é composto de mudança" - apesar das ideias fixas.

    abraço fraterno

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  6. Este povo é normalmente adverso à mudança. Por ignorância, miopia e falta de leitura. 40 anos é muito pouco tempo para quem estava num estado de atraso como o nosso.

    Belo texto, o seu, Rogerito!

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