"Estamos prontos a assumir todas as responsabilidades que o povo nos queira confiar..."
"...O país não pode adiar por mais tempo uma mudança de rumo, uma verdadeira mudança alternativa e não as falsas e perversas soluções dos partidos do rotativismo nacional. Desses partidos com políticas siamesas. Os partidos do bipartidarismo de bengala que nos governa há quase 40 anos!"
Ao ver aproximar-se o velho engenheiro e o seu cão rafeiro, sorri para mim e ouvi-me assim "não há temporal que lhe afrouxe o moral e a persistência de estar". Também sorriu ao chegar "Uff, isto a muitos molha o ânimo. A mim rega-o, fá-lo crescer..."- disse, sacudindo o guarda-chuva.
Sentámo-nos num dos poucos lugares enxutos e não havia muitos. Depois disparou como se estivesse atrasado e quisesse recuperado tempo perdido.
- "Sabe?, tem-me vindo à memória, com uma intensidade estranha, uma expressão que punha em confronto duas palavras - conteúdo e continente..."
- "Embalagem e presente?"
- "Isso!, conteúdo e continente, líquido e frasco, memória e cérebro, pensamento e rosto..."
- "Gesto e alma?"
- "Exacto, isso mesmo, vejo que o meu caro me entende..."
- "E vai daí..."
- "E vai daí ligo isto às sondagens. Veja, o Jerónimo: como conteúdo é ignorado por meio mundo, como continente é amado por muita gente. Que lhe parece?"
- "Há de facto grande contradição, reconhecem-lhe honestidade no olhar, valores acumulados nas rugas, verdade na firmeza das palavras e na forma como estas são colocadas e depois..."
- "...depois ligam à terra com o conteúdo emanado por tudo isso. De nada serve o seu aviso!"
- "De nada, não. É cada vez maior a simpatia que irradia e a atenção que lhe é dada. Quanto ao conteúdo, hoje já não é fácil esconder..."
- "Mas escondem!" disse, de tal forma irado que me calei. Deitei fora o cigarro que se tinha apagado e depois abrigámo-nos da chuva que acabava de invadir toda a esplanada. O cão, não. Ficou a ali a ensopar-se em água, a afogar talvez a mesma mágoa...
(na esplanada não se falou disto,
a chuva que chegou não deixou...)
o tempo não está para esplanadas...
ResponderEliminarTem razão, é (quase) total a evasão, mas "... isto a muitos molha o ânimo. A mim rega-o, fá-lo crescer..."
ResponderEliminarA tempestade que se abate é outra, mais dura e violenta!
Esta a gente aguenta
A propósito deste seu post, lembrei-me desta frase de Bob Dylon
ResponderEliminarUns sentem a chuva, outros apenas se molham.
Beijinho e boa semana
As sondagens põem-me sempre à beira magoa. Metem sempre água...
ResponderEliminarO alerta vermelho?
ResponderEliminarSó 29% negativo, o "governo"?! Eu dar-lhe-ia 129% negativo!!
ResponderEliminarUm jovem meu amigo foi há uns anos abordado "porta a porta" por um inquiridor que lhe propôs pontuar vário líderes. Quando chegou ao burruso ele disse: Dou zero. O inquiridor disse que não podia (com um sorriso muito amarelo).
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ResponderEliminarOportuno, sem dúvida!
E depois...
Isto merecia um estudo sociológico.
Bj.
As palavras de Jerónimo de Sousa são verdade! Nós vivemos um rotativismo de partidos, por bem menos, a monarquia for destruída!
ResponderEliminarMas a verdade é que quando se vai pôr o voto na ranhura pensa-se que só existem 3 partidos (PSD, PS, CDS)! Penso que desta vez, não são os jovens que estão enganados, mas sim os mais velhos, que toda a vida votaram na mesma "MERDA" e até hoje não viram no que estiveram a votar!! Partidos como o partido comunista nunca esteve no puder, quando os outros já foderam o pais mais de uma vez!
Algum dia a coisa muda!
ResponderEliminarA triste realidade é que o Centrão vai passando incólume, entre os pingos da chuva...
ResponderEliminarTocaste exactamente num dos cernes do problema. Isto é conversa com "pano para mangas" e eu mal vejo o que escrevo, por isso, deixo-te o meu abraço e saio "de mansinho"...
ResponderEliminar... mas estou com a Lídia, no que toca ao estudo sociológico!