02 fevereiro, 2014

Geração sentada, conversando na esplanada - 51 ( A dissimulação do buraco e a consciência de classe...)

(ler conversa anterior)
"O governo e os seus acólitos e propagandistas têm em curso uma colossal operação de propaganda anunciando resultados económicos de milagrosa recuperação. Mas todos os indicadores da economia real mostram o contrário: prossegue a queda da riqueza produzida, do consumo das famílias, do investimento, da procura interna. Aumenta de forma incomportável a dívida pública. A “descida” do desemprego significa apenas que mais centenas de milhares de trabalhadores são obrigados a emigrar. Aumentam a pobreza e a desigualdade. A única garantia de recuperação é correr com este governo e pôr fim a esta política."
Eugénio Rosa, neste estudo

“sociedades demasiadamente desiguais não funcionam com eficiência, e as suas economias não são nem estáveis nem sustentáveis a longo prazo. Quando os mais ricos usam o seu poder político para beneficiar em excesso as suas empresas, as muito necessitadas receitas são desviadas para os bolsos de poucos, em vez de beneficiarem a sociedade em geral”.
Joseph Stiglitz, premio Nobel da economia, in “O Preço da desigualdade”

O engenheiro olhava atento a imagem do iPad que a Gaby mostrava. "Já conheço essa imagem há muito! É terrível!" dizia. "É terrível!" confirmava a Gaby. "Não percebo porque a esquerda não se entende..." comentava com voz desiludida a Teresa, "...a direita, mais desacerto menos amuo, une-se e governa, à esquerda é sempre a mesma merda!" Levantei os olhos do jornal e entrei naquele carpir de mágoas com uma tese bem clara: "É mais fácil criar o entendimento entre 85 homens ricos do que criar consciência de classe entre o meio mundo que eles empobreceram!...
Fez-se silêncio, passado pouco tempo chegou a Ana para distribuir entre as colegas as raspadinhas que tinha ido comprar. As "minhas" professoras não perdiam a esperança de ascender à classe dominante...

A conversa passou então a um diálogo entre mim e o velho engenheiro, comentando coisas que o papa Francisco tinha dito...

10 comentários:

  1. Olá!

    "É mais fácil fazer entender 85 homens ricos do que criar consciência de classe entre o meio mundo que eles empobreceram!..."

    Não me parece, pois se tal fosse verídico, não haveria o meio mundo de pobres...

    Abraço
    voz a 0 db

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  2. voz a 0 db

    Bielderg, desmente-o
    Davos também

    No mundo, 1% das empresas faz o que quer com os recursos suados de 99% da população

    Eles entendem-se, organizam-se e manobram politicamente...

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  3. Não levei a palavra "entender" para o sentido que agora (depois do seu comentário) me dei conta que a mesma pretende passar!

    Estava com a cabeça ligada à terra e levei a expressão para algo como "era mais fácil fazer entender os 85 homens ricos de que há solução para acabar com a pobreza do que..."!

    Não entendi o "entender"!

    Abr
    voz

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  4. Se não fosse a emigração o buraco já transbordava...

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  5. Como diz o ditado "Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão!".
    A Esquerda parece nunca ter pão...


    Beijinhos Marianos, Rogério! :)

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  6. Este Francisco se não "ganha juízo" ainda lhe acontece como o aconteceu a João Paulo I...

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  7. Como "o português é muito traiçoeiro" vou tornar a frase mais clara!

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  8. O medo cala a boca dos inocentes e faz prevalecer a verdade dos culpados.
    ~Karl Marx

    Cumprimentos

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  9. O Papa Francisco é um homem bom, consciente e elucidado.
    Já as "suas" professoras!... Não há pachorra.

    Beijo

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  10. Olá! Agora já está mais clara, pelo menos para um "analfabruto" como eu!

    Abr
    VOZ

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