Em puto, fazia o que faziam os outros. "Pão, por.. Deus", pedia eu. E não pedia muito. Bastavam uns tantos doces e um rebuçado no fundo do saco e aí me detinha, sentado num qualquer degrau, com outros, a fazer partilha.
Depois de puto, ainda não muito crescidote, ficava a uma qualquer esquina, mãos nos bolsos, a roer-me de inveja observando os que, então, se entregavam à tradição. Foi assim, até deixar de ser assim. Palavra que não dei pela chegada do Halloween, primeiro em filmes e desenhos animados, depois em campanhas dos supermercados e, por fim, nas salas de aula, onde alguns professores salvam a tradição enquanto outros explicam o "dia das bruxas"...
Mas porque escrevo eu sobre isto? É que, para além das diversas explicações, o calendário não perdoa pois a seguir a um 31 há sempre um dia 1. E, quanto à origem das coisas, o nome Halloween surgiu em época há muito passada, nomeada num tipo de inglês arcaico All-hallows, que significa all saint’s day (dia de todos os santos).
Desejo-vos "boa ponte"
Nunca andei ao Pão por Deus, mas lembro-me que na casa da Rua Luís de Camões, em Algés e na da Avª Marginal, no Dafundo, havia sempre pães-de-leite, "croissants" e belas arrufadas prontas a entregar à garotada que nos batesse à porta.
ResponderEliminarA avó Maria Augusta, a do Dafundo, costumava mesmo preparar, de véspera, uma enorme quantidade de pães-de-ló. Não havia criança que não saísse de lá de barriga cheia, por isso as nossas casas tornaram-se locais de passagem obrigatória para a criançada que andava ao Pão por Deus.
Contigo saúdo o reposto feriado :)
Bom feriado,Rogério!
ResponderEliminarBeijinhos :)
O que eu gostei de ler isto!!
ResponderEliminarHá aqui como que uma tristeza mal dissimulada,
mas não há pedras atiradas, nem saudosismo bacoco.
Há o coração de um homem bom,
falando sem se lhe notar subida de tom
explicando a diferença entre o hoje e o ontem.
Até porque as tradições
não sendo o que eram,
ainda se mantém...
Bonito isto!
Abraço, Rogério! :)
Quando criança o dia do Pão por Deus era um dia de festa. Era o único dia do ano em que nós comíamos algumas coisas que o ordenado dos meus pais não dava para comprar.
ResponderEliminarAbraço e um sereno e feliz Novembro
Maria João,
ResponderEliminartua resposta sabe-me a pão
da avó Maria Augusta
Maria Eu
ResponderEliminarboa ponte
mesmo que a não goze
Janita
ResponderEliminarFoi bom ter pedido Pão por Deus em miúdo
não fora isso
e não teria recebido
teu mimo
(inchei o ego, não nego!)
Elvira,
ResponderEliminarHá nessa tradição festiva
a tristeza
de pouca mesa
No meu caso era o prazer solidário e lúdico
de fazer parte de um grupo e de ter acesso a guloseimas