16 novembro, 2018

Sobre como (realmente) vai o Mundo, ler tudo no "LADO OCULTO" - 11

 

UM SILÊNCIO ASSUSTADOR

Há silêncios aterradores. E que são imperdoáveis. Por exemplo, o que o mundo continua a guardar, praticamente sem excepções, perante a permanente guerra brutal de Israel contra o território palestiniano da Faixa de Gaza; sobretudo agora, depois de Benjamin Netanyahu ter concluído solenemente que "não há solução diplomática" para o problema, o que poderá significar que já tem uma solução final pronta aplicar e que só poderá ser extermínio de dois milhões de pessoas ou uma limpeza ética provocada por uma chacina militar. O mundo escutou estas palavras, proferidas numa "Cimeira da Paz" e nada disse, anestesiado e impotente perante os desmandos do fascismo sionista.

Fascismo é, no fundo, o grande projecto que se esconde por detrás das negociações e actuações silenciosas que caracterizam a implantação dos vários acordos de comércio livre, provando que deixou de haver qualquer compatibilidade entre neoliberalismo e democracia, mesmo a fingir. Foi também em silêncio e opacidade que a União Europeia decidiu dar 125 milhões de euros extraídos dos nossos bolsos ao consórcio mercenário Amarante-Garda para guardar as suas instalações e pessoal no Afeganistão - país ocupado pela NATO. Mas como a Garda não tem "boa imagem" perante as autoridades afegãs, que chegaram a prender o seu executivo local - a tarefa é "terceirizada" ao exército de mercenários da britânica Aegis Services, que nem se apresentou a concurso.

Os silêncios têm as mentiras como companheiras. É assim que o maxi-radar MUOS, do Pentágono e da NATO, apresentado como um engenho defensivo, tem sobretudo uma missão agressiva pois permitirá controlar e coordenador acções militares e imperiais simultâneas em qualquer lugar do mundo. Sendo que, articulado por um sistema de satélites, tem 16 vezes mais capacidade do que qualquer radar existente. Também não é verdade que os Estados Unidos desejem a paz no Iémen num prazo de 30 dias. Quando essas palavras soaram, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos lançaram uma ofensiva estratégica em cujo planeamento Washington participou. Como se a paz pudesse nascer da guerra.

Ainda outra mentira da Washington continua a ser a "guerra contra o terrorismo", principalmente a que diz desenvolver na Síria contra o Daesh. À medida que se reabrem sucessivas valas comuns prova-se que as vítimas são civis - oito mil até agora - enquanto a CIA mantém a operação de salvar comandos desse mesmo Daesh e seus subordinados.

A frente de guerra imperial contra a Venezuela não conhece fronteiras nem decência. O governo de Londres recusa-se a enviar para Caracas 14 toneladas do ouro venezuelano que está guardado no Banco de Inglaterra, invocando razões absurdas para não devolver o seu a seu dono.

Não abrandam também as ameaças de Washington contra a China. Agora que Pequim e Bangkok estão de acordo em construir um canal interoceânico no Istmo de Kra, alternativo à passagem do Estreito de Malaca, as pressões de Washington e Londres sobre os governos da região não abrandam. E talvez não seja por acaso que o terrorismo e o separatismo estão em alta na zona.

Por estas e outras razões, o imperialismo vai nu; acompanhado por uma cada vez mais ameaçadora dívida soberana dos Estados Unidos que o neoliberalismo multiplicou por 28 desde que se instalou pela mão de Ronald Reagan, há 38 anos.

4 comentários:

  1. Tentarei terminar ainda hoje a leitura do Lado Oculto. O restante trabalho segue de vento em popa, ainda que enfrentando caminhos de má visibilidade provocada por densos nevoeiros oftalmo-meteorológicos :)


    Forte abraço.

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  2. TRabalhar esse texto será até de teu agrado
    Obrigado
    pelo teu trabalho voluntário

    agradeço-te eu
    e o Zé Saramago

    A Pilar, essa, anda muito distraida...

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  3. Não me agradeças, o prazer é todo meu. Quase me atrevo a dizer que Saramago também é meu irmão :)

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  4. Gostei de ver este texto por aqui ;-) de factk O Lado Oculto já é uma refer&ncia na informação internacional.

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