Anda p´aí um alarido...
Escreve o "Público"
«O Parlamento aprovou nesta terça-feira, com os votos contra do PS e a abstenção do CDS, a proposta do PCP que introduz no Programa Nacional de Vacinação (PNV) as vacinas contra o rotavírus, que é responsável por gastroenterites, e contra a meningite B, actualmente dada gratuitamente a crianças em situações clínicas muito graves. Para além disso, alargou a vacina contra o Papiloma Vírus Humano (HPV) aos rapazes. Esta já faz parte do PNV, só que apenas para as raparigas. Mas são os deputados as pessoas mais indicadas para aprovar vacinas?»
Repito o final «Mas são os deputados as
pessoas mais indicadas para aprovar vacinas?» pois esta escrita tem sofisma.
Na realidade quem aprova a entrada no mercado de qualquer fármaco é o INFARMED num processo complexo e exigente que também se aplica, naturalmente, às vacinas*.
Ora as vacinas foram aprovadas e até poderão aceder aqui às suas "tabelas técnicas" referindo a eficácia, a segurança e o preço da vacina a que se juntam as "últimas recomendações fresquinhas da Sociedade
Portuguesa de Pediatria".
Os deputados ao aprovarem a proposta do PCP visando a integração das três vacinas no Programa Nacional de Vacinação não interferiram em qualquer competência técnica.
Se cavalgaram as competência políticas?
Claro que que sim!
Mas... é para isso mesmo que serve a Assembleia da República!
E quanto ao PCP ter cedido ao lobby da industria farmacêutica... deixem-me rir (até parece anedota contada pela minha amiga Janita)
_______________* Entidades envolvidas no procedimento de aprovação das vacinas:
- www.infarmed.pt/web/infarmed/institucional/documentacao_e_informacao/publicacoes/prontuario-terapeutico, preços das vacinas consultados a 5 de Março de 2018
- Centers for Disease Control and Prevention, acesso em www.cdc.gov/ entre 5 e 16 de Março de 2018
- Sociedade Portuguesa de Pediatria, acesso em www.spp.pt
- World Health Organization: WHO, acesso em www.who.int/en
A esta, para mim, adiantada hora, já mal consigo ler duas sílabas seguidas. Partilho e volto cá amanhã.
ResponderEliminarAbraço, Rogério.
E cá volto eu, conforme prometido, apesar de não gostar nem um bocadinho do título desta tua publicação, como calcularás, já que não vejo os deputados a bandarilharem-se mutuamente enquanto discutem a introdução de três novas vacinas no PNV. Muito menos os vejo a serem transportados coercivamente para as bancadas do hemiciclo e lidados por bailarinos vestidos de lantejoulas. Mas posso reconhecer a metáfora, por muito que ela me desagrade.
ResponderEliminarBom, também terei de reconhecer que alguma semelhança existe entre a aguçada bandarilha e a agulha da seringa com qual o vírus inactivado é administrado. Mas fiquemos por aí, que eu levo muito a sério tanto a saúde dos humanos, quanto a dignidade dos touros.
Claro está que os deputados não são chamados a opinar sobre a eficácia, inoquidade e qualidade dos vírus inactivados/modificados. Penso que todos sabemos que isso cabe ao Infarmed, como muito bem frisaste. Aos deputados caberá fazer introduzir os ditos produtos no PNV. Não é um parecer técnico - que não estão habilitados para dar - aquilo que lhes é exigido no cumprimento das suas funções.
Quanto àquilo que eu penso sobre a inegável utilidade/pertinência das vacinas, já o saberás através do extenso e.mail que te enviei há alguns meses. Não tenho grandes dúvidas quanto à completa ausência de privacidade da minha caixa de correio electrónica, mas... considera-te livre de, desse texto, publicares o que bem entendas.
Abraço.
Alargar ou introduzir vacinas no Plano Nacional é uma medida política como tal a proposta e a votação positiva da mesma tem todo o cabimento!
ResponderEliminarAbraço