Esta Gente
Esta gente cujo rosto
Às vezes luminoso
E outras vezes tosco
Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis
Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre
Pois a gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É a gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome
E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada
Meu canto se renova
E recomeço a busca
De um país liberto
De uma vida limpa
E de um tempo justo
Sophia de Mello Breyner Andresen, in "Geografia"
ResponderEliminarAinda hoje nos move e nos comove. Em Sophia tudo é "fiel à perfeição do universo".
Bj.
Lídia
Porque a Sophia merece
ResponderEliminarser lembrada
porque qualquer verso meu
perto dela
é menor que um grão de areia,
não é nada
Deixo-lhe palavras suas
envoltas por suaves
Ondas
e o gosto salgado do Mar
As ondas quebravam uma a uma
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só para mim
Um abraço
Da Sophia eu gosto muito.
ResponderEliminarDos poemas e dos seus livros infantis que li tantas vezes: A Fada Oriana, O Cavaleiro da Dinamarca, A Floresta, A Menina do Mar e outros que de momento não me recordo.
Como ela adorava a natureza!
Divina homenagem... Adorei.
ResponderEliminarHoje:- Se soubesses, como brilha o sol em mim.
Bjos
Votos de uma noite feliz.
Uma boa escolha este poema da Sophia .
ResponderEliminarAbraço
Sempre belas e inconfundíveis, as palavras de Sophia.
ResponderEliminarVenho de fugida, enquanto não saio para o laboratório. Espero voltar à tarde.
Abraço
Ontem reli alguns dos seus belos poemas, este foi um deles!
ResponderEliminarAbraço
"Há mulheres que trazem o mar nos olhos
ResponderEliminarNão pela cor
Mas pela vastidão da alma"
A POESIA da Sophia espelha a vastidão da sua alma.
Curioso
ResponderEliminarSó tenho mulheres à minha volta
e
Sophia
em cima