18 fevereiro, 2022

DIÁLOGOS POÉTICOS, COM GISA - I


Deixou-me Gisa este comentário num post em que era inesperado que lá fosse colocado. Acontece. E acontece, neste mundo conturbado, até ter passado ao esquecimento o que aqui (honra me seja feita) venho recordar. E aqui vai:
«Nos comentários ao post "PRISMA", publicado no dia 02 deste mês (de junho/2011), meu amigo Rogério do "Conversa Avinagrada" escreveu o seguinte:
"A refração da luz solar
quando natural
é sempre bela,
espetacular

Sentou-se no chão para a admirar
por pura e mera distração
sem qualquer outra preocupação
particular

Eis senão quando
algo de inusitado apareceu
cruzando o céu
qual meteorito colorido
harmonioso, meio veloz, meio brincalhão
após descrever um arco
se veio enfiar pelo chão

Chão tão próximo, que ali estava
que quase a coisa linda ele pegava
Não pegou,
nenhuma pedra a agarrou
partiu terra adentro
sem ruido, impacto ou eco
apesar de ter aberto
uma larga galeria

Reforçou a curiosidade
e entrou por aquela entrada
levando consigo a impressão
de lhe ir acontecer coisa sagrada "
O post de hoje (3 de junho de 2011) foi motivado por este comentário como uma retribuição do carinho sempre a mim dispensado e como uma brincadeira de continuação de histórias postas, que já está se tornando um gostoso exercício entre nós.»

6 comentários:

  1. A que propósito vem isto
    Toda esta exaltação?
    Sê modesto! não te eleves
    E foge da ostentação!

    Mais vale o mérito próprio
    Sentir, guardar e ocultar:
    Porque o verdadeiro mérito
    Não gosta de se mostrar.

    Onze anos são passados
    Tanta coisa aconteceu
    E vem-me agora o vaidoso
    Falar do que já morreu.

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    1. Tens razão caro anónimo
      Só um velho
      vaidoso, decrépito
      como eu
      se aventura a ostentar
      falar do que já morreu

      Mas depois de reler
      como não me envaidecer
      do gesto de Gisa
      (levei onze anos
      para o fazer)

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  2. Tens toda a razão em te envaidecer, meu caro Rogério.
    Quem não aprende com o passado para preparar o futuro é que está errado.
    Não aprendemos nada com os povos asiáticos e outras civilizações, onde os anciãos são tratados com toda a deferência pela sua sabedoria acumulada ao longo dos anos.
    Um grande abraço

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    1. Quando a vaidade
      resulta do reconhecimento
      Ah, como mereço
      O mérito reconhecido

      (esse anónimo é um invejoso)

      Abraço, longo
      e agradecido

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  3. Já tinha lido no FB embora não me lembre se comentei. Mas gostei de ler e de reler.
    Abraço, saúde e bom domingo

    À margem:
    Sabe se a cirurgia da Maria João correu bem?

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    1. Gostei saber
      que tenha gostado
      de ler

      Quanto à notícia pedida,
      vai sair, não tarda, um boletim clínico.

      Abraço amigo

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