30 setembro, 2019

Sobre o "caso Tancos"


Essa aí é Alma Rivera, segunda da lista da CDU candidata por Lisboa. A seu lado estou eu e um pouco mais atrás está o Guerreiro. Estamos no mercado, uns quatro. Lá fora, mais dezena e meia. Na manhã de sábado, dia 28, falámos com milhentas pessoas sobre milhentos assuntos, temas e problemas. Sobre Tancos, nada.
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Dois dias antes,  «a Procuradoria Geral da República difundiu uma discreta nota à comunicação social.

No mesmo dia – ou talvez antes – o texto da acusação foi divulgado junto das redações e de jornalistas, em termos adequados a permitir o desenvolvimento de uma campanha capaz de anular ou reduzir de forma brutal a liberdade de propaganda dos candidatos às eleições. 

Estamos, inquestionavelmente, perante uma brutal ingerência no processo político das eleições à Assembleia da República, perante uma manipulação do processo eleitoral, em termos que têm alguns pontos que são inovadores, por relação ao que tem acontecido em outros países. » 
...de seu a seu dono, 
não fui eu quem escreveu isto
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«Operação de bandeira falsa (False flag, em inglês) são operações conduzidas por governos, corporações, indivíduos ou organizações que aparentam ser realizadas pelo inimigo, de modo a tirar partido das consequências resultantes. O nome deriva do conceito militar de utilizar bandeiras do inimigo. Operações de bandeira falsa foram e são realizadas tanto em tempo de guerra como de paz.

Uma das operações de bandeira falsa mais conhecidas é a do incêndio do Reichstag, em 1933, supostamente por um ativista comunista chamado Marinus van der Lubbe. Hitler usou o incêndio como pretexto para aprovar a Lei de Concessão de Plenos Poderes. Sabe-se hoje que foram os nazis os responsáveis pelo incêndio, para criarem um motivo que justificasse a eliminação dos seus opositores e a tomada do poder.

Em Portugal a operação de falsa bandeira mais conhecida é a do processo dos Távoras. O primeiro-ministro, Sebastião de Carvalho e Melo, futuro marquês de Pombal, encenou um atentando contra o rei José I para acusar e eliminar as famílias mais importantes e que lhe faziam frente.

A PIDE utilizou as suas milícias “Flechas” na guerra colonial para realizar ações contra missões protestantes em Angola, como se fossem de guerrilheiros, para forçar os missionários a abandonar as regiões onde estavam instalados.

A questão das armas de Tancos tem muitas das caraterísticas das operações de bandeira falsa.»
...de seu a seu dono,  também
não fui eu quem escreveu isto
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Amanhã vou estar na Estação de Oeiras a distribuir um documento, o último da campanha. Iremos falar com milhentas pessoas sobre milhentos assuntos, temas e problemas. Sobre Tancos, nada. E se alguém perguntar, já sei que resposta lhe dar...

29 setembro, 2019

Dominical liturgia [citando Sophia] - 35

 

10º Mandamento: Nunca se esqueça da existência do universo
“Penso que nós procuramos sobretudo o que nos dá felicidade, não acha? Procuramos o que nos cria uma certa libertação íntima que é necessária à liberdade. Procuramos ser um com o universo.” (disse Sophia)
O texto de Sophia inspirou-me a formulação. Contudo, não deixo de assinalar alguma discordância quanto à motivação da minha procura. Não procuro nem a felicidade, nem a tal libertação intima. 
«Pois já dizia alguém
não gostar de falar de felicidade,
mas sim de harmonia:
viver em harmonia com a nossa própria consciência,
com o nosso meio envolvente,
com a pessoa de quem se gosta,
com os amigos.
A harmonia é compatível com a indignação e a luta;
a felicidade não, a felicidade é egoísta»

Com este décimo mandamento termino este caminho a que me propus. Lembro que estas "Liturgias" foram o prolongamento daquele outro caminho, inspirado pela obra de Saramago.

28 setembro, 2019

A greve climática e a disposição de milhares, e milhares, e milhares em fazer aquilo que ainda não foi feito! - I I


A imagem publicada ontem tinha mais cartazes que esta. Ela e esta não tem uma único protesto, reclamação, proposta, alerta, lamento sobre o impacto dos transportes na pegada ecológica.   E este impacto é tremendo.

Para ilustrar a Pegada da Mobilidade e Transportes, compara-se a área de Planeta necessária para percorrer diariamente 10 km (distância casa-escola-casa) de bicicleta, de autocarro ou em carro individual, durante os 230 dias úteis do ano. E, assim, teremos:


Para responder ao apelo do cartaz que aparece no canto inferior direito, proponho que se faça greve ao uso do carro do papá, que se reclame por carreiras e horários adequados.
É complicado?
Mas temos que começar por qualquer lado. Ainda por cima o passe agora passou a ser gratuito  (ainda que haja dificuldades ou entraves).

O uso do transporte individual está no topo do que podemos parar a tempo...

27 setembro, 2019

A greve climática e a disposição de milhares, e milhares, e milhares em fazer aquilo que ainda não foi feito! - I


De entre as milhentas imagens escolhi esta aqui. É a que tem mais palavras de ordem por centímetro quadrado. Adiro a todas, mas sublinho algumas:
"NÓS DECIDIMOS O FUTURO"; BLA BLA BLA ACT NOW"; "ESTÃO A FICAR SEM DESCULPAS E NÓS SEM TEMPO"; "RESPEITAR O AMBIENTE É RESPEITAR A VIDA".
A greve climática mostrou(-me) a disposição de milhares, e milhares, e milhares em fazer aquilo que ainda não foi feito! 

Fazer, por exemplo, o que consta num programa partidário, página 53, e onde inscreve "O combate à obsolescência programada, utilizada em grande escala pelas multinacionais, contrariando a redução do período da vida útil de bens e equipamentos".  
Mas fazer exatamente o quê? 
Tão simples quanto isto: 
1) escrever ao Pai de Natal a exigir, nada de telemóveis/smartphones pois o que tenho chega
2) escrever à Worten a exigir, reduzam a gama, caramba. 72 modelos é um crime de lesa planeta.
Mas então...
Então o quê? É ver... é ver...
e os jovens precisam de saber!

26 setembro, 2019

O hercúleo esforço para ressuscitar o "centrão"


Depois das TV´s, de todos os canais abertos, terem imposto um debate entre os dois, nunca mais os títulos dos jornais e telejornais desertaram do duelo, como se tudo dependesse da eleição de um ou do outro. O sobe e baixa nas sondagens fabricadas passa a servir para comentar tudo, a começar pelos seus próprios resultados.
O voto não seria o mesmo com outra imprensa. Mas temos esta. 
E teremos os resultados que, em larga medida, a imprensa queira que sejam.
Ou talvez não.

Contudo, os dados sobre as audiências nos debates estão aí, para vossa reflexão:
Dia 2 – António Costa/Jerónimo de Sousa – 1,1 milhão
Dia 3 – Assunção Cristas/Catarina Martins – 165 mil
Dia 5 – Rui Rio/Assunção Cristas – 927 mil
Dia 6 – António Costa/Catarina Martins – 683 mil
Dia 7 – Catarina Martins/André Silva – 68 mil
Dia 9 – Rui Rio/André Silva – 697 mil
Dia 11 – António Costa/André Silva – 1 milhão
Dia 12 – Rui Rio/Jerónimo de Sousa – 742 mil
Dia 13 – António Costa/Assunção Cristas – 935 mil
Dia 14 – Assunção Cristas/André Silva – 197 mil
Dia 15 – Rui Rio/Catarina Martins – 793 mil
Dia 16 – António Costa/Rui Rio – 2,7 milhões
Dito de outra forma
e com outros alertas à mistura...
oiça-se quem sabe da poda

24 setembro, 2019

Estive lá. Foi em Valejas (Oeiras)


Estive lá. Ouvi. E enquanto ia ouvido ia pensando como a sinceridade lhe fica espelhada na expressão, no gesto, na palavra. O improviso dá mais força a isso. As posições são claras e a denúncias são alinhadas pelo raciocínio lógico, pelo apontar de trajectos e não sustentadas por uma ideia que não seja a da sua própria coerência. 
Não sou só eu a ajuizar isso, até os nossos próprios adversários o reconhecem...
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Nota: A intervenção foi interrompida? Foi. Se não fosse, a consideraria demasiado longa. Se quiser pode vê-la toda, e poderá segui-la integralmente aqui.

23 setembro, 2019

Se houve um dia em que se celebrou a PAZ, escolho hoje, porque ainda vou a tempo!

Imagem publicada aqui

Houve quem se tivesse lembrado do dia. No dia exacto, no passado sábado, ocorreu-me o tema, mas adiei-o para hoje. Nunca é tarde para falar de Paz... 

No ano passado aconteceu o que nunca antes tinha acontecido. Aconteceu um encontro. Aconteceu convergência. Convergência do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) com o Movimento Democrático de Mulheres (MDM), com o Movimento dos Municípios pela Paz, com o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), com a Câmara Municipal de Loures, com a Liga Operária Católica (LOC), com a Juventude Operária Católica (JOC), com a Pastoral Operária, com a União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) e ainda outras. Somaram, ao todo, 12. 
A essas entidades promotoras associaram-se entretanto 33 organizações e movimentos, nomeadamente a Cáritas, a Voz do Operário, o Movimento Erradicar a Pobreza, a Associação Conquistas da Revolução, a Associação de Amizade Portugal-Cuba, a Associação Portuguesa de Deficientes, a Associação Portuguesa de Juristas Democratas e, entre outros, autarquias como as câmaras municipais do Porto, de Soure e do Seixal.

Das "milhentas" intervenções produzidas no encontro, escolhi na altura uma, a intervenção de Eurídice, uma professora. Porquê esta escolha? 
Porque é no banco da escola que tudo começa
aí ou se ensina a amar a paz
ou a aceitar a guerra

22 setembro, 2019

Dominical liturgia [citando Sophia] - 34


Dando continuação ao há muito começado, agora mais próximo do final, cito o meu nono mandamento, por leitura das 10 das melhores frases de Sophia:

9º Mandamento: Lembre-se sempre que sem prática a teoria vale nada
“Eu penso que há uma diferença entre o homem e a mulher, e os feminismos não podem… Para mim o machismo não é considerar que há uma diferença entre o homem e a mulher, o machismo é tentar fazer um negócio dessa diferença… Os feminismos são teorias. Eu acho que a teoria na nossa época tem desempenhado um papel terrível na política, tem desempenhado um papel terrível na arte, e também na vida… A vida tem sido muito sacrificada à teoria…” (disse Sophia)
Ia a fazer leitura circunscrita às questões em torno da Lei das Quotas de Género  para concluir que Sophia votaria ao lado do meu Partido. Recuo nisso. Sophia, é neste seu pensamento, bem mais profunda. Diria, que é até o pensamento mais marxista de Sophia.

21 setembro, 2019

Maria e um Mundo que não é de fantasia (em dia de comemoração do seu 9º aniversário)


Num quintinha apinhada de convidados, a Maria deu aso a juntar a dotes mais conhecidos e àqueles outros já aqui reportados, outros inesperados: um karaoke bem animado; danças bem dançadas. Ali perto, um boneco por ela desenhado, sorria com a animação proporcionada por Maria...

E enquanto tal animação se dava, na quintinha outra se passava. E não, não era caça... embora não escapasse rã ou salamandra que por lá andasse...


O Diogo, primo da Maria, arrasta parte dos convidados a dar visibilidade à sua já conhecida arte, e mostra orgulhoso as capturas do dia (juro que as devolveu ao seu habitat natural)...

Por fim o mais belo apontamento de uma nova amizade, proporcionada por Maria. Esta apresentou Kiara ao Mateus e, depois, foi assim como se mostra aqui...


19 setembro, 2019

Houve um tempo em que eu sonhava com muita água... e um meu herói também sonhava


Há uns dias, não muitos, uma amiga minha publicava um post, em que se afirmava extasiada, pela beleza da Caniçada. 

De pronto me veio à memória, uma data de coisas: a beleza daquele florão; tanto verde e tanta água; as minhas férias no Bairro Operário da Caniçada. 
Ocorreu-me a existência de uma foto minha, dessa época, com cerca de 5 anitos. Prometi procurá-la e ontem encontrei-a. Está aí.

Teria perdido tal memória não fossem outras férias, estas em Paradela do Rio, e a imagem do meu tio operário num domínio expecializado (montador de blondins), numa altura em que os operários só eram considerados se seu trabalho fosse único, raro... Dessa memória àquela outra, já eu adolescente, do projecto do mestre Laginha Serafim, foi um salto. 
Sonhava então, eu e ele, com a água, com Alqueva e com outras arrojadas coisas. 
Enfim, sonhos.

18 setembro, 2019

Mochila + sacola, quase seis quilos? É obra!


Há três anos lançava a interrogação "Quem deve levar a mochila ou a sacola é quem vai para a escola?" e sentenciava que quem vai à escola deve, desde pequeno, sentir tal peso.  
Três anos passados esse miúdo cresceu. Não, não é o meu neto, nem aquela é sua nova escola. À dele, já ninguém o leva nem o vai buscar. Tem 9 anitos e já não se perde nos caminhos. A distância é breve, só que a carga não sendo leve faz com que o caminho seja, não mais longo, mas penoso. Quase seis quilos, suportados por um corpito com cerca de trinta.

E ficam por seguir (ou cumprir) todas as dicas  emanadas por quem as emana. A escola corre, entre outros riscos, o de ficar surda!

17 setembro, 2019

Rio Vs Costa (wrestling, puro)



Os adversários em presença conhecem-se de ginjeira. Ainda um esboça o golpe, já o outro se coloca em pose. E vice-versa. Não parecia um duelo combinado, mas era.

Parece excessivo a minha comparação entre o debate e a luta? Não, vejam só, este estilo:
«...A julgar pelas análises políticas, o aguardado duelo de ontem entre António Costa e Rui Rio acabou sem vencedores claros nem derrotados óbvios. Há quem considere que houve um empate, quem ache que António Costa não ganhou mas também não perdeu, e quem não tenha dúvidas de que o líder social-democrata dominou em várias frentes. Da interceção destas três opiniões, Rui Rio pode até ter-se saído ligeiramente melhor, mas sem fôlego para abalar o favoritismo do PS e perturbar o curso da campanha (na dúvida, tire as teimas e ajuíze por si).»
Todos os links vão dar ao Expresso, o campeão de promoção do "centrão" e um "insuspeito" conselheiro para que cada uma ajuíze por si ( mas só dentro dos parâmetros que oferece ao nosso juízo)

16 setembro, 2019

Em directo, um recurso contra uma decisão que introduz batota e apouca o processo democrático

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Logo, às 21h, estarei aqui em directo, neste espaço, tentando contrariar a batota que apouca o processo eleitoral, que distorce a requerida oferta de oportunidades em fazer passar a mensagem. As televisões, em peso, juntam-se para promover o regresso do "centrão".

Entretanto, três canais estarão, em simultãneo, a difundir um debate que até essa hora, não se cansarão de o promover, de o divulgar, de fazer apelos de audiência, que a figura ao lado aponta ir ser elevado. 

Logo, às 21h, estarei aqui. Esteja também!

15 setembro, 2019

Dominical liturgia [citando Sophia] - 33


Esta foto, de Eduardo Gageiro, escolhi-a para ilustrar este mandamento, o oitavo. Sophia, poeta, era mais indirecta... Gageiro mais certeiro...  mas ambos, cada qual com a sua arte, manifestavam a incapacidade de compreender os desígnios de Deus:

8º Mandamento: Ponha sempre alguma racionalidade na sua crença

“Sou muito angustiada com as coisas: a criança que se queima, que cai à piscina, que é atropelada, nas outras coisas tenho uma certa entrega, acho que Deus se justificará a si próprio, eu não consegui justificá-lo. Não consigo perceber porque razão há morte, sofrimento, o mal, as tentações, mas tenho consciência que talvez não tenha capacidade para isso. Eu também não tenho capacidade para compreender matemática, quanto mais… os desígnios de Deus.” (disse Sophia)

14 setembro, 2019

O Macacão

(Post reeditado, com pequenas achegas)

O macacão é um bicho bem sucedido, e não esconde isso.
Serve-se do wrestling político e dos que acrescentam ruído ao ruído, inundando o espaço televisivo.
Faz ainda mais: omite quem quer, nesse espaço e nos jornais; inspira discursos quase iguais; dá recados às redacções.
A razão da sua satisfação é imensa: consegue essa obra de arte de colocar uma pequena quadrilha, que nem sequer vai a votos, a influenciar todos os governos, os que tivemos, o que temos e o que vamos ter. Mas a grande, grande satisfação do macacão é diabólica e, também, resulta de sua obra: colocar o poder nas mãos daqueles que nem se expõem ao voto e conduzir um caminho que desde que foi iniciado nunca foi votado.
Ele é o verdadeiro dono desta democracia apoucada.
Ele é o verdadeiro dono da conduta da abstenção.
Acho mesmo que o macacão se confunde com a própria abstenção.
Há quem diga que ele é filho dela, só existe porque a abstenção o permite.
Sou mais da opinião que a abstenção é obra do macacão. 
Que fazer?

13 setembro, 2019

Rui Rio Vs Jerónimo de Sousa


Os comentadeiros costumeiros, na ânsia de poderem comentar luta livre, wrestling, pugilato, galhofa, porque lhes parece isso aquilo que o nosso povo merece, não escondem o desencanto.  
Ficam desarmados quando existe confronto calmo entre contrários. 
Houve até aquele jornal a considerar ter sido um debate apagado, consternado por não o ter conseguido apagar, omitir...
A verdade é que aconteceu esclarecimento.
Jerónimo, lá foi lembrando que... e que... e que... e Rui Rio voltando a lembrar que, ele vir a ser um parlamentar?, nem pensar! Rui desvaloriza o Parlamento. Jerónimo dá-lhe valor, e lembra que a solução avançada, na hora própria, pelo PCP fez com que a solução governativa actual surgisse por força de uma maioria parlamentar. 

Se não assistiu a tudo, assista agora. Se não lhe calha, deixo este curto apontamento:

12 setembro, 2019

André Silva Vs António Costa


O debate, dizem analistas e comentadores, foi cordato. Um ou outro desencontro, uma ou outra discordância sem grande importância...
Mas... ao Ministro (meses antes) saltou-lhe a tampa!

11 setembro, 2019

Receita a pedido, para escrever um livro


Foi-me feita uma pergunta extensa (considerando a minha experiência) a qual foi colocada exactamente assim: «como é que estrutura um "conto maior", como é que o desenha, como é que constrói o Mundo, os personagens, os temas, o fio condutor?»
O que não faltam por aí são receitas, mas esta é a minha*:
- Primeiro, siga a imagem, vire-nos as costas quando sentir que a "coisa" já está madura para passar da mente à escrita. Nessa altura, uma primeira versão do livro deverá ser escrita de fio a pavio, sem interrupções. Deixe decantar. Depois, passe todo o tempo a colocar a escrita a seu contento. Por tanto, o primeiro conselho é que pense em tudo antes, ou correrá o risco de não passar da primeira página...
- O chamado desenho do livro, prende-se com o seu contexto e com o seu objectivo. O contexto pode ser qualquer, pode ser do passado, do presente ou do futuro e referido a um qualquer lugar. Há uma exigência primária, o conhecê-los bem. Nada dá mais descrédito ao escrito que a percepção da ausência do sentir do espaço e do tempo. Se escolheu ambas com a limitação do desconhecimento, investigue, leia, pergunte. Quanto ao objectivo do livro, este é inteiramente da sua conta, mas por favor escreva algo que me ajude a mudar o mundo, caso contrário porei o seu livro logo de lado.
- Os personagens. A sua escolha nem sempre está associada ao contexto em que a trama se desenvolve. Se for passado, tem de ter gente que interesse ao presente. Se for futuro, igualmente. Não pense numa tonelada de gente. Basta um pequeno núcleo. Se for o seu primeiro livro, meta-se nele dentro e que seja um desafio ao estilo "conheça-se a si mesmo". Os outros personagens eleja-os de entre aqueles que julga conhecer bem e a quem admira (ou antes pelo contrário), como por exemplo, a sua médica de família, um seu professor do tempo da escola primária, um vizinho, o seu administrador de condomínio, frequentadores da mesma esplanada ou do local onde compra o jornal. Troque as profissões e use outros nomes, use deles o conhecimento que tem da sua relação e do seu temperamento.
- Quanto ao tema este importa menos que a trama. O tema terá a ver com a forma em como olha o mundo e o que nele o preocupa, a trama é a forma em como desenvolve o enredo da história. É o tal fio condutor. E aí, meu caro amigo, seja criativo. E porque mais não sei, mais não digo.
Segue outra receita:
«Contamos histórias, pois claro. Contamos a nossa própria história, não a da vida, não a história biográfica, mas essa outra que, em nosso próprio nome, dificilmente teríamos a coragem de contar, não por dela nos envergonharmos, mas porque o que há de grande no ser humano é grande de mais para caber em palavras, e aquilo em que somos geralmente pequenos e mesquinhos é a tal ponto quotidiano e comum que não levaria qualquer novidade a esse outro grande e pequeno que é o leitor. Talvez por tudo isto alguns autores, entre os quais me incluo, favoreçam, nas histórias que contam, não a história dos que vivem e vêem viver, mas a história da sua pró-pria memória. Somos a memória que temos, e essa é a história que contamos.»
José Saramago
*A receita é fraca, pois a minha experiência é curta. Além do tal livro publicado, destaco este conto (com uma sinopse e contado em três partes),  este outro e ainda um terceiro (em duas partes), de entre uns tantos publicados ao domingo, neste espaço.

10 setembro, 2019

Rui Rio Vs André Silva

 

Hoje não falemos de caras nem de almas, pois uma imagem vale mais que mil palavras. 

Do que se diz por aí, o "Público" quase afirma que aquilo correu ao ritmo de um confronto de wrestling. Não estou de acordo. Em tal desporto existem (como já antes visto) golpes combinados. 

É perceptível  que o que estaria pré-acordado seriam apenas os temas que não deveriam ser tocados, tais como: salários; precariedade no trabalho; segurança social; educação; SNS; dependência externa; produção nacional; etc...

Rio, que ao que consta não está nada interessado em ser um parlamentar, mostrou, no debate, ser um sofrível tribuno. André pelo contrário, dá prova de ser um convincente fala-barato. 

09 setembro, 2019

Ontem foi assim...


A FESTA acaba sempre em FESTA. Por todo o lado se ouvia "A Carvalhesa" só que não me era dado ver aquele espectáculo lindo de uma multidão a crescer, a crescer, a crescer... Em fim de serviço, perdia isso.
E, entretanto, foi mal calculada a fornada. "E agora, quem nos compra tudo isto?"
Foi então que se me inspirou o pregão
«Olha aqui o pão com chouriço! Olha aqui o chouriço com pão! Olha aqui o pão sem chouriço nenhum! Pagas três pelo preço de um!»
E foi tudo, até porque estava quentinho!
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07 setembro, 2019

Costa Vs Catarina

Não, não venho falar-vos das expressões faciais, nem das almas que se espelham nesses rostos. Venho repetir uma observação,  o Guerreiro foi um gajo porreiro. O moderador, podia ter interrogado sobre se o Bloco mudou de opinião, quando em 2015 "se fez ao bife", propondo-se formar Governo com o PS e agora, disse o que disse, repetindo que o PCP já dissera

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PS: Este post é um erro de casting, eu devia ter escrito sobre outra coisa. 

Esta aqui. Ora veja e oiça!

06 setembro, 2019

Começou hoje, e confirmam-se as cinco razões para lá ir...

A foto do dia, lá (onde haveria de ser?)

 

1 – Não é um festival: é o maior evento cultural do país

Quando sobre o Avante! se diz que «não há festa como esta» é porque, há 43 anos consecutivos, a iniciativa politico-cultural do PCP não tem paralelo em Portugal. Nem em qualidade, nem em diversidade, nem em dimensão.

2 – O ambiente de igualdade e amizade é único

Conta-se que quando o Chico Buarque actuou na Festa do Avante! de 1980, terá dito ao Zeca Afonso, também cimeiro nesse cartaz, que «nunca tinha visto um comunismo tão bonito», ao que o autor da Grândola respondeu «este comunismo é diferente: é português». Passados todos estes anos, toda a gente se trata por «camarada» na Festa, sendo ou não militante do PCP, que é outra forma de dizer que, naquele espaço, somos todos iguais, valemos todos o mesmo. Uma coisa rara nos dias que correm.

3 – A festa é verdadeiramente para todos

  A Festa do Avante! não é de todo um festival: é uma festa dedicada a todos os que, em Portugal, vivem do seu trabalho e o PCP, melhor que nenhuma outra força política, conhece a dura realidade que enfrentam os trabalhadores. O resultado é uma Festa onde quem ganha o salário mínimo, está desempregado, precário, a part-time ou a recibos verdes pode ver ópera, ouvir música clássica, ir ao teatro, entrar num museu, ir a um concerto e muitos outros direitos que sucessivos governos transformaram num privilégio.

4 – A política é diferente porque o Partido é diferente

Num país em que demasiados trabalhadores não querem saber de política e acham que os «partidos são todos iguais», a Festa do Avante! é um testemunho valioso de que a política é diferente quando o Partido é diferente. Para muitos, a Festa representa um primeiro contacto com aquilo que a política devia ser: uma luta pelos nossos interesses colectivos enquanto classe. Durante os 3 dias da Festa, centenas de milhares de pessoas podem participar em mais de 100 debates sobre o que realmente interessa...

5 – O país e o mundo em 30 hectares

A Quinta da Atalaia é o único lugar do mundo onde se pode telefonar a alguém a perguntar «Onde estás?», ouvir de volta «Estou no Chile, e tu?» e responder «Então começa a andar para Santarém e encontramo-nos na Madeira».  Cada organização do PCP traz, com indisfarçável orgulho, a gastronomia e o artesanato da terra, mas também a discussão atenta sobre os problemas locais: o hospital que falta; a portagem que não devia existir; a escola que precisa de obras e também, por outro lado, o contributo concreto da CDU para melhorar a vida das populações.

Por seu turno, a Cidade Internacional acolhe mais de 30 partidos políticos de todo o mundo que mantêm relações com o PCP. O mais valioso que trazem à Festa não é apenas a comida e a música tradicional dos seus países, é a solidariedade internacionalista.

05 setembro, 2019

Cristas Vs Rio (e vice-versa)


Foi um debate entre almas gémeas. Curioso o cuidado de não os colocar nunca lado a lado, talvez para atenuar o efeito de ver um ar apoiante enquanto enquanto o outro ia falando. E vice-versa.
Quanto ao muito dito, 2/3 do falado foi sobre a carga fiscal. Se assumir que ambos não são tontos, resta a conclusão de quererem tomar todo o eleitorado por parvo. Sempre quero ver se os comentadores encartados lhes desmascaram o discurso. Eu faço-o com todo o gosto: ou aqui, com uma porrada de dados; ou neste outro lado, mas que vai dar quase ao mesmo.

04 setembro, 2019

Jerónimo vs Costa


Uns dizem ter sido um debate morno, outros usaram a palavra duelo, outros ainda acrescentaram-lhe ter sido de "luva branca". Queriam o quê?
Ambos têm a alma na cara... e ambos sabem que de pouco valem as boas falas, se o que se diz não tiver aderência à realidade... e que para defender quem trabalha não há lugar a cedências...

03 setembro, 2019

Cristas Vs Catarina


As morfologias dos rostos diz-nos metade, a outra metade foi passada pela palavra. Sobre a primeira metade, diria que ambas sabem estar, estudando com profissionalismo a expressão ajustada a cada plano da câmara... Quanto ao que foi dito, posso passar directo às conclusões: primeira, nenhuma foi convencer ninguém que esteja no terreno da outra; segunda, António José Teixeira, foi "um gajo porreiro"

01 setembro, 2019

Dominical liturgia [citando Sophia] - 32

Este mandamento, o sétimo, é, dos dez, o único onde pareço entrar em contradição com o que disse Sophia. Atente:

7º Mandamento: Aceite-se sempre, mesmo se em perda (disse Eu)

“Com o tempo perdem-se as coisas. Eu acho que isso acontece às mulheres e aos homens. Depois vamo-nos perdendo a nós próprios, já não se tem a mesma imagem, já não se tem a mesma ligeireza, já não se tem a mesma leveza, já não se tem…” (disse Sophia)

Apresentação, contar da esquerda: Eu, Meu Contrário e Minha Alma
Acudido por incertezas fiz o que sempre faço, convoquei Minha Alma e Meu Contrário. Iniciei mais uma "mesa redonda", inquirindo primeiro Minha Alma
Eu - Diz-me Minha Alma, chegará o dia em que nos vamos perdendo a nós próprios?
Minha Alma - Sim... Por exemplo, no teu caso, sempre me mantive coerente... e assim não percas tu a coerência com que sempre te assessorei teus afectos, angústias e medos. Acho que Sophia se referia à mente, ao juízo, à memória...
Meu Contrário (intervindo, irritado) - Qual quê!? Sophia se referia ao corpo. Esse, e não seu juízo. Esse, e não sua alma. 
Eu (a pôr calma) - Pronto! Pronto! Tudo esclarecido. Sophia referia-se ao envelhecimento do corpo. Mas sendo assim, faz sentido manter o meu 7º Mandamento?
Minha Alma e Meu Contrário (em coro) - Claro!