11 abril, 2020

A NOSSA FORÇA DEVIA VIR DE DENTRO... [só que não vem]


«E temos força para fazer mais.
O nosso compromisso de 40 anos com a produção nacional convoca-nos a ir ainda mais longe nestes tempos tão incertos para quem trabalha a terra, cria os animais e alimenta o país.
Sabemos quais são os produtos portugueses mais atingidos por esta crise: o borrego e os queijos regionais, por exemplo.
Vamos comprar esses produtos e vendê-los a preços tão baixos que permitam a todos os portugueses ter na sua mesa o melhor que Portugal produz.»
A campanha terá começado no passado dia 8, um dia antes de ter feito algumas compras, designadamente cebolas. A cebolas,
embaladas no dia de inicio da campanha, desmentem quem fala, mas... Como foram importadas de Holanda, país onde a Jerónimo Martins tem sede fiscal, até nem me parece mal que esta empresa, cotada no PSI20, contribua para a sustentabilidade da economia holandesa, que bem precisa, como é sabido. 
Aliás, como é sabido a Jerónimo Martins tem até o mérito de contribuir para a economia da União Europeia de forma generosa, ele é laranjas de Espanha, água engarrafada de França, só para equilibrar com os tais exemplos dos queijos e borregos que a JM compra por cá. O resto? O resto vem de todo o Mundo e onde for mais barato, de facto.

Como todas as afirmações carecem de prova, e para não dizerem que sou má lingua, cito-me num texto publicado em Dezembro:
«403 mil toneladas de laranjas saíram dos pomares portugueses em 2018. Portugal teve, no último ano, a maior produção de laranjas dos últimos 33 anos. Contudo, o aumento da produção trouxe excesso de citrinos ao mercado e fez cair 20% o preço no produtor. Enquanto isso acontece, o Pingo Doce vende laranja importada, e não se importa nada. Quem distraidamente lê o rótulo julga tratar-se de laranja do Algarve, mas em boa verdade, esta laranja chegou de fora, da vizinha Espanha, transportada com elevada pegada ecológica...
Mas não se pense que a coisa fica por aqui. Outro caso. Uma garrafa de água num país onde ainda a vai havendo, não se dando prova de que não haja falta, é importada de... França e percorre inimaginável distância.»

3 comentários:

  1. Olá, Rogério, deixo aqui meus votos de uma feliz Páscoa a você e sua família, na medida do possível! Mas tudo vai passar, voltarão os abraços, os beijos, a alegria!
    Beijo, cuide-se amigo.

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  2. Os produtos importados são, por vezes, mais baratos, e a população queR fazer poupanças para depois ter acesso aos telemóveis de última geração. Os produtosres locais passarão por muitas dificuldades... Lamentável.

    Agora, sim, desejo-lhe uma boa Páscoa, Rogério! :)

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  3. Concordo! Concordo tanto com o que aqui expões como com as palavras da Catarina, embora há muito seja (fraca) consumidora dos produtos JM. Mesmo nos tempos (longínquos) em que ainda conseguia deslocar-me e fazer as minhas compras (parcas compras...) de forma autónoma, era-me essencial poder adquirir tudo aquilo de que precisava num único espaço. Não era uma questão de comodismo e sim uma questão de absoluta necessidade, dadas as minhas limitações físicas.

    Hoje em dia, tenho saudades dos tempos em que as minhas compras eram menos parcas e feitas no mercado de Carcavelos ou na tão conhecida FIC...

    Boa Páscoa!

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