A legenda foi retirada do texto do DN que merece leitura atenta e alguma reflexão. Sublinho apenas "as agências de comunicação" recomendaram Vangelis e musica de filmes, tipo "Now we are free" ou até música "pimba". Assim, o marketing eleitoral empurra para os alto falantes, falas que nos são distantes ou falsas. Mas isto não é assim em toda a linha... estão aparecendo novas canções e há quem as abraçe, promova e com elas se comova, sentindo-se mais português!
31 agosto, 2010
Há quem mantenha os seus hinos e não hipoteque as canções...
30 agosto, 2010
Estratégias de manipulação - 2 (com sms do meu neto)
Claro que vou ter que mudar, sempre que tenha de exemplificar...
RESUMO DO POST ANTERIOR: Dizia eu que havia 5 estratégias de manipulação da populaça : a primeira distraindo-a do essencial, com coisas alarmantes; a segunda, criando caso esturrado para depois aparecerem como salvadores os agentes do esturro; a terceira, ministrar "dozes cavalares" em regime de conta-gotas, para o povo não dar conta; a quarta, fazer doer dizendo e repetindo que é para acabar com o seu futuro sofrer. A quinta, falar de tudo isto como se a população portuguesa não tivesse mais do que 12 anos. Todas as estratégias são bem apoiadas, por texto bem editado e repleto de fotografias nos jornais de todos os dias...
POST DE HOJE: Apresentam-se as 5 restantes estratégias, a saber:
6 - UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO
Não posso dar exemplos com o meu neto, pois ele pediu para não o fazer, mas não custa nada dar exemplos do que observamos por aí, tipo “vem aí o papão”, “…olha que ficas fechado na dispensa” ou, na variante feliz, “se não te portas bem, digo ao Pai de Natal”. Tais técnicas resultam frequentemente, sobretudo nos adultos que passaram pelo crédito ao Pai de Natal. Fazer uso do aspecto emocional é, assim, uma técnica clássica para causar um curto-circuito na análise racional, e pulverizar o sentido crítico dos indivíduos. Por exemplo “vamos entrar na banca rota”,”o país está à beira da ingovernabilidade” ou “o país está no limiar da insustentabilidade”, etc.
7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE
Fazer com que os putos aprendam o básico o mais tarde possível é uma formulação estratégica importante, baseada na tese de que os putos são incapazes de compreender. Levar tais cuidados retardadores da aprendizagem até à idade adulta é fundamental, designadamente quanto à compreensão das tecnologias e os métodos utilizados para seu controle. Lei estratégica de referencia: “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneçamos impossíveis para o alcance das classes inferiores”. Assim, o meu neto se ficar pelo secundário, será naturalmente um ignorante. Se entrar para a universidade, poderá ser um medíocre com canudo ou um licenciado ministeriável, tudo dependendo da bolsa… do pais dele. O papel relevante desta estratégia compete ao ensino. Mas a imprensa tem participação significativa quer por omissão quer por entrevistas concedidas a tolinhos e patrões da industria, comércio e afins...
8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE
Isto é, levar as histórias do “Capuchinho Vermelho”, do “Ali-baba e os 40 Ladrões”, "Carochinha" e o “quem deu foi o Pai de Natal” até o mais tarde possível. Depois passar aos “Morangos com Açúcar” e outras novelas que estão nos tops das audiências. Estas são fórmulas de uso perfeito que podem ser associadas em fases posteriores a uma imprensa que faz do culto da futilidade a fórmula que atropela todos os valores, todos, todos, todos… fixando como objectivos máximos de vida: Passar férias numas ilhas paradisíacas; Fazer uma grande viagem; Adquirir a ultima versão do iphone ou juntar muitos amigos no facebook…
9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE
“És um grande nabo”, “Não tens a quem sair”, “Olha para o menino do 2º andar, vês ele fazer uma coisa dessas?” São palavras que se ouvem por aí e prolongadas pelo culto do sucesso individual em confronto com o insucesso de cada um fazendo com que estes acreditem que são somente eles os culpados pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema económico, o individuo se auto-desvaloriza e culpando-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua acção. E, sem acção…
10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM
Para entendimento deste pondo é indispensável ler todos os posts que se encontram no baú "Ser Humano". Isto porque o sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele próprio se conhece a si mesmo (estas técnicas evoluíram muito com a Rogériografia do cérebro humano). Isto significa que, na maioria dos casos, o sistemas existentes exercem um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos. As estas tecnologias tendem a associar-se outras de controlo presencial baseados em chips aplicados nas viaturas, videovigilâncias em tudo o que é lugar, etc.
CONTINUA (claro, ou pensam que um povo amorfo se obtem apenas com 10 estratégias?)
29 agosto, 2010
Homilias dominicais (citando Saramago) - 4
Os inquiridores fazem uma pergunta em cada
sessenta minutos vinte quatro por dia
É um método novo
Acreditam que é impossível não estar a resposta verdadeira entre as cinquenta e nove que foram dadas E contam com a perspicácia do ordenador para descobrir qual delas seja
dormirá enquanto o ordenador não disser não preciso de mais ou o médico não preciso de tanto
Caso em que terá o seu definitivo sono
O homem que saiu de casa depois da hora de recolher não dirá por que saiu
E os inquiridores não sabem que a verdade está na sexagésima resposta
Entretanto a tortura continua até que o médico declare
Não vale a pena
(José Saramago, in O Ano 1993)
A HOMILIA DE HOJE
100 CIDADES PROTESTAM - 100 cidades protestam contra apedrejamento de Ashtiani no Irão. O movimento culmina muitos dias de divulgação dramática de tal desumanidade ocupando, com a imagem quase imaculada de um rosto de mártir, as primeiras páginas da imprensa do mundo tido por civilizado, bem como a abertura dos seus jornais televisivos e radiofónicos. A imagem passa igualmente pela blogosfera e redes sociais em tons hunãnimes de condenação. Não fora isso e Ashtiani teria aquela morte num silencio de pedras... Que nos fique o exemplo. Que o mundo se erga contra as desumanidades. Que a imprensa caia em cima de outros condenados de outros países, que a tortura até à morte sofra pesada perseguição e denúncia (como o fez Saramago tantas vezes e no poema acima). Que 1000 cidades se ergam contra a desumanidade e que a imprensa mobilize as consciências a partir do dia em que Ashtiani cumpra um destino qualquer ele seja. Caso não aconteça, fica-me o sabor do aproveitamento de uma vítima para fins inconfessáveis...
DEVERES HUMANOS - "Depois de milénios de civilizações e culturas, os deveres humanos encontram-se inscritos nas consciências, inclusivamente quando aparentamos ignorá-los ou desprezá-los. Não há que escrever uma Carta dos Deveres Humanos, há que apelar às consciências livres para que a manifestem e a assumam."
José Saramago, in “Soy un grito de dolor e indignación”,
ABC (Suplemento El Semanal), Madrid, 7-13 de Janeiro de 2001
UMA HIPÓTESE DE HUMANIDADE - "Talvez a história do homem seja um enorme movimento que nos leve à humanização. Talvez não sejamos mais que uma hipótese de humanidade e talvez se possa chegar a um dia, e esta é a utopia máxima, em que o ser humano respeite o ser humano. Para chegar a isso se escreveu o Ensaio sobre a Cegueira, para perguntar a mim mesmo e aos leitores se podemos continuar a viver como estamos vivendo e se não há uma forma mais humana de viver que não seja a da crueldade, da tortura e da humilhação, que são o pão desgraçado de cada dia."
José Saramago, in “Escribí para saber si hay una forma más humana de vivir que no sea la crueldad”,
La Voz de Lanzarote, Lanzarote, 25 de Junho de 1996
"Palavras Daqui e Dali"; "Cirandando"; "Ematejoca Azul"; "Na Casa do Rau" e "Largo das Calhandreiras"
28 agosto, 2010
Estratégias de manipulação - 1 (O que nos fazem a todos nós faço eu ao meu neto, coitadinho)
Espreito sempre o trabalho dos meus amigos e dei por um texto, escrito para que se saiba como é que se consegue, anos a fio, manter uma sociedade condicionada e a comer aquilo que outros querem que se coma… Este meu post inspira-se nesse trabalho e por estar devidamente avinagrado, não dispensa a leitura do texto original editado no “Largo das Calhandreiras”.
1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distracção que consiste fazer ao pagode aquilo que eu faço ao meu neto para ele comer a papa de que não gosta (a fruta, essa come-a bem). Faço trinta por uma linha para o distrair: simulo a queda de aviões, torço o pescoço ao peluche e faço a derrocada dos legos… Quando dá por ele, a papa está aviada. Claro que distrair o pagode, carece de macacadas mais sofisticadas e aproveitamentos mais subtis que não me lembraria a mim, como por exemplo: aumentar os decibéis da gritaria politica simulando zangas zangadas, deixar pirómanos a pirómanomar pondo lbaredas a abrir telejornais ou a linchar o Carlos Queiroz. Estes são alguns exemplos de como desviar a atenção dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e económicas. Assim, os portugueses, à semelhança do meu neto, comem a papinha que não gostam distraídos por poderosas e bem montadas macacadas…-2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES
Este método também é chamado “problema-reacção-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reacção. Por exemplo: fazer o meu neto trocar a papa amada por papa que não gosta. A malta simula que deixa estorricar a maizena, o que deixa o puto de nariz nauseado por causa do queimado. Explica-se a inevitabilidade da sopa e… é canja. Isto mais a sério faz lembrar as propostas de alteração constitucional apresentadas com grande dramatismo, para depois, como se verá, aparecerem com um cozinhado que, no final, irá saber menos mal e sem que os portugueses sintam o cheiro a esturro de tudo isto....3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO
Para fazer aceitar uma colher de óleo de fígado de bacalhau até se podia apertar o nariz e enfiá-la goela abaixo. Existem outras soluções pedagogicamente aceitáveis e que o progresso recomenda. As pílulas ou drageias, levam mais tempo a fazer efeito mas resultam sem qualquer agonia. A realidade é pior, muito pior, pois contrariamente àquele óleo, as medidas inaceitáveis, aplicadas gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos, não fazem bem à saúde do povo: estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa e salários baixos são pilulas dadas e engolidas com algumas caretas mas que já teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez, à colherada...4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO
È o caso de “tens de levar uma pica”. Mentalizamos o neto. Simulamos com a boneca e pronto, se a boneca sobreviveu à dor a injecção será suportável atendendo ao facto de se evitar a doença, também ela encenada. É pouco mais ou menos assim que se fazem aceitar decisões impopulares, apresentando-as como sendo “dolorosas e necessárias”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. Os sucessivos PECs são injecções enganosas com a agravante de só doerem na peida dos mesmos...5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE TENRA IDADE
Não vale a pena dissertar sobre este ponto, pois este texto é, ele próprio, o exemplo de como as coisas acontecem quando se fala a alguém cuja idade mental se pretende o mais próxima possível dos 12 anos, a diferença é que eu espero uma leitura inteligente de todo este meu texto avinagrado...
27 agosto, 2010
"Por terras do Caramulo" (Contando como foi...)
Mal sabia eu que o meu almejado descanso iria sofrer revés significativo. No percurso até Campo de Besteiros, o nosso destino, tudo perfeito. Pequenos desvios, primeiro para um excelente leitão (Mealhada) e, depois de fartar a pança, fartar o olhar do alto de Penacova e procurar sem conseguir, um adjectivo adequado à paisagem. Seguimos pela IP3 e chegamos a Tondela. Daí ao hotel, foi um pulo. Ocupamos o tempo por aí e aí jantámos. Tudo normalmente bem e, como planeado, dormimos embalados em grilos e cigarras...
Pela manhã, após as coisas normais que se fazem em sítios destes, subimos a serra. Visitámos o museu. Aí aconteceu um primeiro percalço: cinco tapeçarias "À maneira de Portugal e da Índia" queriam à viva força obrigar-me à investigação sobre o nosso passado, sobre a nossa identidade... Passou-me essa crise e seguimos para o Caramulinho. Subidos os 274 degraus de acesso a esse ponto mais elevado, ficou tudo estragado. Diante os meus olhos, ao fundo e sob uma neblina de 12 séculos, os montes Hermínios (em vez da esperada Serra da Estrela) impunham-se com um perfil de lenda. O mapa tornou-se mais forte do que a paisagem e mais presente que o ar da serra. Via lusitanos por onde andavam beirões. Nas minhas costas, do longínquo Douro, chegavam-me vozes galegas que vindas de tão grande distancia, não dava para perceber o que diziam.
Ali, outra vez à minha frente, nas margens do Mondego acontecia mais uma emboscada a um fragmento da legião romana que procurava Viriato... (é fácil, de cima do Caramulinho, ver e pensar através de séculos). Num vai e vem de épocas, ocorreu-me reflectir no que pensariam os Lusitanos, que lutaram contra a ocupação romana, do alargamento do Condado Portucalense e da expansão galega produzida pelos exércitos de Guimarães empunhando novas bandeiras, após o tratado de Zamora. Teria sido pacífico dada a ameaça do progresso mouro? Nesses tempos haveria resistência ao alargamento de Portucale? Haveria mais Saramagos?
Com estas ideias na cabeça, disfarcei cantarolando, não fosse a minha Teresa (a minha, não confundir com a mãe do tal Afonso) perceber que estava a subverter os objectivos fixados para estes dias: "Indo eu, indo eu/ a caminho de Viseu/Encontrei o meu amor/Ai Jesus que lá vou eu"... Chegados a terras de Viriato, era grande o bulício dos lusitanos e poucos os lugares para estacionar o carro. Uma vez conseguido, demos umas voltas a pé e achámos "O Cortiço", o tal que 30 anos antes me deliciara com uma inesquecível morcela de arroz acompanhada de grelos... Entramos e as fartas e deliciosas entradas quase nos desviaram dum excelente entrecosto com couve e... morcela, servidos em louça de barro negro. Tudo regado com bom vinho servido em "jarro" de tanoeiro. Ficou-me cheia a tripa e os olhos no artesanato. Comprei estas peças. As de barro, em Molelos e lá descobri em Campo de Besteiros o tanoeiro que me vendeu o jarro de aduela.
Haveria mais que contar, mas fica este apontamento. Viriato tinha de facto razões para defender a sua Lusitânia e D. Afonso Henriques para a ocupar...
22 agosto, 2010
Por terras do Caramulo...
Os rios e as pedras tinham saudades minhas...
...e eu deles
e delas!
Mas tenho tanto, tanto em que pensar ... não sei se terei tempo para lhes dar. (Como, alías, acontece a quem por cá aparece.... )
21 agosto, 2010
Homilias dominicais (citando Saramago) - 3
A MINHA IDENTIDADE COMO PORTUGUÊS - Diz-me José Saramago: “A busca do Outro talvez seja o caminho pelo qual cada um de nós consegue chegar a si próprio. Para aproximarmo-nos àquilo que somos temos de passar pelo Outro.” (1)
Perguntaram-me porque me sentia português... (3)
Foi então que fui tentar colocar as perguntas certas, aos meus poetas. Obtive respostas para todos os gostos. Mas, pensei, só existem cantos assim e profundos desgostos quando se ama muito. Se calhar, se meu país me desfolhasse, eu lhe retribuiria a pétala que há pouco me deu: TUDO!
I
"...Portugal: questão que eu tenho comigo mesmo,
golpe até ao osso, fome sem entretém,
perdigueiro marrado e sem narizes, sem perdizes,
rocim engraxado,
feira cabisbaixa,
meu remorso,
meu remorso de todos nós... ".Alexandre O´Neil
II
Avivo no teu rosto o rosto que me deste,
E torno mais real o rosto que te dou.
Mostro aos olhos que não te desfigura
Quem te desfigurou.
Criatura da tua criatura,
Serás sempre o que sou.Miguel Torga
III
Em cada rua me foges
Em cada rua te vejo
Tão doente da viagem
Teu rosto de sol e Tejo
Esta é a cidade onde moras
Como quem está de passagemManuel Alegre
IV
É da torre mais alta do meu pranto
que eu canto este meu sangue este meu povo.
Dessa torre maior em que apenas sou grande
por me cantar de novo.
Cantar como quem despe a ganga da tristeza
e põe a nu a espádua da saudade
chama que nasce e cresce e morre acesa
em plena liberdade.José Carlos Ary dos Santos
V
Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.Alberto Caeiro (het. Fernando Pessoa)
Todos os extractos destes poemas foram retirados daqui
PS - Registo, com muito agrado, alguns contributos para a pergunta em aberto. O meu obrigado, mas ainda não sei porque me sinto tão aqui, quando são os poetas a lamentar o seu estar...
20 agosto, 2010
Brincando, brincando...
19 agosto, 2010
Perguntaram-me porque me sentia português... (2)
Nestes sons reencontro este meu coração em forma de guitarra a rimar Lisboa com Goa...
... e nestes, um sangue inquieto, alegre e renovado que alimenta meu corpo...
... e a minha alma é a memória de todas as almas que à alma lusa e celta se fundiram num movimento que me faz sentir inteirinho nele!
Todos os vídeos foram tirados daqui
18 agosto, 2010
Perguntaram-me porque me sentia português... (1)
... mas sei que são muitos os porquês...
17 agosto, 2010
O quarto poder
ou antes,
é boa para os poucos,
que são seus amantes.
É má para quase todos,
e a quase todos engana,
tornando-os cegos ou loucos...
É bela,
dispensa fartos favores
aos seus senhores,
que a querem só para sí,
não para a amarem, como aparenta.
Não se queixa de qualquer sofrer
ela sabe que é o quarto poder
Quem expõe, como eu faço, esta "mulher" desnudada e se atreve a fazer tão graves acusações tem que apresentar provas mínimas, uma que seja. Pois bem, eu provo. Ela foi má para a classe de professores (como tem sido) colocando títulos, fazendo um alarido que o "google" não engana ao buscar tudo o que é jornal com o facto publicado em grandes "parangonas". Foi boa para a banca, pois por lucros exorbitantes, a imprensa foi discreta, como o foi relativamente ao valor e taxa aplicável à colecta para efeitos de imposto. Aqui o "google" também não engana ao ir buscar meia dúzia de notícias em meios de reduzida projecção...
Fazendo contas, o lucro registado pelos 5 maiores bancos portugueses em três dias daria para pagar aos cerca de 174 mil professores (dados pordata referente a 2008) as horas extraordinárias "indevidas" e ainda sobrava muito dinheiro. Sei que as contas não devem ser feitas assim, porque o ganho dos professores (63 €/ano) terá sido ilegítimo e o sector financeiro tem toda a legitimidade em ter lucros. Pois, mas então paguem os impostos devidos. Se apenas pagam 4%, porque é que aquela senhora não o diz?
16 agosto, 2010
Pactuar com a estratégia de Pedro Passos Coelho é entrar num labirinto de onde dificilmente se sairá. Ponto-de-situação nº2
No meu post "Pactuar com a estratégia de Pedro Passos Coelho é entrar num labirinto de onde dificilmente se sairá...", que publiquei em 26 de Julho, eu via (e continuo a ver) uma estratégia de risco, perfeitamente alinhada com os interesses em apagar, de uma vez por todas, os vestigios do 25 de Abril que ainda restam...
Depois fiz um primeiro ponto-de-situação em que escrevi que Pedro Passos Coelho estaria satisfeito com o teste à sua labirintica estratégia de alteração constitucional. Fiz essa análise olhando as sondagens então publicadas. Tinha antes, da sua proposta, 39, 2% e depois dela 36%. Perder pouco mais de 3 pontos, para perceber até onde o PS aceitaria ir na revisão constitucional, foi considerado por mim como não sendo nada mau para Passos Coelho...
No Pontal, Pedro Passos Coelho fez um discurso que antecipa semanas de grande gritaria e que deverá culminar com a viabilização do Orçamento do Estado. Sobre a revisão da Constituição, muitos consideram o Pontal um tiro de pólvora seca e eu também pois PPC guarda a artilharia para quando Sócrates estiver melhor preparado e os cérebros anormais votantes estiverem ganhos... Assim, está desenhada a estratégia. Assim eu a percebi desde o meu primeiro post sobre este tema!
15 agosto, 2010
Homilias dominicais (citando Saramago) - 2
HOMILIA DE HOJE
“Ich fühle mich in erster Linie als Portugiese, in zweiter Linie als Iberer und erst in dritter Linie als Europäer." ("Eu sinto-me principalmente como Português, em segundo lugar como ibérico e apenas em terceiro lugar como europeu".)
Dar-lhe-ia razão um japonês respeitável, Akira Miwa, por Saramago só colocar a Europa em terceiro lugar:“O interesse do (vosso) Governo está muito voltado para o centro da Europa, o que acho natural. Mas isso traz efeitos secundários.Com esse sucesso europeu, o país tende a esquecer a importância que poderia ter no resto do Mundo, fora da Europa. Sobretudo agora, num momento em que assistimos às dificuldades económico-financeiras em toda a Europa. Penso que o Governo português e o sector privado deveriam repensar sobre a sua dependência um pouco exagerada do mercado europeu.”
14 agosto, 2010
A fisiologia do cérebro explica muita coisa - V (Último Relatório Cientifico)
Desiludam-se os que esperavam grandes diferenças. De facto existem, mas são pequenas:«Nas áreas cerebrais destinadas à fala e à audição, as mulheres dispõem de mais 11 por cento de neurónios que os homens». Como podem compreender estas funções não são objecto de análise, pelo uso da tecnologia que emprego. Nem é necessário ser grande fisiologista para perceber que as mulheres, falam "pelos cotovelos" e são, na generalidade, bem mais interessadas no uso devido ou indevido dos ouvidos...
No entanto, considero que outras correntes cientificas possam ser avaliadas. Peço a vossa especial atenção para esta tese, apresentada por um ilustre colega:
Material cientifico cedido pela Isa GT
13 agosto, 2010
A fisiologia do cérebro explica muita coisa - IV
Na vida familiar tem um papel muito protector mas autoritário. Dá grande valor á educação mas, contraditoriamente desvaloriza leituras elevadas. Os filhos só frequentam colégios particulares e, quanto a artes, permite-as desde que não desenvolvam ideias. Assim, valoriza tudo o que é contemplativo ou sensitivo. Quanto aos pais, lembram-se deles e colocam-nos em razoáveis lares ou mesmo boas residências para seniores que visitam com equilibrada frequência…
Vida profissional? Estão na maior. Senhores de elevada capacidade verbal e até com dotes de oratória, ascendem facilmente na carreira chegando, na sua grande maioria a lugares do topo, chega qual for o ramo da actividade ou o sector. Frequentemente tratam os colegas como ferozes concorrentes e, à semelhança de outros cérebros anormais, usam as falsas verdades como patamares de trepadeira mas... arrepiam-se só de pensar que alguém possa comentar que começaram graças a uma valente e influente “cunha”. Gabam-se com frequência da sua brilhante carreira académica. Uns ostentam mestrados, outros até doutoramentos. Fazem-no mesmo quando não possuem mais do que o ensino básico (e conseguem ter crédito).
12 agosto, 2010
A fisiologia do cérebro explica muita coisa - III
A imagem refere-se à "Rogériografia" de um cérebro anormal, idade adulta, representando a grande maioria dos cérebros dos homens portugueses (por questões metodológicas assumo que representará também a grande maioria das mulheres, as quais podem não se rever nesta minha assunção)
VISÃO GERAL - É uma alegria olhar para esta Rogériografia. Nada de dois hemisférios diferentes (só atrapalhariam). Nada de zonas pensantes (pensar é cansativo). Os processos lúdicos, das artes, da cultura, da observação, do amor, da amizade estão lá todos espraiando-se em viçoso verde. Verde até em zonas onde se esperaria verificar-se alguma massa cinzenta. Por essa razão os processos de reflexão, de pensamento profundo e de acção consequente não existem (como podem verificar na imagem). Os processos existentes são, na sua grande maioria, processos de alto nível, pelo que aparentam ser um cérebro normal embora não o sendo.
A inexistência de processos pensantes, normalmente localizados no hemisfério esquerdo, retira a este cérebro qualquer capacidade de memória. Desta, apenas existe uma pequena, tipo RAM, que habilita os portadores destes cérebros à uma actividade aparentemente normal. Esta falta de memória reflecte-se em tudo.
Na vida familiar esquecem-se que a tem. Filhos? A sua memória RAM dá para os mostrar, brincar com eles, mas porque esta memória é volátil, esquecem-se de os educar. Quanto aos pais, só se lembram deles durante o período em que deles precisam.
Vida profissional? Estão na maior. Senhores de elevada simpatia e humores empáticos ascendem facilmente na carreira. Frequentemente fazem dos colegas inocentes patamares de trepadeira mas... falha-lhes a memória de como começaram.
Actos cívicos? Vão a todas. Os cartazes e a campanha lembra-os de votar. Esquecendo que há 4 anos votaram "naqueles"e não se lembrando o que "aqueles" fizeram nos últimos 3 anos e meio, votam "naqueles" ou votam noutros que se pareçam muito com "aqueles" (não porque tenham memória, a sua orientação é sensitiva, gostando particularmente de "boas figuras", bem falantes e que ofereçam bugigangas ao gosto de um marketing bem profissional).
São, mesmo quando estão sisudos, portadores de boa disposição. Afirmam que se comovem frequentemente sem que alguma vez lhes tenha observado uma lágrima. Só riem por duas razões: por tudo e por nada e são abertos a abraçar causas (sobretudo se forem virtuais...).
ANÁLISE DETALHADA DOS HEMISFÉRIOS - Missão impossível pois tudo é feito da mesma massa encefálica que, como já escrevi, se espraia de maneira amorfa compreendendo tudo aquilo que num cérebro normal funciona num só hemisfério.
AVISO IMPORTANTE
Qualquer eventual identificação entre o descritivo desta Rogériografia e o que se passa na sua cabeça ou é mera coincidência ou prova a fiabilidade das minhas tecnologias inovadoras.
CONTINUA
11 agosto, 2010
A fisiologia do cérebro explica muita coisa - II
- Interdição de acompanhar, conviver ou socializar (par de bonequinhos, na região frontal) - o adulto tem a anormalidade de só o fazer de forma muito selectiva com a classe a que pertence. Desde cérebro jovem que lhe são reprimidas "más companhias" e grandes conversas com cérebros que não sejam similares aos do agrupamento onde este cérebro se desenvolve;
- Interdição de ver em volta -Este cérebro é muito viajado. Alguns que analisei registam viagens desde muito pequeninos. Contudo, olham sem que tenham autorização para ver. Usam o "o telescópio" (representado na imagem) desde que não vejam e guardam do Mundo a visão do bilhete postal...
- Interdição de ler para conhecer - Leituras só as indispensáveis para progredir nos estudos e em temas obrigatórios. Estes cérebros manifestam sérias dificuldades em saber quantos Cantos tem "Os Lusíadas", confundem autores (Thomas More com Thomas Mann) e nutrem uma relutância enorme por outros (com Saramago em grande destaque)...
- Interdição na comunicação com o hemisfério esquerdo - É, em qualquer cérebro, um processo crítico. Contudo, estes anormais registam fortes intermitências nesta função. Assim, este hemisfério deixa de ser alimentado regularmente por processos que resultam da aprendizagem lúdica, da observação do Mundo, convívio com os outros e do saber dos livros...
ANÁLISE DETALHADA DO HEMISFÉRIO ESQUERDO - Dispenso-me de o fazer. A imagem vale mais que mil palavras. Só uma chamada de atenção: Os poucos processos que aí se encontram desenvolvidos são do mais alto nível que a "Rogériografia" é capaz de captar. Talvez por isso estes anormais ocupem cargos também de elevado nível.
DESAFIO AO LEITOR
Para além dos comentários que queiram fazer, desafio a que identifiquem grupos sociais portadores deste cérebro anormal. Aceitam-se duvidas ou reservas à minha abordagem "cientifica"...
CONTINUA
10 agosto, 2010
A fisiologia do cérebro explica muita coisa - I
09 agosto, 2010
Chamaram-lhes namban-jin - III (conclusão)
OS POSTS ANTERIORES
"O português que chegou ao Japão no século XVI conhecia muito bem o funcionamento da sociedade japonesa. Basta dar como exemplo que ainda hoje usamos um livro escrito por Luís Fróis sobre história do Japão para aprendermos a nossa própria história."
“A religião católica só admite um deus, mas no Japão cremos na existência de muitas variedades de deuses, como acontecia na Grécia Antiga. Nós tendo tantos deuses estávamos abertos a acolher mais um, porque não? No entanto o catolicismo era demasiado exclusivo. Criou um problema social grave que acabou por dar origem a divergências políticas. (…) Cortámos então relações durante mais de 200 anos, só as retomando em 1860, com a assinatura deste tratado.(3)”
“A Holanda, a Inglaterra ou a França demoraram muito tempo a chegar até nós (…) Todos os contactos que queríamos manter com a Europa eram feitos através de Portugal”
“O interesse do (vosso) Governo está muito voltado para o centro da Europa, o que acho natural. Mas isso traz efeitos secundários.Com esse sucesso europeu, o país tende a esquecer a importância que poderia ter no resto do Mundo, fora da Europa. Sobretudo agora, num momento em que assistimos às dificuldades económico-financeiras em toda a Europa. Penso que o Governo português e o sector privado deveriam repensar sobre a sua dependência um pouco exagerada do mercado europeu.”“Angola é um país no qual o Japão tem muito, muito interesse. O Brasil tem o mesmo interesse. Portugal idem aspas. Porque é que não colaboramos?”
“... como ministro Finanças e como primeiro-ministro (Cavaco Silva) visitou várias escolas japonesas e tinha ficado agradavelmente surpreendido com o conhecimento histórico das crianças sobre Portugal. Vocês deviam fazer o mesmo nas escolas, ensinar a cultura e a história dos países por onde passaram. É uma pena não o fazerem. Faz parte da memória. Não a manter é quase esquecer o passado. Falo também da índia, da China. Estão a perder a vossa memória.”
“Há muitas semelhanças entre portugueses e japoneses (…) A maneira de ser, o modo de reagir é muito igual. À parte o nosso relacionamento histórico, temos muito em comum. O japonês é mais português que espanhol. Para nós a Espanha é um país muito interessante, sim, mas por causa da diferença. Portugal é como se fosse o Japão europeu".
“Apesar do nível económico fraco, o nível de compreensão cultural e artístico (dos portugueses) é muito superior”
(1) Textos anteriores, ver aqui e aqui (2) Entrevista concedida a um suplemento do Semanário Expresso de 31.Julh.2010 (3) Tratado de Paz, Amizade e Comércio, cuja assinatura se comemora este ano o 150º aniversário