A cidade é um chão de palavras pisadas
A cidade é um chão de palavras pisadas
a palavra criança a palavra segredo.
A cidade é um céu de palavras paradas
a palavra distância e a palavra medo.
A cidade é um saco um pulmão que respira
pela palavra água pela palavra brisa
A cidade é um poro um corpo que transpira
pela palavra sangue pela palavra ira.
A cidade tem praças de palavras abertas
como estátuas mandadas apear.
A cidade tem ruas de palavras desertas
como jardins mandados arrancar.
A palavra sarcasmo é uma rosa rubra.
A palavra silêncio é uma rosa chá.
Não há céu de palavras que a cidade não cubra
não há rua de sons que a palavra não corra
à procura da sombra de uma luz que não há.
José Carlos Ary dos Santos
18 janeiro, 2014
Ary? Ele anda por aí, de punho erguido contra o medo, declamando seus poemas com versos pintados de fresco
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A cidade que um dia chorou por ele, mantém viva a sua memória.
ResponderEliminarTal como eu. Sempre!
Grande poeta! Tem poemas absolutamente brutais, outros absolutamente românticos! Lindos todos eles!
ResponderEliminarO Puma lembrou-me Ary, agora já somos 3, no meio de muitos mais, a recordá-lo! Merece sê-lo!
ResponderEliminarBeijinhos Marianos! :)
ResponderEliminarA força está no ritmo, no domínio pleno da linguagem ou na alma de um Poeta por inteiro?
Um beijo
.
ResponderEliminar.
. o ary tão nosso . a perpetuar o tempo .
.
.
Na verdade
ResponderEliminarabraço
Um Poeta maior, sem dúvida alguma.
ResponderEliminarEmocionante o que escrevia e também a forma como declamava.
Deixou muita saudade, mas tornou-se imortal...
Abraço e boa semana Rogério!