22 janeiro, 2014

Diário de um eleito - (5)


Que não se diga que um eleito é para estar onde dá jeito. Nós não somos todos iguais, nem estamos à espera, como não estão outros nossos eleitos, que as senhas de presença nas Assembleias nos caiam na conta, aumentando-nos os proveitos. Ontem, por exemplo, foi um dia em cheio: umas dezenas de telefonemas a lembrar a reunião do dia de hoje, uma conversa atenta com quem nos respeita e um estar na Soeiro, a discutir e a preparar, o congresso da ANAFRE... à noite, ler o correio e os mails e depois seguir, por entre o denso nevoeiro da omissão, o que foi o dia dos outros, passado pelo filtro da televisão. A insistência bateu na manifestação dos bolseiros, insubmissos à condição de enjeitados, humilhados e ofendidos. E foi hora de lembrar que aqui, neste lugar(*), se concentra talvez o maior núcleo de jovens que se dedicam à investigação científica em Portugal. Quantos seriam, ou poderiam ser, se a política seguida fosse outra? Quantos serão, se a política seguida for esta? À primeira pergunta tenho por reposta, em números redondos, cerca de 1000 (ou serão mais?). Para a segunda pergunta, não sei se há quem responda...como eleito, tenho de saber!

Imagem do facebook, página do prof. André Levy

(*) Em Oeiras, estão localizadas várias instituições do universo científico e da investigação, com particular incidência nos domínios da biomédica/biomedicina. No âmbito na campanha eleitoral visitei, como candidato CDU, essas instituições e foi feito relato detalhado na página CDU (PCP):
 A situação agora criada levanta, a nível local, outros problemas...

8 comentários:

  1. Tenho pessoas muito próximas a sobreviver com bolsas e que estão a planear ir para o estrangeiro... Isto é uma catástrofe! Principalmente para o país porque os vai perder...


    Beijinhos Marianos, Rogério! :)

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  2. É realmente lamentável a situação do povo português , e o sentido que a humanidade parece estar a tomar. Embora lá no fundo, bem no fundo, eu creia na mudança...uma mudança radical na história das políticas universais. O Homem tornou-se escravo do poder e consequentemente do dinheiro, abdicando de valores fundamentais...

    Abraço e dia feliz!!!

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  3. Sinto na pele esta realidade. A minha filha vai na terça-feira para o estrangeiro. Eu fico com o coração partido e o país fica mais pobre.
    Acredito que há muita gente, tal como o meu amigo, a tentar pôr fim a esta catástrofe, mas há muitos mais a quem interessa que eles saiam.


    Beijinho comovido

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  4. Esta gente quer fazer regressar o país à idade das trevas.

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  5. Para eles só conta a descida do défice à custa da miséria do povo e da partida dos jovens!

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  6. Força, Amigo! que nunca o ânimo te falte...

    abraço fraterno

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  7. Lançar-se na busca séria do Conhecimento implica emigrar. Sei-o bem!...
    Aqui é tudo pela metade ou nada. E quem se dedica tanto quer ter uma carreira, condições de trabalho e reconhecimento.


    Lídia

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