O miúdo aproximou-se, mais curioso que a medo, daquela figura coberta de negro. Ela caminhava, lenta mas certa, direita. Era baixa e segurava um bordão. O miúdo, por detrás, acompanhou-lhe o passo até que, decidido, lançou-lhe um olá metediço. Ela parou, e com um olhar vivo mas inexpressivo respondeu-lhe ao cumprimento. Encorajado, o miúdo perguntou o que perguntava a toda a gente com quem se metia, "Como te chamas?" -"Resignação!", respondeu ela prontamente. "Só tens esse nome?" Ela ficou um tempo imenso a olhar o ar como se esperasse ler o seu apelido entre as nuvens perdido... "Chama-me Resignação, o resto já não conta!" e continuou o caminho, agora mais apressada como se tivesse coisa importante para fazer. O miúdo ficou a olhá-la até a ver desaparecer na primeira curva do caminho que a levava à aldeia, para se juntar aos outros, também chamados resignados.
Adoro este rosto! Cada sulco contém uma história.
ResponderEliminarOs olhos cansados de absorverem tanta sabedoria num corpo
que nada mais pode fazer do que se entregar à "Resignação", sorriem-nos, num desafio que nos faz reflectir sobre aquilo que queremos para a humanidade: "Resignados"??? Acho que não!!!!!!!!!!!!!!!!!
Bom Ano!!!!
Não somos nós um povo resignado? Podemos até parecer diferente, lutadores e empenhados em mudar certos rumos, mas acabamos a cantar o Fado e a ver a Casa dos Segredos...
ResponderEliminarAbraço
Excelente fotografia!
ResponderEliminarNem todos chegámos àquele limiar da resistência que, rapidamente, conduz à resignação... e nem todos chegámos, ainda, à revolta...
Abraço!
Olá Rogério,
ResponderEliminarPovos resignados acabam na extinção e os portugueses, segundo um jornal britânico, serão o primeiro povo europeu a conhecer a extinção. Levará menos de um século... dentro das condições que se vêem no momento. Claro, se os EUA (israel)pararem de se meter com a China, coisa que não vejo jeito, muito pelo contrário, o rumor de guerra intensifica-se, sem que saibamos pelos media e a extinção poderá acelerar-se e poderá ser questão de pouco tempo.
Entretanto a TV, vai fazendo as delícias de quase todos os que ainda não "foram", infelizmente.
Um abraço e Parabéns pelo 4º Aniversário.
Força aí Guerreiro!
A paisagem denuncia a perfidia mas não decide. A resignação nada sabe...
ResponderEliminarO abandono a que se deixa o interior do país é confrangedor. Fecham-se escolas, Centros de Saúde, postos dos CTT... Os que se não resignam, partem. Os que não partem, para além de se resignarem,ficam sós.
ResponderEliminarBeijinhos Marianos, Rogério! :)
ResponderEliminarA desertificação, a avaliar pelo número de pessoas que todos os meses abandonam o país, parece não querer limitar-se às regiões do interior.
Ficam os fortes ou os fracos?
Lídia
essa senhora chamada de Resignação viveu connosco 300 anos durante os tempos da «Santa» Inquisição, mais 48 anos durante os tempos da "santa" ditadura e está pronta para continuar connosco per secula seculorum... (ámen!)
ResponderEliminarQue tristeza!
Obrigada pela visita Rogério...
ResponderEliminarAbraço e bom Domingo!