Ontem foi um dia assimétrico, sem a dominante de coisas muitos sérias, sem a incidência de interregnos para coisas belas, nem para coisas muito más, pois de tudo isso houve um pouco. Comparando os acontecimentos do dia com o tempo nos Açores, diria que ontem deu para todas as estações: Primavera, Verão, Outono e Inverno. Concentrando-me no inverno do nosso descontentamento, recordo o discurso de Paulo Portas e discorro sobre para que tende este partido. Entre o ser uma agência de recrutamento para o preenchimento de elevados cargos e o corresponder a uma estrutura partidária representando os interesses da classe dominante e opressora, fica balanceando entre uma e outra sem nunca deixar de ser ambas. Esta é a síntese, poupada em adjectivos e outros juízos. Mas por lá ainda moram pequenos resquícios e reminiscências da Democracia Cristã, que penitenciam (ainda) a má consciência dos bem intencionados que aguardam que se concretize o destino dos nascidos em berço de ouro... apetece-me citar algo que acabei de ler onde se relembram palavras de Bernard Shaw: "o cristianismo talvez fosse uma coisa boa, se alguma vez tivesse sido experimentado."
Entretanto, o neoliberalismo impera, infecta e destrói todo o tecido social e não é apenas a negação mesma do espírito cristão como até o devora. Nada que espante, no espectro partidário alguém teria que fazer o papel de o bem representar, defender e sustentar. As desigualdades não acontecem por acaso.
O discurso foi seguro, com a segurança de quem sabe que outros partidos dependem de seus serviços. PS e PSD irão disputar-lhe os favores. Paulo conta com isso.
Quanto ao conteúdo, o discurso merece ser desmontado e, também, contestado. E aqui, neste outro lado.
Quanto ao conteúdo, o discurso merece ser desmontado e, também, contestado. E aqui, neste outro lado.
foi um dia de festa, de feira...
ResponderEliminarQue dizer?! Triste, triste Portugal! Foi povo deste que se atreveu pelos mares dentro para dar novos mundos ao mundo?! Duvido...
ResponderEliminarA inestimável leitura, por um congressista, de um texto do livro único da segunda classe é um momento que tudo diz...
ResponderEliminar(asco)
Beijinho
Enquanto os nossos donos permanecerem os mesmos, nada muda!
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ResponderEliminarQue estranho sistema eleitoral!...
Dou comigo a perguntar, não raramente, como pode alguém nadar em Poder com 10% dos votos dos 50% dos portugueses que foram votar.
Enfim, dou comigo a perguntar coisas assim...
Bjs
Estive no Congresso que refere...
ResponderEliminarCom grande tristeza percorro estas suas palavras, e vejo-me forçado a reconhece-las como verdadeiras.
Sendo a Esperança uma das virtudes teologais do Catecismo Católico, agarro-me a ela e luto pelo dia em que as "reminiscências da Democracia Cristã" se tornem a força motriz do Partido em que milito.
Estive no Congresso que refere...
ResponderEliminarE é com grande tristeza que percorro as palavras que nos escreve neste post, e que me vejo forçada a reconhece-las como verdadeiras.
Como a Esperança é uma das virtudes teologais segundo o Catecismo Católico, agarro-me a ela e luto pelo dia em que as "reminiscências da Democracia Cristã" se tornem a força motriz do Partido em que milito.
Não me descansa a alma, mas antes, a tristeza é ainda mais profunda quando vejo esta "diluição" de valores e convicções em todos os setores do espectro politico nacional.
Aqui, talvez o PCP seja uma excepção à regra. Ou não. Se o poder corrompe, o que fará a ausência dele???
Qual Democracia Cristã?! Qual Doutrina Social da Igreja?!
ResponderEliminarO que eles querem é dinheiro para, entre outras bambochatas, irem à Mealhada empanturrar-se de leitão.
Ámen
E é isto o CDS:
ResponderEliminar"Entre o ser uma agência de recrutamento para o preenchimento de elevados cargos e o corresponder a uma estrutura partidária representando os interesses da classe dominante e opressora, fica balanceando entre uma e outra sem nunca deixar de ser ambas."
Também se podia resumir numa palavra...
Mas, curiosamente, e em contradição com o ante-escrito, tenho encontrado gente do CDS bem interessante, coisa cada vez mais rara nos outros partidos abertamente de direita.