"Há semanas que temos vindo a ser submetidos a um processo de intimidação mental e de asfixia social, que largamente ultrapassa os limites do suportável. O fantasma é o FMI, intermitente como todos os fantasmas, a ameaçar-nos de medos maiores do que os medos habituais no viver português (...) O bispo defendeu o espírito de entreajuda (...) São paliativos que nada solucionam e apenas evocam um conceito de caridadezinha, amiúde execrável. A Igreja tem de ser compelida, e até arrastada, pelo movimento das ideias, a encorajar o protesto generalizado e a indignação colectiva. Não deve quedar-se, através de murmúrios compassivos, pela solidariedade inócua com o sofrimento. O essencial está em causa. A boa vontade não chega. É outra expressão do quietismo, a forma mais sórdida de cumplicidade, e outro modo de disciplina férrea, com que as classes dominantes impõem as suas leis e regras. Reformar quê? Quando, na realidade, estamos a falar do demoníaco, contido numa ideologia que introduziu, como modelo de sociedade, a resignação e o aviltamento progressivo da condição humana. O campo da nossa batalha não é a procura do eterno: é a consciência do nosso tempo."
O meu caro Rogério cada vez está mais literário.
ResponderEliminarO Novembro faz milagres!!!
Conheci o Baptista-Bastos na Feira do Livro do Porto em 2006, o ano mais horrível da minha vida.
Conversamos dois dias seguidos e comprei quase todos os livros dele.
"O inverno vai ser longo e áspero.
Vou ter muito tempo para recordar".
PS: Ainda não havia o Facebook, já já se dizia que o povo português vivia para os 4 F´s.
Para mim o único F válido é a minha FAMÍLIA!!!
Certeiro.
ResponderEliminarMas quantos têm consciência do nosso tempo?
Poucos, porque os outros estão, num estado normal neste país, letárgicos.
Caro Rogério
ResponderEliminarA necessidade de percebermos e "tomarmos conciência do nosso tempo" é uma constante. Provavelmente numa outra altura em que estivessemos mais "adormecidos" estas palavras do BB passavam ao lado. Aliás neste caso passavam mesmo não fora a excelente ideia de o meu caro aqui as "plantar".
Abraço
Caro Rogério
ResponderEliminarFortes são os que tomam decisões com medo, começo a não acreditar, já quase nem os túneis vejo muito menos a luz ao fundo deles.
Beijo
Sinceramente, neste caso, não concordo com o BB. A igreja está desacreditada e já não tem a força de mobilização que já teve. Também acho que, num momento em que se acusa a igreja de todos os males, seja coerente pedir-lhe que seja ela a dar a cara. É a minha opinião sendo certo que, também teria argumentos se defendesse a posição do BB.
ResponderEliminarUm abraço,
Num país como o nosso de maioria católica, estou também de acordo que a Igreja devia ter um papel mais activo e actual face à crise económica e de valores morais que atravessamos, duvido é que tal venha a acontecer.
ResponderEliminar"Morre-se de amor. Também se morre dessa doença cruel e implacável, que a sociedade moderna criou e parece não estar muito preocupada em exterminar - o desprezo pelos outros." B.B.
beijinhos
Baptista-Bastos é um Senhor Maior da nossa cidadania :)
ResponderEliminarObrigado, Rogério.
Abraço.
Olá, Rogério
ResponderEliminarCorrendo o risco de ainda poder transportar alguns vírus mais resistentes atrevi-me a vir.
Em boa hora! Gosto do BB.
Gosto de o ouvir, com aquela sua voz rouca, e gosto igualmente de o ler.
Ultimamente tem-me ocorrido uma coisa. Acompanha o meu raciocínio:
Há, em Angola, uma zona onde abunda a mosca tzé-tzé, conhecida pela "zona do sono".
Como sabes, a picada desse insecto, para além de outras coisas, provoca no ser humano um sono profundo que, aliado a outros malefícios, pde causar (e causa, muitas vezes) a morte.
Pois eu penso que algum ser maléfico deve ter enchido uma caixa com esses bicharocos, tendo a despejado sobre Portugal.
E assim se explicaria a sonolência em que todos vivemos, não nos permitindo reagir às maiores diatribes dos nossos (des)governantes.
Estou certa ou estou errada???
Boa sexta-feira. Beijinhos
ematejoca
ResponderEliminarConhcimento mutuo, de Um Grande Senhor. citando o comentário da Ana Paula Fitas(lá mais abaixo). Quanto ao seu PS, Fs sempre foram 3, familia fazia parte dos valores salazarento: Deus, Pátria e Familia...
Querida Acácia Rubra,
Felizmente alguns ainda vão tendo, só que destes, muitos calam. Acho que se instalou a autocencura, como mecanismo de defesa relacional. Aí está um grande mal...
Folha Seca, reforçe por favor
a esperança dessa Flor
Flor de Jasmim,
oiça o Folha SEca
hoje não precisa de me ouvir a mim
FMF
Meu caro, diz que igreja está desacreditada e já não tem a força de mobilização que já teve? Como explicar então a enorme mobilização em torno do Papa, com concentrações tremendas em Lisboa, Porto e Fátima? Como explicar a importancia que Fernando Nobre dá ao eleitorado católico juntando-se nessas manisfestações. O que estará a passar é que a hierarquia da Igreja se deixou ultrapassar por situações e agora tenda aparecer para não perder um terreno que ainda possui...
Fê
A sua citação reforça a minha admiração em si e nele próprio...
Cara Ana Paula Fitas,
é raro eu dar mais espaço a outros que a mim próprio. Dei hoje ao BB, merecidamente. A actuação da Igreja merece ser precionada para posições mais consequentes...
Cara Mariazita
ResponderEliminarConcordo com a imagem. Parece doença do sono. Contudo, a posição da Igreja reflecte que a própria hierarquia está preocupada com o "acordar". Enquanto a fome poder ser pretexto para a caridadezinha, ela utilizará a miséria para fazer valer a necessidade da sua força institucional. Mas creio que recei perder o controlo da situação... Voltarei ao assunto, pois ele merece toda a minha atenção. Suponho que deva merecer a atenção de todos, pois existem sectores católicos que estão apreensivos não com a igreja mas com a situação e com a falência do sistema...
Beijinhos
Conheci Baptista-Bastos (com carinho,o nosso BB)há muitos anos, trabalhava cada um de nós em seu jornal. Muito do que dele li e ouvi contribuiu para a minha formação jornalística. Como cidadãos de corpo inteiro (perdoe-se-me a imodéstia),em muito pouco, quase nada, o nosso estar não era coincidente. Navegámos sempre, e assim continuamos, em mares semelhantes.
ResponderEliminarFoi com grande satisfação que li este post. Dou-lhe um abraço e os parabéns por tê-lo editado, caro Rogério.
Como a Ana Paula Fitas escreveu, Batista-Bastos é um Senhor Maior da nossa cidadania.
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"O campo da nossa batalha não é a procura do eterno: é a consciência do nosso tempo."
BB no seu melhor. Grande lucidez!
ResponderEliminarCarlos Albuquerque,
ResponderEliminarEu calculava, sabia
Que sabe bem escolher
uma boa companhia
(quando é que me dá razões para o colocar na minha galeria de testemunhas que provarão a existência do PiG?)
Ariel,
Como vê, só lhe trago gente boa
e não é à toa...
O meu amigo e Meste BB é das mentes mais lúcidas a escrever nos nossos jornas, tão parcos em conceder espaços a gente com inteligência.
ResponderEliminarGostei, então o último paragrafo é admirável...
ResponderEliminarPois é Carlos Barbosa de Oliveira
ResponderEliminarPor isso nos compete destacar a escrita, a arte e a denuncia dos vendilhões do templo, talvez que assim os mais jovens lhe seguam o exemplo...
Abraço
donatien,
ResponderEliminarNa construção e no sentido! Estou de acordo consigo
Abraço
Faço link, caro amigo.
ResponderEliminarObrigado.
Abraço.