Cap I - Destino Angola
Navegar, navegar até alunar
1. O apaziguamento – 12 de Julho de 1969. Manhã estranhamente calma, dado o acontecimento da minha forçada partida para terras agitadas. Mas como tudo tem uma explicação, a serenidade sentida também a tinha. De há muito a guerra aberta entre mim e o Meu Contrário, nome que convencionei chamar ao meu outro eu, tinha reduzido a sua intensidade. Venci-o com a minha decisão em ir, aceitando a imposição que empurrava para a guerra várias gerações e a minha. O Meu Contrário argumentava, com palavras pesadas e sólidas dizendo-me incoerente, que eram já muitos os desertores, que eu sempre condenara a guerra e a politica colonial, lembrando a minha admiração pelo acto do poeta desertor. Lembrava até os meus momentos na “Casa dos Estudantes do Império” e do entusiasmo com que falava dos momentos que lá passava. Resisti, contra-argumentado coisas várias. Ser casado, ter duas filhas e as consequências familiares do estatuto de desertor, mais ainda do que o ser. Irado, o Meu Contrário desfilava adjectivos sendo o de incoerente mais por mim sentido que o de covarde ou vendido. Calar-lhe-ia a boca um argumento final: “E se a sublevação das forças armadas for uma hipótese, quem está cá para a suportar e fazer vingar?” questionei. O Meu Contrário calou-se e não voltou a falar no assunto. A minha consciência ficou de bem comigo. Em toda esta discussão Minha Alma abdicou do seu papel moderador entre mim e a razão. Acho que se ela se tivesse pronunciado eu teria desertado…
2. A despedida – O cais fervilhava. No rio, o paquete Vera Cruz começou a agitar mansamente as águas, logo após o desfile militar e a fanfarra ter terminado a marcha que tocara com estridentes clarins, bombos e caixas. Milhares de vozes poderiam ser confundidas com o bulício das praças, não fossem audíveis, como eram, os soluços e choros antecipando a despedida. Eu tinha sido dispensado de tais cerimónias, por pertencer aos Serviços de Saúde e aguardava a permissão da entrada das famílias dos oficiais e sargentos, no edifício central da estação marítima da Rocha Conde de Óbidos, cenário da despedida. Aos soldados, por razões logísticas, eram apenas permitido o acesso às mulheres, dos que fossem casados. Vi a Teresa e ela viu-me. Acenei e ela respondeu ao aceno, para confirmar a localização. Pouco tempo depois a Policia Militar franqueou o acesso. Teríamos corrido um para o outro se fosse o regresso, mas como nem sequer tínhamos partido a aproximação foi lenta, vagarosa. Nesses curtos instantes pensei que aquilo não podia acontecer assim. Uma vez juntos, falámos coisas que já tínhamos dito, até que eu, resoluto lhe disse, sem lhe procurar os seus olhos : “Espera um pouco, já venho”. Virei-lhe as costas e não regressei. Desci as escadas pelo outro lado e embarquei. Dentro do Vera Cruz ouvia os choros aumentar. Vozes de mulheres, mães gritando coisas saídas do ventre. A Minha Alma, essa, mantinha-se estranhamente calma mas sussurrou-me em ar de censura: “Rogério, a tua Teresa não merecia isto”. Mas, ao perceber o meu desespero, generalizou “Ninguém merecia isto…”. Pouco depois o Vera Cruz, com todos os militares embarcados, levantou ferro. Tudo se tinha passado em menos de hora e meio, dado que a experiência acumulada na organização destes embarques. No cais milhares de lenços esvoaçavam e, por ironia, pareciam pombas brancas, símbolo da paz que só o coração parecia requerer. Como resposta a esse aceno, do lado da embarcação, milhares de boinas militares eram agitadas no ar. Percebi que era isso que acontecia, pois não vi. Estava no meu camarote e aí permaneci até sair a barra do Tejo. Comigo o Meu Contrário, solidário e a Minha Alma, que permaneceu sempre em estranha calma...
3. Coisas que só as almas pensam - As primeiras horas de viagem foram passadas na amurada. E as seguintes também. Olhava o mar e o rasto deste meu navegar. A Minha Alma divagava: "...e se teu corpo em protesto caísse ao mar? E se esse acto provocasse reacção de revolta? E se todas estas tropas impusessem o regresso?". Nem eu, nem o azul do céu, nem mesmo o mar, lhe respondeu...
--
4. A escala e a Rita – No terceiro dia, numa das minha deambulações pelo navio, que tinha na década de 50 sido um dos mais luxuosos paquetes europeus e seguramente o maior de Portugal, dei-me conta da austeridade da decoração e degradação causada pelo transporte de tropas. Foi num desses passeios que fui dar, sem querer, ao posto médico. À entrada, bem visível figurava a escala. Li e estremeci. Meu número e nome figurava em segundo lugar, significando que tinha estado de serviço no segundo dia de viagem e estava já no terceiro. Tinha-me passado completamente a obrigação de comparecer logo nas primeiras horas de viagem para ser informado dos meus turnos de enfermagem. Entrei no posto e procurei o alferes médico a quem lamentei a minha falta. O alferes não tugiu nem mugiu, limitando-se a dizer: “Faltaram todos até tu chegares. Mas ainda bem que apareceste. Veste a bata e ajuda aí a arrumar esta tralha”. Vesti a bata branca sem transferir a divisas para essa nova indumentaria, pois era sempre pouco cuidadoso nesses pormenores de atavio. Arrumei caixas de medicamentos durante um tempo e enquanto o fazia tomei a resolução de me deixar ficar por ali, independentemente de estar ou não na escala. Desse modo não só ocuparia o tempo como aprenderia a lidar com situações de emergência médica e a ganhar alguma prática e a necessária confiança. Dei uma olhadela ao registo de atendimento. Apenas sete nomes, registando: Feridas contusas e pensos, enjoos, alguns antiansioliticos e um único caso com diagnóstico mais reservado, embora o ponto de interrogação quisesse significar não definitivo. Ao lado, anotado, lia-se “volta amanhã”, o que deveria acontecer hoje. Preparava-me para fazer, não me lembro exactamente o quê, quando a porta, de batente, se abriu. "Olá doutor". Quem assim falou, olhou para mim e sorriu. Julgo que o médico respondeu. Mas eu fiquei sem ouvir mais nada. Minha Alma ficou com aquele olá a balancear-lhe nos meus ouvidos, com intensidade maior que o balancear do navio. "Olá" repetiu a voz na minha direcção e lançando-me um sorriso. O sorriso tinha luz e calor de enternecer. Ouvi-a então dizer, antes de desaparecer: "doutor se precisar de mim já sabe, mande um cabo chamar-me". "Está bem Rita, se for necessário chamo..." e virando-se para mim esclareceu "a Rita é uma enfermeira paraquedista que vai cumprir a sua 3ª comissão. No barco vão umas poucas. Não sei como mulheres bonitas aceitam esta vida de voluntárias na guerra...". Eu não comentei e a Minha Alma lá foi dizendo: "que lindo olhar...". O Meu Contrário, avisou: "Rogério, vê se tens juízo..."
____________
Nota: Em breve darei indicações sobre a forma de participar no meu texto.
Até lá, recorram à imaginação usando o espaço dos comentários
Rogério!
ResponderEliminarAo ler o texto o Meu Navegar,foi como se tivesse revivendo o meu embarque, só que o meu tempo de viagem foi mais curto, mas tantas vezes me questionei, se devia de ir, ou ir para outro lado, ainda hoje não sei bem se fiz bem ou mal,
porque tenho sido muito mal tratado, por quem me obrigou a ir para um lugar que eu não queria.
um abraço,
José
Rogério, estou a gostar. Mas quero chamar-te a atenção para um pequeno pormenor, que, como ex-Marujo devo dizer: na parte final do texto, onde dizes: "no barco vão várias", deverás dizer: "no navio, vão várias". É que na Marinha, não se diz barcos, mas sim, navios, como aliás dizes, e bem, logo no início do texto.
ResponderEliminarParabéns, vou acompanhando...
Caro Rogério
ResponderEliminarEu e aqui a minha "vizinha"lemos assim duma penada a parte principal do texto. Não fomos aos links. claro que fica para amanhã.
Acho que o Rogério está a entrar "naquela" que se designa por um acto de cidadania. Ou seja, está a contar uma estória de vida que é comum a um grande numero de Portugueses. Tirando os pormenores que já começam a aparecer que são seus.
Claro que eu safei-me (nasci para aí 10 anitos depois e ouve uma data que alterou o percuso de vida a que estava destinado, safa foi mesmo à tangente.
Abraço
Li. Depois fui reler o Prefácio. Voltei e... embarquei.
ResponderEliminarHá-de encontrar-me quando aportar. Ensombro ruas, ergo-me no meio do nada. Uma acácia rubra de Angola que viu chegar tantos em tantos navios...
Vou estar, às sextas, por aqui.
Beijo
Valeu a pena ter deixado de lado o meu Houellebecq, pelo andar do navio, nunca se sabe se vamos ter aqui um futuro Gouncourt...
ResponderEliminarSem brincadeira, gostei genuinamente.Espero que o seu Contrário não censure essa possibilidade de romance...
Parabéns!
BEIJOS
Estou junto.
ResponderEliminarNão exatamente no barco.
Nem no mar nem na terra.
Em parte alguma visível.
Pois está claro prá mim, que nas entrelinhas do teu romance - há uma história bem mais profunda e sem pátria, sem porto e sem data.
É essa relação fantástica entre você e o seu contrário.
A alma, com certeza modestamente co-autora.
Ela é a tua deusa da guerra - de todas as guerras.
Com muitos nomes.
Eis aqui o Rogério, navegante em todos os sentidos.
Com uma rosa dos ventos tatuada.
Ao mar - que o mar tem dona.
obs: a tônica dos meus comentários será esta - a desafiar-te a mando da dona do mar.
Amigo Rogério.Cheguei a pensar que você estava a contar a minha história e não a sua.
ResponderEliminarO ano é o mesmo, o cais de embarque idem, mas depois reparei que o navio era o Vera Cruz e não o Uige.
Também comigo havia a luta do eu e o meu contário.Só que no meu caso havia adeptos de um lado e de outro.Acabei por ter que ser eu a decidir como tinha que ser.O enfermeiro é que era outro e chamava-se Ruben de Carvalho.Bom companheiro de viagem.
Caro José, Julgo pelo seu comentário reforça a boa ideia de escrever estas coisas. Há que passar a outros estas vivências, a luta interior na aceitação de um caminho que nos foi imposto. Quanto aos maus tratos, falarei deles na próxima 6ª feira.
ResponderEliminarBarão, tem razão. Mas se voltar a ler, poderá reparar que essa fala é do alferes médico, ao qual não se deve exigir rigor naval… para seu gosto pessoal de ex-marujo juntei um link com uma descrição espectacular do Vera Cruz.
Folha Seca, safou-se de boa. Tive 51 meses de tropa, talvez dos que maior “castigo” levou sem que o tivesse merecido…
Acácia Rubra, que bom tê-la à minha espera!
Lolipop, gentil como sempre e, também como sempre esperando por emoções fortes. Não desvendo nada para já. Contudo aviso de que estando embora a escrever de memória tudo o que de essencial escrevo eu vivi, de facto.
Barbara dona do mar, vou dizer à Minha Alma e sei que ela vai gostar…
Amigo João o grande objectivo é contar as nossa viagens. Boa companhia a sua. É curioso que sendo nós da mesma data (?) eu não lembre do Ruben no meu curso do RSS… ou será que somos de anos diferentes. Lembro-lhe que o meu embarque foi Julho de 1968…
Rogério
ResponderEliminarComo sou uma grande cusca fico aqui a magicar - será que ele deu ouvidos ao seu contrário-? que isto de olhos bonitos a bordo tem que se lhe diga...
:)))
Abracinho
:)))
Prefiro ler a prosa do Rogério à do Houellebecq, todavia fiquei com um nó na garganta ao saber desta sua luta: combater ou desertar?!
ResponderEliminarFico a pensar qual tinha sido a minha decisão, neste momento ainda não sei responder.
Li tudinho. E gosto do que leio. E acho mesmo que deve continuar.
ResponderEliminar:)))
Já aqui tinha estado, lendo e seguindo os links, repetindo para não me perder, porque esta escrita com seiva de memórias é mata densa que se não deve trilhar a correr!
ResponderEliminarEste encontro entre o Eu, o Contrário e a Alma é, a um tempo, instigante e provocador. Promete!
Seguirei o crescimento do seu livro com toda a atenção. Para já, detenho-me no que mais comigo mexeu: ir ou não ir, desertar.
Também fui para a guerra, não a bordo dum transatlântico feito cacilheiro de tropas, nem sequer numa canoa. Estava lá, e sendo de incorporação local, incluíram-me numa coluna militar que me deixou na Buela,mesmo junto à fronteira Norte. Ali chegado deram-me um pelotão de Artilharia com um obus 8,8 e respectivo atrelado.De lá regressei como tinha ido: agitador contra a guerra, maldizendo quem a declarara. Porque fui, então, sem que de mim se tenha apoderado a dúvida, como aconteceu com o Rogério. Não sei! Talvez porque fugir não faça parte do meu vocabulário de consumo e goste, inspirando-me em Ary dos Santos, de pegar o destino pelos cornos.
O seu "Caminhos do Meu Navegar" está a surgir sob o fermento das memórias, fazendo jus ao título, mas já nele encontro o toque literário (fuga à Teresa, e referência à Rita)que poderá dele fazer um romance.
De repente, daquilo que pequeno ou insignificante nos possa parecer, surge a dimensão procurada.
Estou certo que o Rogério a encontrará.
Um grande abraço, e..., força!
Cá estou amigo Rogério para o meu veredicto!
ResponderEliminarNunca vivi nada semelhante, talvez e não só por isso esteja a adorar.
Saliento as partes em que tu e o teu contrário (consciente) se "conflituam", em particular quanto ao combater ou desertar.
Tenho a certeza que o Rogério encontrará uma forma de prosseguir a sua narrativa envolvendo a sua amada Teresa, mesmo que tenha sido um "abandono forçado / doloroso" e refira a Rita no seu natural papel de mulher que "fez parte da vida do Rogério" ???
Beijos
Ná
QUERIDO ROGÉRIO..
ResponderEliminarCÁ ESTOU A ME REGALAR COM TÃO MAESTROSO TEXTO.
FABULOSO.
ADOREI.
ESTAMOS ESPERANDO MAIS.
OBRIGADA POR SEU CARINHO SEMPRE E PELOS VOTOS PARA MINHA MIUDA..RSR
ELA JÁ ESTÁ BEM MELHOR, OBRIGADA.
DEIXO-TE BJUIVOS NESTE TEU CORAÇÃO LUSITANO.
QUE SEU FIM DE SEMANA SEJA AGRIDOCE COMO VC!!!!
LOBA.
Caro Rogério, só podia ser assim esse seu "navegar".
ResponderEliminarTambém estive nesse cais, assistindo à 1ª."leva" do Vera Cruz. Vi partir amigos e ouvi, sentindo, aquele imenso adeus de quem ficava na incerteza e no porquê daquelas idas.
Saboreando esse seu navegar irei avivando as minhas memórias desse tempo.
Deixo-lhe um abraço
Bom dia
ResponderEliminarParti desse cais em 27 de Dezembro de 1972 no Uíge.
Não levei ninguém, como muitos.
Guardei o silêncio que me deixou ouvir o grito ensurdecedor da rapaziada escondida nas fardas esverdeadas.
Não senti as lágrimas nem as águas calmas daquele porto desconhecido.
Fui adormecendo no escurecer da noite e recordando as longas histórias e reportagens ouvidas antes através da rádio - Emissora Nacional.
Haveria de despertar do sonho oito dias depois numa terra de pó, de mato e muita fome...Guiné...
Amigo Rogério, gostei muito. Identifiquei-me com quem ficava, a acenar os lenços brancos e a deitar lágrimas, sem saber muito bem, porquê... gostei de ler sobre o outro lado, o seu lado.
ResponderEliminarAguardo, continuação.
Beijinhos.
o meu pai também foi para esse mesmo lugar, nesse mesmo paquete. as memórias dele são pesadas... como as memórias de todos que passaram por isso, penso eu. ainda bem que existia um sorriso que, com a sua luz e o seu calor, enterneceu o seu coração ferido.
ResponderEliminargostei muito do que li, estou ansiosa pelas próximas cenas.
abraçinho...
Que bom ter leitores dando palavras de incentivo que agradeço. De expectativas também. Não esqueçam contudo de colocar a fasquia à altura de um atleta que só agora começou a competição consigo mesmo. Desiludam-se os que esperam um romance. Como escrevi no prefácio, este meu navegar será um pouco de tudo. Será o que vier a ser, mas não terá trama nem estória, talvez um pouco da minha história e assim, também, a história de todos nós.
ResponderEliminarAgradeço igualmente a dicas e questões colocadas por mail...
Se fosse a Teresa , ficarai magoada com essa do desaparecimento assim, mas não sou...
ResponderEliminarAinda fico tocada com a descrição que , vivida e vívida, aqui faz das partidas E também ainda me indigno com a frase absolutamente estúpida com que a Presidente do Movimento Nacional Feminino, amiga íntima de Salazar, insultou quem pranteava a ida dos seus jovens para uma guerra sem sentido nenhum: " Infames carpideiras"!!
Um bom domingo.
São,
ResponderEliminarA Teresa ficou muito magoada. Disse-o na primeira carta que depois me escreveu. Tanto como a Minha Alma, como certamente leu...
(só que a Minha Alma viu-me a cara e a Teresa não. Eu acho que ela foi uma "infame carpideira"...)
Beijo
Respondi de imediato à sua chamada. Desde quinta-feira tenho andado arredado das visitas blogosféricas.
ResponderEliminarNão cheguei a ir para África, porque entrei para a tropa a 23 de Abril de 74, mas tenho a certeza que se me colocaria o mesmo dilema,até porque o esatdo de plorável em que o meu irmão regrsou da Guiné, era mais uma razão para eu desertar.
Não o fiz nessa altura, mas acabei por fazê-lo mais tarde em trajes civis,trilhando o meu percurso de Andarilho durante duas décadas.
Esse paquete, de tanto ouvir falar dele já tem forma, cor e som dentro da minha memória, onde se situa (não sei porquê) mesmo ao lado do "Navio Negreiro" de Castro Alves, não obstante as minhas dificuldades em entender, o fascínio de alguns homens pela "aventura" da guerra. Compreendo melhor as mulheres que, na sua maioria, eram impelidas por motivos de ajuda humanitária ligados à prestação de cuidados médicos. Alguns homens também. Alguns, os que têm consigo um "Contrário" que fala.
ResponderEliminarBeijo
Caro Carlos,
ResponderEliminarsabia que não ia faltar...
Como pode verificar (num dos links) no ano em que embarquei faltaram à incorporação cerca de 20% dos jovens. Essa percentagem não cessaria de aumentar até a guerra acabar...
Querida Lídia
Quando diz "Alguns, os que têm consigo um "Contrário"..." não esqueça que todos nós temos Um Nosso Contrário e Uma Nossa Alma. È assim a natureza humana. O meu livro é sobre isso... sobre essa nossa natureza tripartida e o que cada um de nós faz da vida!
A narrativa está bem descrita, transmite a realidade do momento e está muito bem ilustrada quanto ao dramatismo da luta interior. Sem dúvida, uma boa leitura e uma boa base de reflexão sobre as envolventes pessoais das guerras.
ResponderEliminarUm abraço,
Meu amigo.
ResponderEliminarSó agora voei para o seu navegar.
Embora de cima, vi tudo, as mulheres chorando, o adeus barnco dos lenços, as lágrimas, os ais...
Transportou-me para aquele lugar, senti como se fosse meu o seu coração apertado, e vi o olhar malicioso quando vislumbrou o sorriso da Rita.
Continua... ;-)
beijinhos
Não é a minha primeira visita mas é o meu primeiro comentário. Pode contar com mais uma leitora. Gostei. : )
ResponderEliminarAguarda-se, estimado Rogério, a publicação.
ResponderEliminarFarei de um todo para estar presente.
Fraterno abraço, bom resto de semana
Mel
Tenho andado aqui para tràs a ler estes textos, que me dizem muito, pois é uma época que também foi minha, embora não na guerra, mas vivendo-a com intensidade à distância. Na minha caixa de correio todos os dias haviam aerogramas e eu todos os dias escrevia para amigos, primos, colegas de estudos, os trabalhadores da pequena oficina de reparações automóveis do meu pai, porque cresci com eles e eram como se fossem de casa, ficavamos até a olhar pelas famílias, mulheres, filhos, enquanto eles estavam na guerra, enfim...e na minha mesa de Natal sempre que me sentava haviam lágrimas para os que estavam do outro lado do Atlântico e também para os que dormiam na rua ou estavam sós, que eu era, sou ainda às vezes, assim uma choramingas, :))
ResponderEliminarEstou a gostar muito destas memórias e aguardo o livro.
Parabéns.
Beijos
Branca