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Cap I - Destino Angola
Navegar, navegar até alunar (continuação)
Navegar, navegar até alunar (continuação)
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4 – Senhora do Mar - A amurada do Vera Cruz era o meu lugar de eleição. Desde a saída da barra do Tejo, ficava ali. Perdia tempos incontrolados olhando o mar. Denso, forte, profundo, azul, feito de caminhos e horizontes. Por ser assim, só uma alma o poderia domar. Alma Lusa? Foi, em tempos. Não, não sabia quem mandava no mar, mas seria mulher com certeza. Sim, uma mulher. A Senhora do Mar, sua amante e mãe de todos os nossos destinos, mesmo dos inúteis e dos adiados (que ainda hoje espero que se cumpram).
4 – Senhora do Mar - A amurada do Vera Cruz era o meu lugar de eleição. Desde a saída da barra do Tejo, ficava ali. Perdia tempos incontrolados olhando o mar. Denso, forte, profundo, azul, feito de caminhos e horizontes. Por ser assim, só uma alma o poderia domar. Alma Lusa? Foi, em tempos. Não, não sabia quem mandava no mar, mas seria mulher com certeza. Sim, uma mulher. A Senhora do Mar, sua amante e mãe de todos os nossos destinos, mesmo dos inúteis e dos adiados (que ainda hoje espero que se cumpram).
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5. O pior dia da viagem - Saí da amurada e enquanto ia andado pensava que os dias tinham corrido depressa. Dirigi-me à minha ocupação voluntária e ao desejado reencontro com a Rita. Cheguei ao posto médico que estava cheio de soldados nesse quarto dia do meu navegar. Soube então que nas últimas horas tinham quintuplicado os enjoos e apareceram os desarranjos intestinais dos mais sensíveis. À aproximação do Golfo da Guiné, ventos e altas vagas pareciam enraivecidos, mais pela missão dos homens do que pela rota do navio, segundo me elucidou a Senhora do Mar, que sem saber como me acompanhara sem ser sentida nem vista. A comida a bordo tinha-se sofisticado de molhos e temperos, para esconder a já pouca frescura dos géneros ou o mau funcionamento de uma ou outra câmara frigorífica. Os cabos enfermeiros esforçavam-se para atender a todos e eram muitos os que seguravam a barriga como se, com esse gesto, pudessem suster fezes e gases nuns intestinos tão alterados quanto o mar. A cena até poderia ser cómica, com dezenas de militares parecendo “charlôs” em dança bamboleante ao ritmo das ondas de mar alto, se não fossem as feições de esgar e agonia, postadas naqueles rostos preocupados em procurar equilibrar corpos e almas. Quase tudo se esfumou quando a Rita apareceu, mesmo sem ter sido chamada. Olhares de espanto pelo aparecimento de uma mulher a bordo. Sorrisos apareceram, embora amarelos e mal esboçados, inundado todas as faces. Tentaram recompor-se o mais que podiam, mas não podiam muito. A Rita, percebera que seu aparecimento fazia parte da cura e para todos sorriu dizendo, em voz que não lhe esperava “Eh, pessoal força ai que isso já passa!” e passou. Não foi logo, logo, mas passou, quando o navio entrou então no Golfo. O resto da viagem seria de grande calmaria pois a Senhora dos Mares tinha desistido de por tino na cabeça dos homens. Talvez por perceber que aquele navegar era obrigado, por decisores que ficaram em terra firme…
6 – As frustrações de Rita (*) – A azáfama de tratamento a tão malcheirosa e contorcida clientela tinha envolvido todos, designadamente a Rita. Enquanto ela distribuía cuidados e sorrisos eu ia dizendo uma ou outra graçola amenizando o ambiente pintando com algum humor o ar empestado, o que até caia bem. Talvez por isso a Rita passou a dedicar-me mais atenção. A Minha Alma guiava todos os meus gestos e palavras mantendo a Rita em apertada vigilância, coisa que Eu e o Meu Contrário também fazíamos mais discretamente. Quando tudo ficou mais calmo, lisonjeei a Rita: “Você aparece e zás, vai-se embora a maleita, quase sem receita”. A Rita, deu uma gargalhada pela piada rimada “Pois é furriel, quase só sirvo para isso…”. Aquela resposta, intrigando-me, fez assunto para horas de conversa. A Rita contou como fora aliciada para os pára-quedistas, suas perspectivas de heroína e sacerdócio, sonhos de anjo salvador em teatro de guerra. Contou como depois tudo foi diferente: hierarquias militares de comportamento mulherengo e ordinário; soldados respeitosos mas de má educação contida; operações de faz de conta pois os comandos militares sempre recearam que a sua presença poder espevitar o inimigo. Como militar era uma mulher de movimentos limitados. Nas evacuações de feridos nem a deixavam sair do helicóptero, com tais receios. As mulheres na guerra colonial eram assim como que um “Movimento Nacional Feminino” fardado, integrado em unidades que ficavam pelas cidades e sedes de batalhão convivendo com as famílias dos oficiais mobilizados. Nunca a interrompi escutando atentamente. Enquanto a Rita falava, a Minha Alma acariciava-lhe o rosto delicado e firme e de pele muito morena, certamente de moura algarvia ou do meu Alentejo. A atenção dada às palavras não impedia que Minha Alma, despercebidamente, lhe percorresse o corpo enfarpelado nas vestes de pára-quedista adivinhando-lhe contornos femininos bem delicados. Num dado momento senti que a voz da Rita se comoveu por entrar em confissões até para si própria inesperadas. Pegou-me na mão e pediu que a acompanhasse. Hesitei e Minha Alma segredou-me “vai, ela precisa de ti. Está muito fragilizada”. O meu contrário pensava o mesmo e eu deixei-me conduzir. Percorremos a curta distância entre o posto médico e o camarote dela. “Entra” e eu entrei. “Fica à vontade”, disse. Eu limitei-me a tirar as mãos dos bolsos, sem depois saber o que lhes fazer. Minha Alma repetiu-me “cuidado Rogério, ela está fragilizada”. O Meu Contrário, sempre consciencioso, surpreendia-me com palavras ofensivas “és um tosco, um atado…”. Percebendo-me melhor a mim que eu a ela foi dizendo: “Estou recomposta, fica mais um pouco e depois sai e não voltes mais. Acabas de dar um contributo valioso para a minha má reputação”. Depois de uma breve pausa, explicou-se “quando apresentar a demissão aceitá-la-ão sem reservas e a má fama não importa nada… ”. Fiquei uns minutos, folheando o livro que ela tinha aberto sobre a cama e depois alguns discos, cujas capas reconheci. Cantares clandestinos reclamando outros destinos. Saí sem dizer palavra, fazendo-lhe com os lábios um gesto de beijar e em troca deu-me um sorriso. Cá fora, olhares maliciosos comentavam o que não tinha acontecido. Não desfiz o equívoco e apressei o passo. Minha Alma ia radiante pois eu tinha ajudado a Rita a fazer retorno de um caminho mal escolhido…
6 – As frustrações de Rita (*) – A azáfama de tratamento a tão malcheirosa e contorcida clientela tinha envolvido todos, designadamente a Rita. Enquanto ela distribuía cuidados e sorrisos eu ia dizendo uma ou outra graçola amenizando o ambiente pintando com algum humor o ar empestado, o que até caia bem. Talvez por isso a Rita passou a dedicar-me mais atenção. A Minha Alma guiava todos os meus gestos e palavras mantendo a Rita em apertada vigilância, coisa que Eu e o Meu Contrário também fazíamos mais discretamente. Quando tudo ficou mais calmo, lisonjeei a Rita: “Você aparece e zás, vai-se embora a maleita, quase sem receita”. A Rita, deu uma gargalhada pela piada rimada “Pois é furriel, quase só sirvo para isso…”. Aquela resposta, intrigando-me, fez assunto para horas de conversa. A Rita contou como fora aliciada para os pára-quedistas, suas perspectivas de heroína e sacerdócio, sonhos de anjo salvador em teatro de guerra. Contou como depois tudo foi diferente: hierarquias militares de comportamento mulherengo e ordinário; soldados respeitosos mas de má educação contida; operações de faz de conta pois os comandos militares sempre recearam que a sua presença poder espevitar o inimigo. Como militar era uma mulher de movimentos limitados. Nas evacuações de feridos nem a deixavam sair do helicóptero, com tais receios. As mulheres na guerra colonial eram assim como que um “Movimento Nacional Feminino” fardado, integrado em unidades que ficavam pelas cidades e sedes de batalhão convivendo com as famílias dos oficiais mobilizados. Nunca a interrompi escutando atentamente. Enquanto a Rita falava, a Minha Alma acariciava-lhe o rosto delicado e firme e de pele muito morena, certamente de moura algarvia ou do meu Alentejo. A atenção dada às palavras não impedia que Minha Alma, despercebidamente, lhe percorresse o corpo enfarpelado nas vestes de pára-quedista adivinhando-lhe contornos femininos bem delicados. Num dado momento senti que a voz da Rita se comoveu por entrar em confissões até para si própria inesperadas. Pegou-me na mão e pediu que a acompanhasse. Hesitei e Minha Alma segredou-me “vai, ela precisa de ti. Está muito fragilizada”. O meu contrário pensava o mesmo e eu deixei-me conduzir. Percorremos a curta distância entre o posto médico e o camarote dela. “Entra” e eu entrei. “Fica à vontade”, disse. Eu limitei-me a tirar as mãos dos bolsos, sem depois saber o que lhes fazer. Minha Alma repetiu-me “cuidado Rogério, ela está fragilizada”. O Meu Contrário, sempre consciencioso, surpreendia-me com palavras ofensivas “és um tosco, um atado…”. Percebendo-me melhor a mim que eu a ela foi dizendo: “Estou recomposta, fica mais um pouco e depois sai e não voltes mais. Acabas de dar um contributo valioso para a minha má reputação”. Depois de uma breve pausa, explicou-se “quando apresentar a demissão aceitá-la-ão sem reservas e a má fama não importa nada… ”. Fiquei uns minutos, folheando o livro que ela tinha aberto sobre a cama e depois alguns discos, cujas capas reconheci. Cantares clandestinos reclamando outros destinos. Saí sem dizer palavra, fazendo-lhe com os lábios um gesto de beijar e em troca deu-me um sorriso. Cá fora, olhares maliciosos comentavam o que não tinha acontecido. Não desfiz o equívoco e apressei o passo. Minha Alma ia radiante pois eu tinha ajudado a Rita a fazer retorno de um caminho mal escolhido…
7 – O gado seria melhor instalado - Dividindo o tempo entre a amurada e o posto médico e com o mar muito calmo, o tempo passava rápido e o calor intenso e abafado adivinhava a proximidade do fim desta viagem. Fumava um cigarro quando o cabo Quintas se aproximou. Vinha sem a Sua Alma e totalmente tomado pelo Seu Contrário. “Pois é!” disse. “Pois é, o quê?”. “Vocês têm todas as regalias a bordo, circulam por onde querem, tem salas de jogos e eu, se estou aqui, até posso levar uma “porrada”. Quer ver as condições em que nos trazem?”. “Vamos lá” disse acompanhando-o atrás. Descemos três lances de escadaria. O ar ia escasseando à medida que um cheiro nauseabundo e indescritível se intensificava. Dei mais uns passos e entrei por uma porta baixa, meio inclinado atrás do Quintas. “Veja só”. Vi para não mais esquecer. Beliches construídos em paus de pinho, com pouco mais três palmos entre cada cama e a superior. A má iluminação de toda aquela área do porão não deixava ver a última fiada de camas. O cheiro de corpos mal lavados misturado com o que me parecia serem cheiros de restos de comida estavam ampliados pela falta de ventilação e pela avaria dos ozonizadores. Eu não disse nada, apenas se fez claro como é que um navio com capacidade para mil passageiros, transportava três mil militares. Meu Contrário comentou tão baixo que nem o Quintas ouviu: ”Com estas condições se tivesse que haver revolta, ela já teria acontecido”. Minha Alma não comentou, acho que nessa altura chorou…
8 – A alunagem – Dia 20 de Julho seria um dia histórico para a humanidade, mas também para a desumanidade. Eu e o Meu Contrário não conseguem lembrar todos os pormenores desse dia. Mas a Minha Alma tem memória selectiva e recorda todos os momentos sensíveis da aproximação a Luanda, capital da Província Ultramarina de Angola. A manhã estava particularmente agradável e ia aquecendo intensamente com o passar das horas. Fora convidado para jantar na messe dos oficiais tripulantes. Não referi antes, mas a partir do terceiro dia deixei de tomar as refeições principais no refeitório de sargentos e passeia-as a ter na companhia do oficial, que tinha a seu cargo a casa das máquinas do navio Vera Cruz. Era um bom amigo, vizinho e visita cerimoniosa de meus sogros insistiu para me dar do melhor quer em comida quer em conversas que se prolongavam sempre que a actividade de bordo o permitia. À hora da janta lá estava. O menu, fora escolhido por mim “Sopa do Fogo”(**) regada por bom vinho. O jantar foi animado e todos seguíamos as notícia do rádio que começou a reportar a alunagem seriam 8 horas da noite até que o feito era assinalado horas depois e já cerca das 3h da manhã com palavras de Neil Armstrong: “Este é um pequeno passo para o Homem. mas um grande salto para a Humanidade”. Irónica, a Minha Alma dizia-me ao ouvido. “Mais logo, com este desembarque, a humanidade dará mais um passo atrás!” Irónico eu também, pensava brincando com as palavras: “Se a Lua anda, se calhar Luanda não estará lá para este alunar…”. O Meu Contrário, se conhecesse Saramago teria feito um trocadilho com uma sua reflexão: “Chega-se mais facilmente a Marte do que ao nosso próprio semelhante”. Poucas horas depois pisava terras da Lua Anda. Chegara não ao fim mas ao inicio de outro caminhar, sem pensar que se teria ou não regresso…
Próximo subcapitulo: Zombando, rumo a Maquela do Zombo
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NOTAS DO AUTOR
(*) O texto "As frustrações de Rita" reproduz o testemunho de uma paraquedista que na realidade conheci a bordo. Procurei-a, pelo seu verdadeiro nome porque, por vezes, é fácil reencontros na web. Não vi qualquer mensão ou foto. Sobre a veracidade de algumas das suas declarações, encontrei neste documento e também neste, afirmações muito próximas e que, no essencial, comprovam as suas frustrações.
(**) "Sopa do Fogo" é uma espécie de sopa rica de couves, carnes e enchidos cozinhados no vapor das caldeiras do navio e que frequentemente serve de refeição ao pessoal de turno na "casa das máquinas" do navio.
Não sendo a Senhora do Mar
ResponderEliminarAinda assim atrevo-me a comentar
uma viagem feita de sal e mar...
Se já gostava da Rita antes,
passei a gostar mais. Não admira que esse cabo já não passeasse pelo convés a sua Alma...
Brilhante essa analogia alunagem/desembarque, humanidade/desumanidade
...
Aguardo com impaciência pelas vistas do porto de Luanda...quem sabe haja tempo para um passeio na marginal ou na Ilha...
BEIJOS
Boa noite Rogério,
ResponderEliminaraguardo com impaciência a continuação. Você escreve maravilhosamente bem, um livro seu, só pode um sucesso.
Beijinhos,
Ana Martins
Ave Sem Asas
Isto de capítulos empolga mais mas... sou das que quando começo a ler um livro não consigo parar...
ResponderEliminarIsto às prestações custa mais... aguardo a continuação :)
Bjos
Longe de mim vir para aqui armar-me em crítico literário!
ResponderEliminarMas eu sabia, cara Rogério, eu sabia!
Sabia que os seus "Caminhos do Meu Navegar" nos haveriam de pôr a bordo,na barca das suas "viagens", levando-nos na aventura em que está a transformar-se a leitura do que escreve.
Escrita a um tempo empolgante,crítica, mordaz e criativa, fugindo ao convencional,trazendo para o presente, quer o passado como o futuro!
É inegável que Saramago o está a acompanhar. Escreve, portanto, na melhor companhia.
Espero,expectante,por Maquela do Zombo. Como já lhe disse estive na Buela, indo algumas vezes a Maquela do Zombo. Não sei qual foi o seu itinerário, o meu foi por aqui:
Luanda/Caxito/Ambriz/Ambrizete/Tomboco/São Salvador/Cuimba/Buela. Daqui por vezes ia a Maquela, mas, quase sempre, descia até à ponte do Rio M'Bridge a socorrer tropas chegadas da "Metrópole", por regra ali emboscadas.
Um abraço e bom fim-de-semana.
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PS - Daqui lhe lanço um repto: que este livro não se fique apenas pelo virtual. À medida que o escreve está a criar a responsabilidade de o publicar.
Tu dás cabo de mim! Quem te mandou colocar-me outttttttra veeeeeeeeeeeeez no Vera Cruz?
ResponderEliminarRevi o pesadelo da viagem, graças à maneira cruel como recrias os pormenores... Que te deu para colocar um manto, não diáfano (como o do Eça), mas o pesado, da realidade, nessa viagem?
Tu foste para Maquela do Zombo; eu fui para Mucaba, terra de que também deves ter ouvido falar...
Aguardo com curiosidade o próximo capítulo.
Parabéns pelo que escreves... e como escreves!
Grande abraço,
António
Rogério!
ResponderEliminarHá livros que eu começo ler e levo meses para os acabar,o seu Navegar acho que o lia todo sem parar,podia fazer aqui um comentário quase do tamanho do texto, vou apenas dizer
enquanto estava ler, de vez enquanto saia uma lágrima escorregadia, e depois comecei a rir sozinho porque a mim também já me aconteceram centenas de vezes tirar as mãos das algibeiras, e depois não saber o que lhe fazer.
Grande abraço,
José.
Rogério, vou seguindo... e correndo atrás de conhecer melhor os pormenores de Portugal e suas colonias.
ResponderEliminarbjs
Jussara
Continuo a seguir, com gosto, o desenrolar da sua aventura e da apreciação crítica (no bom sentido) do ambiente que o rodeava.
ResponderEliminarComo os outros comentadores, estou em pulgas pela vinda dos próximos capítulos.
Um abraço,
Caro Rogério
ResponderEliminarPara quem conheceu, irmãos, outros familiares e amigos, que fizeram esse tipo de "viagem" poucos dos pormenores são desconhecidos. Agora a forma como o Rogério as descreve torna a leitura apaixonante. O meu caro consegue manter a memória viva de "pequenos" acontecimentos que se não os tomassemos como verdade até pareciam ficção. Mas sabemos o quanta gente tem estórias (reais) dessas para contar.
O Rogério está a prestar um serviço "publico" ao tornar a vida de muitos milhares de homens e alguma mulheres, conhecido. As gerações que não fizeram a guerra precisam de conhecer isso. Talvez percebam que só por isso valeu a pena Abril.
Abraço (comovido) Até porque o dia de hoje faz com que cheire a guerra.
Este seu Navegar, Rogério, peva por ser soluçante nas suas aparições semanais. Como já outros disseram, quando começo a ler e me sinto na boa companhia das personagens, tenho dificuldade em parar. Ter de esperar mais uma semana vai ser duro.
ResponderEliminarJá tinha vindo cá, mas trazia pouco tempo e o texto merecia leitura cuidada.
ResponderEliminarÉ uma narrativa que prende o leitor pelo tom leve. No entanto, não deixa de dar a conhecer alguns dos azedumes de uma época em que o mundo decorre a dois tempos distintos: A chegada à Lua, signo do progresso do Homem e a Colonização, signo da sua pequenez.
Maravilhosa é a forma como utiliza esta dicotomia e tece com as palavras relações tão inesperadas e divertidas.
Obrigada pelo seu poema, nas "Searas" Tão lindo!
Um beijo
Deveríamos dizer A mar, como dizem espanhóis e franceses.
ResponderEliminarAfinal, o Rogério e o seu contrário por vezes até estavam de acordo, rrss
Uma boa noite.
Não sei se por carinho
ResponderEliminaramizade ou outro sentimento de simpatia, me estarão a tratar com benevolência. Será? Não sejam tolerantes...
Vou tentar seguir as recomendações de encurtar espaços de edição, alias, até por telefone me dão semelhante opinião. Apenas vos confesso que ainda não abri as minhas cartas à Teresa. Estão numa mala, há muito fechada. Terei de abri-la...
Apenas uma curta resposta à São: o acordo com o Meu Contrário vai sofrer altos e baixos. Haverá até situações extremas, em que ele toma inteiramente conta de mim (sinal de que Minha Alma por vezes de distrai, não cumprindo o seu papel...)
Olá Rogério cá estou outra vez acompanhando o seu navegar, com um único senão: ser a sua leitura semanal!
ResponderEliminar...Dando asas à minha imaginação pairo de vez em quando sobre a amurada desse navio....
Deixo um abraço.
Boa noite Rogério,
ResponderEliminar"A Senhora do Mar, sua amante e mãe de todos os nossos destinos, mesmo dos inúteis e dos adiados (que ainda hoje espero que se cumpram)".
Esta frase é de uma sensibilidade a flor da pele.
Seu livro vai muito bem. Rita e sua coragem para mudar o rumo, o cabo Quintas e sua revolta. Personagens que anunciam muitas revelações nessa viagem não escolhida.
Um grande abraço,
Olá Rogério, mais uma excelente narrativa. Vou continuar a navegar ao sabor do seu texto, aguardo com expectativa a continuação.
ResponderEliminarUm beijo e boa semana
Meu amigo
ResponderEliminarComo sabe não costumo andar por aqui aos fins de semana, mas tinha hoje esta viagem marcada e não podia faltar ;-)
Adorei conhecer melhor a Rita eu sabia que ela era um mulher muito especial.
Não estou a ser benevolente, estou simplesmente fascinada com o desenrolar desta sua viagem. Estou sempre à procura da palavra seguinte para me envolver mais e mais.
O amigo tem o dom de nos prender à sua escrita.
A sua Lua Anda já é também nossa.
Beijinhos e bom domingo
sorvendo cada palavra que escreve, também eu me sinto no vera cruz... uma difícil viagem, acredito que amenizada por uma caminhante jamais esquecida. por que caminhos andará?
ResponderEliminarvi cá de propósito... espero ansiosa pelo próximo passo desta longa e árdua caminhada.
um abraço terno...
Rogério meu amigo,
ResponderEliminareste Caminho do seu Navegar é-me particularmente familiar. Vivia em Nampula, Quartel General das nossas tropas em Moçambique e também por relacionamentos afectivos, conheço bem toda esta atmosfera. A novidade está na forma sensível e pessoal como fala desta "viagem"...
A aguardar as "cenas" dos próximos capítulos.
Beijinho
:)))
Que este Caminhar caminhe bem, como está a caminhar. Estou a gostar.
ResponderEliminarCaro Rogério
ResponderEliminarAguardo "impaciente" pelo proximo capitulo, é de facto extraordinário a capacidade com que o Rogério nos fáz chegar uma das suas estórias que muito me emociona, até porque muitos não tiveram oportuanidade de poder contar a deles, felizmente que temos o Rogério para nos fazer chegar uma realidade que muitos viveram, penso que para muitos jovens interrogam-se se é verdade, porque não imaginam o quanto muitos Rogérios tivemos e sentiram na pele o que passaram na vida durante a tropa.
Abraço
As suas aparições semanais são tão interessantes e cheias de suspense, que a minha curiosidade aumenta de semana para semana. Estou ansiosa de ler a carta, que o Rogério mandou à Teresa a contar-lhe o episódio com a Rita.
ResponderEliminarEu diria que, não é só o José Saramago que o está a acompanhar, mas também o Lobo Antunes.
Mais um capítulo Rogério, que eu acompanho cm todo o prazer...
ResponderEliminar:)))
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ao ver o blog, só uma coisa me desagradou, é que os adultos também se irritam, também têm as suas resistências e limites e nem sempre é possível a tranquilidade necessária à educação das crianças
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