Foto retirada de "O Sítio dos Desenhos" com o título "Que lindo" |
Portugal arde por (quase) todos os lados. Os portugueses, vão ardendo em fogo lento, muitos, que nem sapos, sem sentirem que a temperatura chegará ao ponto em que serão cozidos, mansamente, sem darem por nada ou quando derem será tarde. Arde o território nacional. Uns e outros ardem e sustenta-se que tal acontece pela inevitabilidade do não haver mais nada a fazer. Num caso é por razões "explicadas" até à exaustão. Noutros é porque a temperatura se eleva, o tempo não ajuda e há pirómanos por todo o lado. O carneirismo aceita tudo isso, pois tudo isso é "bem explicado"!
Mas, como dizia ao principio, nem todo o Portugal arde. Nem ardem todos os portugueses, nem todo o território está ardendo. Falando de fogos florestais há áreas imensas onde o fogo pouco ou nada entra. São áreas de interesse económico claro, associada à exploração florestal, da Portucel-Soporcel e do Grupo Amorim... O que quer dizer que, se há rentabilidade económica numa dada exploração, ela não arde não (ou arde pouco). O facto, o principal facto, é que há uma riqueza nacional convertida em pouco mais que mato. E o mato despreza-se e ... arde. A principal causa dos incêndios é resultado do desleixo e da falta de aproveitamento dessa riqueza imensa que é a floresta portuguesa. A principal, mas não a única. Some-se àquela a desertificação do espaço rural e a falta de prevenção. Sobre este último aspecto, retiro, deste artigo, esta esclarecedora passagem:
Estamos (quase) todos a arder? Estamos!, e com vossa permissão, podem crer!"As políticas de prevenção e vigilância, por um lado, e combate aos incêndios, por outro, são obviamente críticas para garantir que Portugal não é ano após ano um território a arder. E há um conjunto muito relevante de propostas, das quais ressalta, por um exemplo, um trabalho da Cotec, há meia dúzia de anos, sobre florestas, que os sucessivos governos ignoraram. E, fizeram pior, porque mudaram a organização dos organismos que têm responsabilidade na gestão da floresta e no combate aos incêndios de um ano para o outro, de um ministro para o outro, ou ‘incentivados' por incêndios marcantes."
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AQUI, OUTRA LEITURA INDISPENSÁVEL
Em anexo: Artigo publicado no Agroportal e sitio da Afocelca
Inteiramente de acordo!
ResponderEliminarÉ preciso acordar, não cozer em lume brando, como os sapos, para apagar os fogos.
Beijos
Branca
Olá Rogério,
ResponderEliminarEste artigo deixa questões também muito importantes. É que em Portugal existe mesmo o negócio dos incêndio... e toda a gente bem lá no fundo sabe disso.
Sabem também pois têm TV, que morrem muitos animais e homens, especialmente soldados da paz, nestes incêndios, mas os que estão no poder são cúmplices e lá continuam. É nesta altura que eu digo para mim: afinal quais foram as benesses que nos trouxe a democracia, se afinal o Estado é o maior agente criminoso e se está a destruir o seu povo e o seu território?! hein? agora e para piorar um pouquinho mais o panorama veja veja isto. São optimistas, pois os portugueses não estarão extintos em 2204, mas mais de um século e meio antes... e deixe-me que lhe diga... bem merecemos pois pelos vistos, não valemos um estouro!
E sabe que mais, Rogério? Acho que o susto de que fala Saramago, teria de ter consequências equiparadas ao terramoto do Haiti... para os portugueses acordarem! De resto, já "não se assustam" com coisa pouca...
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ResponderEliminarReflexos do abandono, da terra e da vontade dos Homens que nela vivem.
É triste, é mesmo muito triste!
Um abraço
Rogério, partilhei!
ResponderEliminarSubscrevo.
Bjs
Susana Maurício
Caro Rogério!
ResponderEliminarFoto retirada de "O Sítio dos Desenhos" com o título "Que lindo"
"Que lindo"?????
Será ironia? Espero do fundo do coração que seja!
Triste... tão triste quanto o que se passa por aqui... tal e qual!
Beijo.
Mesmo queimado o povo não acorda.
ResponderEliminarComo bem diz a Fada do Bosque, isto só lá vai com um terramoto.
Desolador este país em que infelizmente vivo.
beijinhos
ResponderEliminarLamentável!...
Essa "coisa" de um incêndio ser algo de bonito parece-me mais uma ideia fabricada para consumo interno.
Lídia
Nas danças do fogo, há quem arda, quem dance, quem desgoverne e, sobretudo, quem se governe...
ResponderEliminarInteiramente de acordo!
ResponderEliminarÉ preciso acordar, não cozer em lume brando, como os sapos, para apagar os fogos.
Beijos
Branca