"Os nossos políticos não são políticos corruptos" - Cândida Almeida, directora do DCIAP (Departamento Central de Investigação e Acção Penal)
...“a crónica má gestão dos dinheiros públicos”, aliada “ao concubinato entre certas empresas e o Estado acabaram por gradualmente destruir a economia e a capacidade de produção de riqueza”, que desembocou no “resvalar da incompetência e do desleixo para formas de corrupção sistémica incontroláveis com o consequente e descontrolável endividamento público” - Maria José Morgado (Directora do Departamento de Investigação e Acção Penal).
Oiçam-me! Vejam só esta gaja!!...
e brandia no ar o iPad a dar, ao lido, efusivo alarde
A Gaby estava em euforia e brandia a sua recente tecnologia interrompendo o grupo, que na mesa, usavam outra, mais atrasada, mas com funcionalidades suficientes para manter toda a gente ocupada. Oiçam-me! Vejam só isto!! E colocou o video a correr com o som bem elevado, o mais alto que a tecnologia deu. E a voz bem timbrada da Cândida varreu toda a esplanada Todos, elas, eu, o senhor engenheiro e o seu rafeiro e até uma velhota que ia a passar, parou para escutar.
- "Não sei qual é a admiração, a gaja tem razão. Não somos um país de corruptos. Somos... (e suspendeu por segundos a frase até descobrir o que dizer e o que julgava ser). Somos um Estado de Direito!"
- "Mas a corrupção grassa por todo o lado... li isso num relatório recentemente publicado " disse a Teresa que, assim, respondia à Rita. "E o que é lá isso de Estado de Direito?"
- "O estado de direito é aquele no qual os mandatários políticos eleitos são submissos às leis promulgadas." atalhou a Ana não perdendo a oportunidade para ostentar a sua wikipédica cultura.
- "Pois!, está tudo explicado. A Cândida veio trazer o recado aos "boys" em formação: façam leis adequadas e assegurem quem as saiba interpretar. Depois disso nada terão que recear... nem há um único corrupto na choldra... ela sabe da poda!"
- "Eu conheço um blogue...", interrompeu timidamente a Teresa
- "Tu? Tu nem tens computador..."
- "Tenho o do meu irmão... e aí conheci um blogue que fala disso. Fala que a deusa da justiça derrama lágrimas de sangue por tudo o que se está a passar..."
- "E como se chama? Qual é o endereço?", pergunta a Gaby com o seu iPad em riste e pronta a procurar logo ali.
- "Chama-se Conversa Avinagrada e mostra a Thémis chorando sangue!"
Meu coração deu um baque. Sorrateiramente pirei-me da explanada, mas de forma desastrada e pisando o cão. Este, em vez de ganir, lançou-me um olhar de compreensão.
Li e ouvi mas, sobretudo, vi e tentei fixar as caras dos alunos desta universidade. Tenho de me manter atenta à modificação das feições. Eles vêm aí... daqui a uns anos, com a lição sabida.
ResponderEliminarBeijo
Laura
Este vem na seuência do post anterior, parece-me a mim.
ResponderEliminar"Os nossos políticos não são políticos corruptos". Difícil como disse então, é encontrar ou ouvir, neste caso as verdades!
Estado de Direito? Sim, eu sei o que é....eles não!
Abraço
ResponderEliminarLembrei-me do Gonçalo M. Tavares, ontem, na Notícia Magazine na crónica: «Sobre as danças de diversos animais - uma teoria.»
« - A questão do ritmo, depende, está claro, do conceito de música.
Nós fazemos música para os nossos pés e ancas, por assim dizer.
- É, portanto, um jogo viciado, à partida.
- Isso.»
Aplica-se também aqui, mas não só.
Lídia
A senhora esqueceu-se do lugar em que Portugal está no índice de corrupção?
ResponderEliminarou pensará que Portugal é um país de corruptos, exceptuando os políticos?
Futura PGR? Oh my God? Make me better, but not yet
Caro Rogério
ResponderEliminarEstá dito! Pelo CBO, o que me apetecia.
Não é o prato de lentinhas, não!
Abraço
Rodrigo
Ouvi e pasmei!
ResponderEliminarAbraço
A Teresa sabe e o cão foi complacente :)
ResponderEliminarBeijinho
Ná
Já escreveu Fernando Pessoa à muito tempo:
ResponderEliminar"Senhor, falta cumprir-se Portugal."
Até o cão percebeu!!!!
ResponderEliminarQuando ouvi a menina do PSD a ler (mal) o papelinho que lhe tinham posto nas unhas bem como as baboseiras de resposta vociferei tanto que o meu marido disse que me ia proibir de ver os telejornais sob pena de ter um ataque cardíaco...
Que nojo!