20 janeiro, 2014

António Carlos Cortez - por cada poeta ou escritor que se cala, que venham mil com a sua fala!

POEMA 

Quando não esperas nada
não esperas nada

Quando não esperas nada
tudo acontece

Quando não esperas nada
o nada é certo

Quando não esperas nada
das leis do verso

Quando não esperas nada
porque esperavas?

Quando não esperas nada
lembras fantasmas

Quando não esperas nada
o som concreto
do poema cresce e tu recebes
lição de um nada em tudo

e recomeças
António Carlos Cortez

O poeta veio referido, distraidamente, por um jornalista inexperiente nessas lides de esconder vozes. Não será fácil remete-lo à omissão por qualquer chefe de redação. Ele andará por aí, e ninguém o irá calar. E não se esconderá atrás da sua obra, com o pretexto de falta de tempo...


 "...a poesia tem de ter uma dimensão de choque. Não tem de ser simpática, salvífica. Pois o poema é a tentativa de resgatar o que se perdeu. É uma obsessiva procura de dizer o real sem nunca o conseguir" 
 JCC hoje ao DN (indisponível para link )

8 comentários:

  1. O poema é o real possível. E por vezes está tão perto...

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  2. é outra dimensão de dizer os sentimentos...

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  3. A POESIA É UMA ARMA CARREGADA DE FUTURO, escrevia Gabriel Celaya e esta é FUTURO.

    beijinho



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  4. Aplaudo o poema do António Carlos Cortez e o teu gesto de o trazeres até ao Conversa Avinagrada!


    Abraço, sempre!

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  5. bem divulgado aqui.

    gostei do poema e da quase ironia e da quase verdade.

    gostei!

    tenho de ler mais deste autor.

    boa semana.

    beijo

    )

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  6. E só agora li isto!...

    Quando não se espera nada... Por vezes, acontece.


    Um beijo

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  7. Que não se cale o poeta, o poema!

    abraço
    cvb

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  8. Poema necessário!
    Que nunca se cale e perdure!

    A escrita é obrigatória.

    bj

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