Tirei esta foto do "jugular", de um post de Fernanda Câncio. sem qualquer outro texto além do título "Atalaia, 3 da tarde"... Não percebi o sentido, mas deixei este comentário:
Vou lá estar
Procurar esse seu enquadramento
captar o momento
e, quando a poeira pousar,
Ir-lho-ei mostrar
Provando que aquelas bandeiras brancas
não são de rendição
e apenas estavam por pintar
Vou lá estar
Procurar esse seu enquadramento
captar o momento
e, quando a poeira pousar,
Ir-lho-ei mostrar
Provando que aquelas bandeiras brancas
não são de rendição
e apenas estavam por pintar
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Esqueci este compromisso, talvez por aquelas imagens estarem cobertas por uma multidão...
HOMILIA DE HOJE
A FESTA DO AVANTE - Percorri 2 exposições no Pavilhão Central, ouvi um debate no Café Concerto, cruzei-me com multidões e ouvi muitas canções... Agora, tento rever tais emoções. Não é fácil. Mas a sintese aí está, sob a forma de perguntas: "Porquê Portugal não é uma Festa, como esta? Porque é que não se usa o olhar para perceber que esta obra pode ser replicada com a mesma humanidade, em qualquer cidade? Porque fecham as pessoas as portas à mudança necessária? Porquê a selva lá de fora?
ESCANCAREM-SE AS PORTAS: Saramago escreveu uma resposta antecipada, dizendo-nos: "Eu acredito que dentro de nós há um espesso sistema de passagens e portas fechadas. Nós mesmos não abrimos as portas, porque suspeitamos que o que há do outro lado não será agradável de ver […] Vivemos numa espécie de alarme em relação a nós mesmos, que é o de, quem sabe, não querermos saber quem somos na realidade."
Saramago: ‘Si España va bien, es una excepción, porque el mundo no va bien”,
La Provincia, Las Palmas de Gran Canaria, 15 de Abril de 1998
MUDANÇA NECESSÁRIA: Sobre a minha mesma pergunta inicial, Saramago detalha-me a natureza da mudança necessária: "Falo de uma mudança que levasse as pessoas a pensar que isto não é bastante para viver como ser humano. Não pode ser. Se nós nos convertemos em pessoas que só se interessam pelos seus próprios interesses, vamos converter-nos em feras contra feras. E aliás é isto o que está a acontecer. “
Saramago: "A literatura não muda o mundo”,
O Globo, Rio de Janeiro, 14 de Agosto de 1999
Outros apóstolos que, esta semana, lembraram palavras de José Saramago: Na Casa do Rau ; Conversas Daqui e Dali e Ematejoca Azul
Imagem que promove o filme "Embargo", com argumento baseado num texto de José Saramago o qual versará mais uma parábola sua sobre esta "selva". Promete...
Pela imagem o filme promete de facto.Estou cheia de curiosidade.
ResponderEliminarAbraço
Tudo certo, mas enquanto não se arranjarem pontos de união entre todas as pessoas de bom senso e teimarem em continuar agrupadas e algemadas a ideias preconcebidas, sabemos que divididas será a maneira mais fácil dos chico-espertos vencerem.
ResponderEliminarFico louca quando pessoas de esquerda, teimam em ficar de costas voltadas, em vez de tentarem construir pontes que as liguem e, assim, se tornarem mais fortes.
Esquecer os pormenores e começar a resolver um grande problema de cada vez.
Ou será que já ninguém se lembra que a união faz a força?
Quem não quiser fazer esse esforço e contribuir para unir, se calhar, não quer realmente e verdadeiramente, mudar alguma coisa.
Mas isto sou eu a falar, a minha maneira prática de resolver as coisas, à mistura com idealismos irrealistas ;)
Bjos
Ariel,
ResponderEliminarO filme promete. Saramago escreveu: a literatura não muda o Mundo. Eu, acrescentaria, o cinema também não. Ambas serão coisas necessárias. mas não suficientes...
Beijo
Cara Isa. Pelo que cito de Saramago, o que ele acha é mais grave, por palavras minhas ele diz que nós estamos de costas com nós próprios... e "Se nós nos convertemos em pessoas que só se interessam pelos seus próprios interesses, vamos converter-nos em feras contra feras." É isso...
ResponderEliminarCaro Rogério
ResponderEliminarEu acredito que não caminhamos nesse sentido, cada vez mais (embora muito lentamente) vamos percebendo que sózinhos não somos nada e "juntos temos o mundo na mão"
Abraço que vou mudar de ares durante uns dias.
:))
ResponderEliminarCaro Folha Seca,
ResponderEliminarGrande despedida! (esperançosa, pelo menos)
Boas Férias
Amigo Rogério!
ResponderEliminarEstou ansiosa para ver o filme "Embargo".
Eu gostava muito de ser como tu, sabes???
...mas sou apenas eu!!!
És admirável na forma como brincas com as palavras mesmo as mais sérias.
Parabéns!
Adorei esta homilia.
Beijinhos
Ná
Rogério, quando vi aquelas bandeiras brancas, conheci logo esse lugar, porque por lá já passei, e ainda espero passar, sei que não são de rendição,serão pintadas pela mão, por alguém que sabe pintar e...
ResponderEliminarDesculpa lá roubei aqui algumas frases, mas foi com boa intenção.
José.
Olá Rogério
ResponderEliminarA temática do filme tem tudo para nos levar a várias reflexões. Adoro filmes que nos levam a pensar.
Abração
Fernanda
ResponderEliminarQuerida Ná
O filme. Ah o filme...
Enquanto não chega (estreia a 30 deste mês) lembremos que "Vivemos numa espécie de alarme em relação a nós mesmos, que é o de, quem sabe, não querermos saber quem somos na realidade"...
Esta reflexão não te é dirigida. Tu és assim como eu te vejo, genuina, impulsiva e sensivel. Acho que as mudanças passam por escancarar as portas que cada um tem cerradas. Essa é a urgência para um mundo novo feito de verdade (talvez à tua semelhança...)
Caro José,
ResponderEliminarComo essa tua rima me faz reforçar por ti uma tão grande estima...
Sentia que teus passos teriam andado por ali. Aquela Festa só é possível contigo por lá (e outros tantos, tantos, como tu...)
Abraço
Caro Wanderley,
ResponderEliminarSaramago dizia que "escrevo para inquietar os meus leitores". O filme respeitará essa atitude, mais que fazer reflectir...
Abraço Saramaguiano
"Eu acredito que dentro de nós há um espesso sistema de passagens e portas fechadas. Nós mesmos não abrimos as portas, porque suspeitamos que o que há do outro lado não será agradável de ver […] Vivemos numa espécie de alarme em relação a nós mesmos, que é o de, quem sabe, não querermos saber quem somos na realidade."
ResponderEliminar(Saramago: ‘Si España va bien, es una excepción, porque el mundo no va bien”,
La Provincia, Las Palmas de Gran Canaria, 15 de Abril de 1998)
Uma verdade invulgar...
Grande abraço
Paulo
A Festa do Avante não serve para salvar o mundo
ResponderEliminarmas serve para ajudar
Saramago pois claro
Boa noite Rogério,
ResponderEliminarum filme que promete e que também e que também estou ansiosa por ver.
Beijinhos,
Ana Martins
Ave Sem Asas
Obrigado Paulo Sempre
ResponderEliminarO reforço das palavras de Saramago são de registar. E, por o mundo não ir bem em 1998 continuando a não ir bem acabou por submergir a excepção. Espanha está mais próxima dos males do mundo...
Abraço
Mar Arável
ResponderEliminarEste ano ajudou bastante...
Abraço Amigo
Ana,
ResponderEliminarFarei aqui uma homilia dedicada ao filme que, como já referi, estreia dia 30 deste mês...
Abraço