23 setembro, 2010

Da minha janela - 1

Contrariamente ao que vulgarmente se pensa, as janelas não servem à contemplação. Nem queiram saber o que é possível ver de uma janela. O que nos diz uma rua, uma praceta, mil telhados e a sarjeta. Como nos fala uma trepadeira, o que nos canta uma árvore e como nos sussurra a palmeira. Tenho tudo isto e mais um rio que me passa diante do pensamento e que raramente transborda as margens físicas, de tão acalmado correr. No meu pensamento não é assim. Frequentemente me inunda o sonho e, embarcando nele, chego muito para lá do horizonte com trajes de namban-jin. Atravessa-o uma ponte que, como diz a canção, é uma passagem para a outra margem. A margem esquerda. O lado certo da vida que se vê desta minha janela e onde estão as minhas origens de coração.
Dedico este post a quem me pintou lugares de infância, um amigo que reencontrei hoje (os amigos não se descobrem, reencontram-se) e que, por minha inveja, assumiu as tarefas de "Pintar a palavra, escrever a pintura."

15 comentários:

  1. Bela homenagem a um amigo. Amigos são tesouros que descobrimos na terra.
    Grande abraço

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  2. da minha janela vejo um muro!

    Eu graças a Deus tenho minha irmã dois anos mais nova ,(quer dizer tudo que vivi ela estava presente, que me lembro ao menos), e eu nunca deixei ela esquecer de nada da nossa infancia, devido a isso ela lembra de coisas de quando tinha 3 anos pq eu com 5 não deixei ela esquecer... hj em dia ela mora em outra cidade e sempre que nos encontramos temos nosso momento nostalgico....
    hj tenho 31 ela 29!


    :::FER:::

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  3. Caro Rogério...

    Linda homenagem,a amizade de facto é muito importante, e como tal, os amigos não se conhecem na esquina, mas nas horas de aflições, no carinho, no amor, no afecto, no respeito, na dor... Eu costumo dizer que quando gosto sou como o sol, posso não aparecer mas estou sempre lá.

    Bom fim de semana

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  4. Falou em pintura... fui logo espreitar e fiquei rendida a tanta cor e talento na escrita e na tela.
    Vou lá voltar mais vezes de certeza.
    Amizade e pintura dois "ingredientes" que considero perfeitos.
    Beijinhos e bom fim de semana.

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  5. Da minha janela, não tenho uma vista tão bela quanto a sua, mas já tenho sorte... em ter janela, e quanto à outra janela linkada ;)... lindas pinturas me mostrou :)

    Bjos

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  6. Amigo Rogério.
    Esqueci-me de lhe dar os parabéns pela bela vista que tem.

    Beijinhos

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  7. No parapeito da janela do meu escritório em casa (a minha) vivem um caluqueta e uma lúcia-lima, mais um cesto de pedrinhas de Porto Santo sobre as quais repousa um rendilhado de armações de sementes de tamarindo.
    Não habita o parapeito, mas sobre ele debruça uma caxinguba minorca o seu cocuruto. Nem eles, nem eu, temos a sorte do Rogério, o privilégio, direi, de ver um rio.
    Mas também acrescento ser diferente o que vejo da minha varanda. Daqui, sim, alcanço a borda verde da lezíria e, todas as manhãs bem cedo, o pastor, o cão e as velhas seguirem, calmamente, em busca da refeição do dia. Ao entardecer dão a volta e recolhem a casa.
    Tivesse eu o talento do seu amigo, que pinta a palavra e escreve a pintura, que visitei, e já teria daquela visão feito um quadro. Como sou desprovido de tal arte (quanto o lamento!)limitei-me ao registo na máquina digital para memória futura...
    Um abraço

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  8. Sem amigos

    a vida era um deserto

    mesmo na minha margem esquerda

    Abraço

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  9. Bonita homenagem! E ter destapado aquele blog tb foi bom!

    :)))))

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  10. Meus Caros,
    Que grande previlégio tê-los como amigos. Recebi comentários que guardarei não só no meu baú mas também na memória dos afectos fraternos que nos dão energia.

    A todos o meu obrigado. Os meus comentários a cada um de vós, um a um, serão entregues em cada sitio Vosso.

    Abraço Amigo

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  11. Muuuuuuuito obrigada pela visita e pelas palavras tão bonitas. Seus posts são otimos! E participar da Blogagem coletiva foi um presente...e poder conhecer tantas pessoas foi melhor ainda...

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  12. DA MINHA JANELA...


    Chego com um beijo e deixo o meu outono


    OUTONO


    Estou a ver-te...
    Árvore de Outono...
    Porque estás nua?
    Porque deixaste fugir
    As tuas folhas...
    E os teus ramos...
    Ficaram secos e frios...
    Longos e nus...
    Porque deixas
    Porque sofres?
    Porque tem frio?

    Porque...
    É preciso renascer...
    É preciso sofrer...
    Para viveres novamente...

    E assim árvore nua...
    Vais voltar...
    Mais frondosa...
    Mais bonita...
    E...
    Vais estar outra vez...
    Pronta para a nova Primavera...

    lili laranjo

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  13. Linda homenagem e que delícia reencontrar com os amigos, isso é tão raro!E que vista linda a sua, parabéns, por aqui só muros altos!

    bjs querido e ótimo fim de semana.

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