02 setembro, 2010

“Ver o meu país assim dói. Dói como pessoa e como artista.”

Malangatana comenta assim os acontecimentos em Maputo: “É uma revolta pelo aumento do custo de vida. Os bens básicos subiram e as famílias não têm condições de fazer face a estas despesas”(...)“No caso de o pão subir de cinco para 6,5 meticais - penso que é este o valor - é um salto muito elevado.”

Outra imprensa, relata os acontecimentos e remete-nos para um conceituado blogue. Neste, percebe-se que o descontentamento é mais abrangente, envolvendo quem terá melhores condições económicas para fazer face a tais aumentos...

15 comentários:

  1. E viva a especulação e a sociedade de consumo mais a máquina da guerra!

    Saudações

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  2. Sinto um nó apertado, quando vejo as notícias sobre o Maputo e fico sem palavras.

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  3. Rogério,
    Vou fazer link.
    Obrigado.
    Um abraço.

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  4. São
    Temo que tenha razão...

    Saudações preocupadas

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  5. Carlos,
    Recomponha-se. Precisamos das suas palavras...

    Abraço

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  6. Cara Ana Paula Fitas,

    Gostaria que acrescentasse algo. Gostaria de ter os seus contributos para compreender o que se estará a passar. Quase que me apetecia entrar em considerações... Mas seria especulação!

    Quanto ao link, disponha. Só me honra com tal gesto!

    Abraço

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  7. Amigo Rogério!

    Não sou a favor de guerras...
    é com enorme preocupação que assisto a toda esta violência inqualificável por parte de quem reprime.

    Matar quem se manifesta contra um aumento absurdo do custo de bens alimentares essenciais É CRIME!

    Beijo

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  8. Cara Fernanda, ainda estou sou efeito daquela dor referida por Malangatana.
    Pouco sei sobre a realidade Moçambicana. A impressão que tinha é que um esforço meritório do governo tinha retirado o país da fome endémica quando as cheias de 2002 abalaram toda a economia. Passaram 8 anos e as noticias que iam chegando não faziam prever esta explosão pois apesar do PIB Moçambicano ser muito baixo o crescimento, em periodo de crise era 7,5% ao ano...

    Acho que aqui anda qq coisa que ainda não percebi o que seja!

    Beijo

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  9. Não foi só o aumento do pão mas o conjunto de outros aumentos que provocou esse descontentamento.
    Os ricos e poderosos gostam de brincar com a miséria dos sem nada.
    Para ganharem as eleições prometem tudo, mas quando estão no poder estão-se lixando para nós.

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  10. Caro Rogério Pereira

    Perante qualquer tipo de violência exercida sobre os mais carenciados, tambem a mim me deixa sem palavras. Lembro-me só dos tempos em que escrever numa parede "Abaixo a Guerra Colonial" era um acto perigosissimo e conheço gente que passou pelas prisões, só porque fez isso.

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  11. Amigo Rogério!

    Pouco mais sei do que tu!
    Sei talvez um pouqinho mais, porque tenho lá um cunhado da minha irmão há muitos anos a trabalhar.
    Um alto cargo e muitas (demasiadas mordomias) quanto a mim!

    Para além disso, estiveram lá este Verão de férias, a minha irmão e cunhado.
    O que e foi dado saber, é que há um fosso abismal entre ricos e pobres, e que os pobres são uma maioria assustadora.

    A riqueza é ofensiva e contrasta com os resorts de altíssimo luxo e as baracas feitas, na melhor das hipóteses, de blocos de cimento sem qualquer reboco e até sem telhado.

    Não sei se está alguém ou alguma organização por detrás desta movimentação popular...sei sim que a apoio, só posso...
    Penso até que Portugal precisa de um abanão deste género.
    Só lamento a perda desnecessária de vidas,mas mais uma vez, a responsabilidade é de quem tenta silenciar a voz e a ira dum povo, que simplesmente tenta lutar pela sua subsistência.

    Beijinhos

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  12. Meu caro Rogério,
    As notícias sobre os acontecimentos em Maputo entristecem-me, mas não me surpreendem.
    Malangatana, artista que admiro e conheci, há uns anos, em Maputo,fala da sua dor (e minha também!),mas não deixo de observar a sua ingenuidade quando afirma que o movimento de protesto não tem um rosto, um grupo com quem se possa negociar!
    O rosto é o colectivo de uma população miserável que vive ao sabor de uma elite de políticos (e não só) bem instalada. Admito que possa haver quem na sombra a manipule, arrastando-a para a violência das manifestações de rua, há sempre! Mas...
    Em Angola, em especial nas cidades de Luanda e Malange, já depois de assinada a paz, e na vigência de um governo mundialmente reconhecido e aceite, assisti a manifestações semelhantes, tendo por base o aumento do custo de vida, sobretudo dos combustíveis. Como em Moçambique, à violência dos populares responderam as autoridades matando!
    Na minha opinião, radicada no facto de ter acompanhado, durante seis anos e no local, as três guerras que dilaceraram o povo angolano, o "fenómeno" das manifestações violentas, se aquela expressão me é permitida, tem raízes.
    Num livro que publiquei em 2002, sobre Angola, escrevi:
    "Com a criminosa cumplicidade e desumana hipocrisia dos que a fomentaram, fizeram e fazem, e mesmo de alguns que afirmavam opor-se-lhe, como nas outras, também na guerra de Angola os ricos ficaram mais ricos e os pobres mais pobres, nada havendo pelo meio".
    Os povos não são eternamente cegos!
    Mais havia a dizer. Mas fico por aqui, pedindo que desculpe comentário tão longo.
    Um abraço

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  13. Vamos certamente continuar com esta reflexão, mesmo para além do "retorno à normalidade". Julgo que a paz, que se seguiu á perda de importãncia politica da Renamo foi o cenário para o desenvolvimento de profundas desigualdades...
    As privações continuam.
    A vida faustosa instalou-se...
    Mas falta entender o que está a acontecer...
    Sendo verdade que "os povos não são eternamente cegos" (palavras do Carlos Albuquerque) existem formulas já testadas que lhes retarda a visão.

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  14. Estou como o Carlos Barbosa.
    O coração fica apertado com as notícias de Maputo.
    Hoje tem estado tudo tranquilo mas receio que seja sol de pouca dura uma vez que os aumentos continuam e os pobres não aguentam.
    Será que o Governo vai ter a coração de alterar o ordenado mínimo nacional?
    Veremos!

    Tenho lá um ramo da minha árvore genealógica e não consigo fica sossegada enquanto não souber que tudo regressou à normalidade.

    Abraços amigo Rogério

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  15. “No caso de o pão subir de cinco para 6,5 meticais...

    Nem vou comentar!!!Sou brasileira e convivo com isso desde que nasci e tem tb a "guerra civil" que o governo insiste em não admitir!

    Aqui bandido tem licença pra matar!

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