PROBLEMAS COM A PRODUTIVIDADE
(texto devidamente avinagrado, conforme me foi solicitado)
(texto devidamente avinagrado, conforme me foi solicitado)
Ana Paula Fitas, do blogue "A Nossa Candeia", editou um excelente post com este mesmo título "Qualificações, Desenvolvimento e Produtividade". Por inveja dessa sua iniciativa, não vos quis endereçar para a sua leitura sem que, primeiro, eu dissesse o que tenho vindo a dizer e mais isto que acabei de escrever. Mas os meus defeitos não se esgotam na inveja, também sou ladrão. Roubei-lhe esse cartoon, aí ao lado, para vos dizer que essa história da produtividade também foi invenção minha, na minha genialidade criativa de consultor, posta ao serviço de quem tem dinheiro e o quer multiplicar rapidamente. A produtividade é um conceito difícil de explicar. Por isso não vou por aí. Digo apenas que nunca me importei por ela não acontecer nos sectores produtivos. Para o sector terciário, o dos serviços, isso sim, vale a pena. Nomeadamente por, tendo-se alargado a classe média, os "proletas" ficarem isolados na pobreza, enquanto esses outros assalariados ficam felizes e contentes com as novas tecnologias e outras magias...
Claro que peguei naquele cartoon roubado e, com preguiça de fazer um de raiz (outro meu defeito, a calanzisse) limitei-me a fazer uma montagem. Uma caixa multibanco ocupa agora o lugar dos que se deixaram atrasar. O progresso social de uma pequena burguesia contente apagou-se de repente. A freguesia procurou facilidades menos dependentes do factor humano. E agora? Agora é do catano. Os processos passam a ter maior componente de tecnologia, tornam-se capital-intensivo quanto eram da mão-de-obra-intensiva. "Porreiro pá" (onde é que eu já ouvi isto?). Assim, o Homem progride. Deixa de sofrer a trabalhar e o cofre de alguns engorda, engorda, engorda...
Não era isso que a pequena burguesia queria? Tempos de ócio, viajar, olhar a natureza e sorrir sem pensar que o sistema tinha que evoluir e tinha defeitos. Não esteve nos últimos anos tão contente? E agora? Agora aguente, que eu ainda não parei. A crise chegar chegou para ficar, serão os bonecos do cartoon a pagar.
CONCLUSÃO
Palavras de Ana Paula Fitas: “não podemos esperar que a produtividade e a competitividade cresçam, num país onde o aparelho produtivo decaiu drasticamente sem ter sido reformado ou renovado e onde as qualificações nem sequer o equacionam como objectivo primeiro...”
Palavras minhas: Não podemos esperar que os ganhos resultantes da produtividade revertam em beneficio dos trabalhadores numa parte ínfima que seja. Na lógica do sistema, o trabalho é um factor de custo a reduzir, tanto quanto for possível e em equilíbrio com o potencial que o trabalho apresenta para pagar as crises financeiras do sistema, como aliás está a acontecer...
E a tudo isto chamo simplesmente:
ResponderEliminarPOLÍTICA AVINAGRADA
Vim desejar-te uma boa noite, e te digo, tudo está certo como está...acredito que um dia tudo será diferente, e ninguém precisara preocupar-se com governantes, nem com meio ambiente, nem com o que chamam de POLITICA, onde até hoje só vejo gente que se preocupa com o próprio umbigo...aqui é vergonha Nacional... Lindos projetos, nenhuma ação...
ResponderEliminarAmigo Rogério!
ResponderEliminarPalavras sábias de ambos!
Amém! Amém!
Votos de boa semana.
Bjs.
Ná
Meu amigo:
ResponderEliminarGostava de ter palavras sábias e avinagradas ;) para comentar à altura do seu post mas não tenho conhecimentos para isso.
Só sei que sinto na pele toda esta crise, como trabalhadora, mãe de um jovem desempregado e mulher dum funcionário público.
Beijinhos
Caro Rogério
ResponderEliminarApesar de ainda estar a "ressacar" do jantar de ontem (eu que nunca vejo televisão à hora do jantar).
Creio que os seus ultimos 3 posts, remetem-nos para um problema. Apesar de nos ultimos tempos ter havido um significativo aumento na formação e qualificação dos trabalhadores (claro, que desconto aquela que é só a fingir, para cumprir com as regras) a mim põe-se uma questão.
E quando isto desemburrar (se alguma vez acontecer) Tendo em conta que a mão de obra disponível é medianamente qualificada e já cá não estarão os Ucranianos, Cabo Verdeanos, Brasileiros e outros imigrantes, quem é que vai fazer aqueles trabalhinhos que apesar de todas as novas tecnologias, precisam sempre duma mãozinha? Refiro-me por exemplo: Construção civil, limpezas de fossas. Recolha de lixos. etc...etc...
Abraço
O problema é que atrofiamos a liberdade de pensar e, ao mesmo tempo, a individualidade de cada um. Por isso, os artistas são perigosos...
ResponderEliminar...E o fosso entre os ricos e os pobres aumentando, aumentando...
Abraço,
António
Caro Rogério,
ResponderEliminarObrigado pela gentileza :) e parabéns pelo excelente texto.
Grande abraço.
E o problema não estará que pensaram que se podia esquecer e arrasar com toda a produção de bens e ganhar com jogadas financeiras que nada produzem senão meros papeis que mudam de mãos?
ResponderEliminarPensariam que o dinheiro cai do céu e é só pedir?
Apostou-se em serviços, infraestruturas e agora... comemos alcatrão ou pedinchamos mais dinheiro para, chegarem de camião, as batatinhas ;)
Quanto aos trabalhadores, se somos bons lá fora, por cá a culpa é dos directorzecos e gestores que subiram à sombra dos partidos, mas que são uns incompetentes ou uns vigaristas.
Bjos
Rogério,
ResponderEliminarOs diagnósticos estão feitos. E agora?
Pagamos, não é isso?
Actualíssimo!
ResponderEliminar"É o catano!"
Há dias num hipermercado deparei-me com umas máquinas novas para auto-pagamento.
Muitos correram a experimentar... Logo que aprendam, lá ficará sem emprego um grande número dos "caixas" que hoje nos fazem a conta. É o progresso?!
Um beijo
:))
ResponderEliminarCaro Rogério
ResponderEliminarSó vim aqui, para agradecer a sua visita ao meu recem nascido blogue e as simpaticas palavras que lá deixou.
Quanto ao "Conversa Avinagrada" há uns tempitos que o acompanho, até porque ao meu lado tenho um dos seus mais fieis seguidores e como percebe estas coisas são contagiantes.
Cumprimentos