Na minha família os animais domésticos não eram cães nem gatos nem pássaros; na minha família os animais domésticos eram pobres. Cada uma das minhas tias tinha o seu pobre, pessoal e intransmissível, que vinha a casa dos meus avós uma vez por semana buscar, com um sorriso agradecido, a ração de roupa e comida. (...)
PENÚLTIMO ACTO
ResponderEliminarA noite em fundo
e o desalento prostrado
à boca de cena
A acusação nos rostos,
cortados em tão pouca vida...
A penumbra sobre o palco, dói!
E os olhos cheios de palavras:
Não quero as roupas usadas,
os sapatos que os vossos pés desprezaram,
o gesto de lavar culpas nas vossas mãos.
De que servem as orações, as confissões
se até esta sopa quente que me dais,
esta sopa que, na noite gélida, me aquece, me salva,
tem o sabor amargo da contrição.
O que quero eu?... Sabeis o que eu quero?
É a vida que me roubais
A coberto da mentira
das vossas pseudo-filosofias
das vossas fomes e iras...
Sabeis o que quero?
Romper as vossas leis de uma só face
A vossa hipocrisia que castra
o meu legítimo direito à decência.
Porque fingis querer agora salvar-me
Esquecidos que sois do motivo
por que devo ser salvo.
(...)
Lídia Borges
Quando ouvi a benemérita fiquei passado e, obviamente, mudei a opinião àcerca das suas boas vontades. Espero que a Instituição não corrobore das suas escolhas tão retrógradas...cheira a mofo.
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ResponderEliminarFiquei muda e mais, enraivecida!
Estamos num reino do disparate! Precisamos rapidamente de silenciar os loucos deste país.
Talvez de um novo 1º de Dezembro.
Beijo
Laura
Quando penso que já não é possível ouvir mais disparates, surge alguém com um discurso ainda pior. Lamentável e triste, muito triste!
ResponderEliminarbeijinhos
A Jonet era a Susaninha quando era pequenina... Muito bem aproveitada esta BD da Mafalda!
ResponderEliminarLembro-me bem desta crónica de António Lobo Antunes!
ResponderEliminarMas não é apenas essa senhora a dizer calamidades, infelizmente!
É curioso que das poucas vezes que ligo a televisão vejo lá tanta gente, sobretudo pessoas da classe política dos mais diversos quadrantes, a dizer disparates... mas desta vez não encontrei no discurso da Isabel Jonet nada de tão relevante que merecesse toda esta onda de indignação.
ResponderEliminarAceito que a senhora poderia ter escolhido melhor as palavras... mas ela não faz política, não é demagoga como maior parte (senão todos) os políticos são, fala das realidades que conhece e imite uma opinião. Ela está no terreno, ela melhor que ninguém conhece o Portugal profundo e as necessidades de quem não tem nada de seu.
Deixo-te com uma história que a minha avó contava, e que a minha mãe ainda há dias recordou:
Os meus avós maternos viveram nos Estados Unidos e regressaram a Portugal uns meses antes do Crash de 1929. Quando estavam para regressar já algumas das pessoas da comunidade onde viviam tinha ficado sem emprego e houve um amigo deles que, vendo-se nessa situação, veio pedir ajuda ao meu avô. Só que o meu avô respondeu-lhe: "ainda no mês passado te vi deitar um frango inteiro no lixo... e agora pedes-me ajuda?"
Desta história posso hoje concluir que a pessoa em causa tinha sido um dos deslumbrados com a "land of plenty" que a América era...
(desculpa lá o testamento... )
Beijinhos fora de horas...
(^^)